Wednesday, October 30, 2024

11 - Valores da Contemplação

 

      Valores da contemplação:

      O exercício contemplativo espiritual é de grande importância ao ser humano, o valor deste ato na vida de um ser humano é alto, já que constitui a base de sua própria vida. Corresponde à uma experiência que transcende o intelecto, faz com que a pessoa entre em contacto com sua essência integral, e fuja ao entendimento parco e fragmentar que tem de si mesmo.

      A oração auxilia o ser humano a entrar em contato com as suas essências espirituais, assim, quando se ora muitas vezes comete-se o engano de pedir algo que está fora de sua essência espiritual, pois somos levados por nossas mesquinhas preocupações, que são mundanas. Por consequência após acontecimentos diversos que transcorreram após a oração crê-se erroneamente que se recebeu injustamente uma sorte de vida errada, o certo é afirmar que esta sorte de vida não está errada, mas contraria nosos objetos de interesse humanos mas está de acordo com os objetivos santificados, que são os que correspondem ao centro de todas as nossas necessidades espirituais. O que devemos nos esforçar para visualizar, durante nossas preces é o objeto espiritual, a “verdade essencial futura”, e não a verdade humana, criada por nossos interesses distorcidos e incertos. Quem cria a verdade essencial é a própria realidade do mundo, esta problemática se funda exlusivamente na liberdade que Deus concedeu ao homem, pois a partir deste momento o homem soube o que é se perder, querendo criar seu próprio destino, que quando sai de determinados parâmetros se mostra ilusório.

      A expectativa do ser humano em suas preces deve estar fora de qualquer interesse terreno, e colocada num patamar infinitamente mais sublime, o portal espiritual deve ser atravessado neste momento, tudo o mais pode ser considerado supérfluo. Na vida corriqueira, fora das longas orações noturnas, o homem deve usar sua humanidade cheia de preceitos morais e religiosos, mo intuito de encontrar a alegria. Nas situações mais simples poderá extasiar-se de satisfação espiritual. Estes tipos de situações  nos leva à um patamar de felicidade indescritível, onde as coisas da vida são impregnadas de um valor belo, magnífico e mágico.

      É por esta sensação de Bem Aventurança que pode-se dizer que viver é uma aventura extasiante, é mais que ocupar-s em diferentes atividades de maneira corriqueira e supérflua, é simples e profundo ao mesmo tempo. A vida está intimamente relacionada com os sentimentos e idéias humanos mais complexos, profundos e enlevados. Conforme a expressão: “Lava-se a alma”, a vida verdadeira é uma limpeza espiritual total.

      A felicidade é tal gama de sentimento que faz com que para tudo o que olhemos, após sentí-la, seja infinitamente belo e realizador, pois é sentimento contínuo, que se propaga mesmo após a ocasião que a causou, lembrar a ocasião nos revigora com este sentimento de pura alegria. Assim tudo o que cerca adquire um novo sentido, o único sentido: O sentido da felicidade derradeira.

      Por que o mundo físico é importante? Porque não viver somente no espírito? Para discutir estas questões vamos expor algumas hipóteses sobre a contemplação e uma possível definição deste processo. Contemplação é um modo de contato com a realidade que o ser humano têm. Entretanto que é a realidade? OPnde está ela? Seria realidade tudo aquilo que estivesse fora do ser contemplador, no entanto as características internas também constituem realidade, assim temos realidade interna e externa. Mediante isto: Quê significa exatamente contemplar? Assimilar uma realidade externa?

      A atividade contemplativa se utiliza dos recursos internos para assimilar aquilo que está externamente, quanto mais complexos são os valores internos tão mais minuciosa será a realidade externa. É neste jogo dual que está a interpretação da realidade, como cada pessoa têm valores internos consideravelmente distintos ocorre que os mesmos objetos externos serão vistos de diferentes maneiras. O ato contemplativo, mediante estes preceitos se torna um tanto mais complexo que simplesmente assimilar realidades externas já definidas, pois a realidade externa só é definida quando em contato com a realidade interna. Nisto consiste toda a contrariedade humana.

      Ao contemplar uma música, o sujeito irá se deparar com um “objeto externo”, que corresponde à música. Durante o decurso desta irá assimila-la colocando-a sob o julgo de seus valores pessoais criando uma impressão específica, é como se o sujeito fosse parte da criação da realidade, pois ele ajuda a criar algo bastante personalizado. Isto ocorre mesmo que não faça isto de maneira consciente, pois é um processo imperceptível. Por isto é impossível criar uma definição exclusiva de belo e feio, agradável ou desagradável, proveitoso ou desnecessário. Somente cada indivíduo poderá por si mesmo poderá tirar suas conclusões personalizadas daquela música. Isto se aplica à qualquer objeto ou mesmo às idéias, conforme pode-se concluir.

      O hábito de praticar meditação contremplativa, quando criado um afinco irrefutável, é algo que influencia a vida de tal maneira que passa-se a percebê-la de outra maneira. Que outra modo seria este de perceber a vida? Ora, a realidade é, em uma de suas vertentes localizada fora do sujeito.  Assim, para que entremos em contato com a realidade externa deve haver um meio, este meio de perceber a vida é a contemplação, que pode se ramificar em contemplação auditiva ou visual. O grande segredo do ato contemplativo, conforme descrito pelo poema inicial é a minucia, o detalhe as pequeninas coisas que são percrustadas pela mente de mneira avassaladora e insistene, num ato místico e mágico. Isto esclarece o olhar fixo dos feiticeiros, aqueles olhos que ficam totalmente abertos, sem sequer piscar, impondo uma verdade moral atravéz de um olhar de maneira direta e mais verdadeira do que poderiam ser as mais largas e vastas explanações racionais fundamentadas numa retórica precisa e perfeccionista. O poder dos magos, em parte, se fundamenta no desenvolvimento da capacidade contemplativa, os magos, médiuns, feiticeiros ou mesmo os artistas têm uma percepção das coisas do mundo incomensurávelmente mais aprofundada que outros, isto porque não se contentam somente com aquilo que o mundo aparenta ser, consideram sempre as coisas mundanas como mesquinharias oferecidas pela realidade, por isto devem elevar sua interpretação do mundo externo ou mesmo de suas cogitações internas à um grau super-especializado, à um patamar de proporções máximas, sempre buscam suas máximas capacidades de enriquecer determinada situação. Cada situação, que de maneira superflua poderia ser considerada como uma passagem corriqueira do dia a dia é situação importante à qual deve ser impregnado valores profundos e verdadeiros, sempre relacionando-as com a religião e com a filosofias de suas respectivas vidas. Não se passa pela vida como quem não quer nada, mas sim doa-se à vida o valor supremo das verdades espirituais, psíquicas, morais e estéticas. Notem leitores à que profundidade chega o aspecto contemplativo, não é uma brincadeira meditativa, mas uma atividade de primazia na vida daquele que se dispõem à praticar, por isto, as orações noturnas, as contemplações, as adorações de santos devem ser praticadas em toda a sua plenitude, pois é isto que faz um médium, mago ou feiticeiro, ele leva ao limite sua mente, seu corpo alicerçado numa moral sem igual. Para contemplar-se uma imagem de santo deve haver análise “microscópica”, de modo que é impossível fazer isto se não se levar o ato contemplativo aos extremos. Assim como para compor complexa e maravilhosa sinfonia o homem deve levar suas capacidades intuitivas, intelectuais, sentimentais ao extremo o mesmo ocorre na contemplação. Deste modo adquire-se um alargamento do consciente, captamos as essências psíquicas das pessoas de maneira direta, sem nos deixar arrebatar pelas impressões superficiais das pessoas e do mundo em si.

      Como dito: tudo que existe para ser assimilado, para que o seja, deve antes ser contemplado. Quanto mais alto seja o grau de contemplação mais preciso será o descobrimento daquela realidade. Amar a arte, e deleitar-se com exposições ou concertos é praticar contemplação. Este é o modo mais óbvio de pensar-se em contemplação, no entanto existem outros, como contemplar a natureza. Qual será o dia, em que o homem, dotado de tamanha inteligência e sagacidade, conseguirá se equiparar à criação da natureza nas belezas do mundo? Contemplar a natureza é reconhecer sua infinita superioridade diante do homem. No desenvolvimento desta atividade ficamos verdadeiramente embasbacados com a beleza natural do mundo. Uma terceira possibilidade é contemplar as pessoas que nos cercam, nos mínimos gestos, atitudes, e mesmo em suas fisionomias e constituições físicas, tudo isto têm muito à revelar, se soubermos interpretar sabiamente e não como seres humanos, deve-se fazer interpretação mística e espiritual das coisas, somente neste momento teremos a percepção total da realidade espiritual do mundo. Ou vive-se de acordo com tuas crenças ou não! Não existe meio termo! Se tu crer em alguma verdade deverá adota-la na tua vivência diária  de maneira incisiva e conforme crê a tua mente e teu coração, do contrário esta será uma crença falsa. Se tu crês em Deus deverá viver conforme as leis desta crença. Não existe meio termo nas crenças da vida!

       Para maior facilidade do entendimento do que se passa no processo contemplativo dividi a experiência em 4 partes:

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo

2 - Escurecimento da visão

3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas

4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )

 

Sobre isto deve ser discorrido:

Reações fisiológicas

Ferramentas perceptivas transcendentais

Métodos para que tal ocorra

 

níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa

        Para entender o que ocorre exatamente durante a atividade contemplativa optou-se por fazer uma divisão mais detalhada de diversas ferramentas de percepção do ser humano, veremos como cada uma destas ferramentas como atua e como percebe a contemplação, pois durante a atividade de contemplação temos duas possibilidades básicas: uma é a de fazer, ou seja: provocar determinadas situações. A outra é a de interpretar aquilo que está acontecendo. Temos em nosso corpo, nossa mente e nosso espírito ferramentas e “máquinas”específicas para atuar e provocar e outras para interpretar e assimilar.

Distinguem-se 5 categorias:

Física

Racional

Sentimental

Intuitiva

Transcendental

 
A - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Transcendental”

 

 ( “Percepção sensória espiritual “)

      Aqui serão descritos os fenômenos de ordem de percepção espiritual que ocorrem durante a atividade de contemplação.

      Trata-se de um processo progressivo, no qual não se pode atingir um grau sem antes ter passado pelo outro, já discutimos muito sobre as reações fisiológicas e sobre as hipóteses espíritas sobre este fenômeno. Há a exigência de um estado psicológico específico, não basta sentar-se e ficar pasmo e mórbido olhando uma imagem, devem estar envolvidas crenças religiosas ou místicas, crer piamente e não fingir que crê, orar com o coração, verdadeiramente. Estes requisitos são essenciais, pois pré-dispõe a mente a atingir níveis de percepção mais elevados e peculiares. Vou tentar colocar uma síntese para cada estado de percepção:

 

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo  - Há a impressão de que o campo que a visão pode abranger é mais largo que o comum, mesmo estando a visão direcionada com uma mira precisa e pequena ( por exemplo os olhos de uma imagem de Jesus, ou mesmo a lua )  ocorre o aumento da amplitude visual, o que causa uma sensação diferente do comum, um fato que ocorre neste momento é que não somente a amplitude da visão aumenta, como também a capacidade de prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, o que é difícil de conceber segundo um método de entendimento tradicional, pois a tendência é imaginarmos que só se pode prestar atenção no objeto ou imagem que esteja sendo focalizado, no entanto na meditação contemplativa fugimos à esta regra. Quando se contempla a copa de uma árvore, ou um vasto gramado, por exemplo, percebemos em determinado momento do processo, que todos os mínimos movimentos do gramado ou das folhas da árvore são percebidos de forma clara e precisa através da mudança de tonalidades, sombras ou luzes do lugar. Numa igreja, como muitas estátuas e imagens são de cor dourada ocorre interessante fenômeno em que as partes douradas subsistem à apagar-se da visão enquanto as outras cores apagam-se com maior facilidade, conforme será visto no próximo nível que julguei conveniente chamar de “escurecimento da visão” É ainda neste primeiro nível que o contorno das imagens é assimilado pela visão de tal maneira que se o foco da visão é direcionado à outro lugar cria-se uma imagem reflexo dos contornos daquilo que antes estava sendo focado, como se houvesse sido feita uma fotocópia mental ou queiram chamar como quiser este curioso fenômeno. Também importante dizer que as delimitações das imagens ficam incertas e não precisas como anteriormente, justamente porque começam a tremer, como se houvessem infindáveis pontinhos de luz piscando em todo o espaço que forma o ar que está na frente delas.

2 - Escurecimento da visão  - Após se tornar mais abrangente a visão começa aos poucos a se turvar, não é um processo constante com começo, meio e fim, pode ocorrer lapsos de escurecimento em que a visão por breve momento se turva e logo retorna ao estado anterior, isto será devido à capacidade do contemplador de guiar seus sentimentos religiosos e sua convicção inabalável no poder superior, que supostamente atua juntamente com aquele que medita. Não é dito que é fácil atingir patamares mais elevados de percepção sensorial espiritual, muito pelo contrário é tão mais difícil quanto menor seja o treino e preparo, por isto podem existir retrocessos e irregularidades durante o processo. Durante este nível, em específico, o mundo “físico” ou mundo “material” desaparece, não totalmente, tudo se obscurece, de modo que a percepção de um novo ambiente se torna presente. Numa imagem religiosa é comum que tudo ao redor se escureça, ficando somente algumas partes desta imagem visíveis, são as partes douradas, ou as partes que sejam mais claras, o que proporciona uma sensação estética bastante diferente, ainda que o objeto contemplado seja o mesmo que antes.

3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas  - Num processo bastante diferente pelo utilizado pela visão ordinária temos em meado à escuridão a aparição de bolhas de cores fosforescentes, cores iridescentes, estas bolhas na verdade não aparecem, elas sempre estão pelos ares, o que ocorre é que nós, que em determinado momento chegamos em tal estado de concentração e meditação que suscitamos em nosso psiquismo, em nosso cérebro a capacidade de visualiza-las. Não sei tampouco se à esta altura da discussão o termo “visualizar”seja o mais adequado para indicara a captação destas bolhas por parte do ser contemplativo, pois elas se apresentam de maneira fugidia, não se pode tentar olha-las assim como se olha qualquer coisa, deve-se antes utilizar potencialidades psíquicas de vontade e oração com fervor para ter acesso à elas. É evidente que é tão mais difícil continuar mantendo um nivel perceptivo quanto mais elevado seja este nível.

4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )  - A visão pode começar a virar inclinada, como se a cabeça estivesse deitando-se. Aparecem no campo de percepção visual, que já se encontra absolutamente alterado, ondulações da realidade física. Nesta questão das ondulações o único termo comparativo que poderia propor ao leitor além da noção de ondulação da margem de um lago seria do efeito especial que muitas vezes vemos em filmes quando o personagem lembra algo que ocorreu no passado.

5 – Visão da outra dimensão – Nesta parte do processo acontece um fenômeno que sinceramente, encontro grandes dificuldades de descrever, de tão diferente que é da realidade ordinária. O fato que ocorre no 5o nível é que você vê absolutamente a mesma realidade que é numa visão comumente utilizada, no entanto sob uma perspectiva totalmente nova. Uma comparação que pude imaginar quando fui acometido por tal aventura é a analogia desta situação com aqueles livros de figuras com 3 dimensões que têm desenhos repetidos minúsculos, quando você prostra os olhos nas imagens nada vê de interessante a não ser uma imagem de um só plano, ao ficar vesgo nota de repente que há um mundo inteiramente novo naquele mesmo lugar, o fato mais surpreendente é que você ainda está olhando para a mesma coisa. Julguei esta comparação com a que mais pôde se aproximar da sensação que tive. Seria aquela a 4a dimensão? De fato faz sentido, pois tive a sensação de estar vendo a figura do santo ( que era o que contemplava no momento ) de maneira mais completa, mais verdadeira, e pensei ainda o quão ingênua e pequena era a outra maneira.

 

 

      Por quê ocorrem estes fenômenos? Qual é a verdadeira importância deles na vida? Por quê meditar? Para quê contemplar? Quê irá isto acrescentar em minha vida cotidiana?

       A começar pela tua perspectiva de vida: é certo que estudando a filosofia que está por trás deste processo tua concepção do mundo que te cerca e de tu mesmo irá mudar de maneira descomunal, de modo que as coisas que antes julgavas de imprescindível importância podem ser até postas num segundo plano, ou até mesmo relegadas. A filosofia de vida é o conjunto ideológico e racional que guia  sua maneira de viver, mudando um conjunto de idéias mudaremos também o procedimento que tomamos para com nós mesmos e para com o mundo que nos cerca. Assim, dentro da concepção trancendental a atitude contemplativa é de importância primeira na vida de uma pessoa, pois ela entrará em contato com a totalidade de seu “ser”, o “eu” verdadeiro, não quero dizer que vivemos num “eu” falso mas sim que, para ilustrar, somos 30% do “eu”total, quando entramos em estados de meditação mais elevados vamos aumentando esta porcentagem, até quem sabe, encontrar os 100%. É sabido entretanto que o ser encarnado nunca atinge uma vivência plena com “eu”, pois a couraça material traz consigo restrições e delimitações das mais diversas, fazendo com que não nos conheçamos em totalidade. O que a contemplação faz é justamente evitar o distanciamento com o “eu”total, nos proporcionando a perspectiva exata de quem somos nós, e qual o caminho a seguir. Isto quando a meditação é efetiva, pois podemos achar que estamos meditando quando não conseguimos devido à fatores relacionados às problemáticas humanas, um médium jamais se abstém com detalhes mesquinhos, deve sempre santificar-se, buscar seu máximo. Santificar-se significa seguir, na medida do potencial de cada um o evangelho de Jesus Cristo.

      A importância da meditação na vida, é tornar a vida uma vivência plena, de acordo com a perspectiva espiritual.

 

 

 

 

 

     

B - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Sentimental”

 

      Fizemos a análise do processo contemplativo sob o ponto de vista da percepção “extra-sensorial” ou transcendental, conforme o modelo proposto no livro “Interpretação do mundo”, de minha autoria, vamos analisar os níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa sob o crivo do sentimento ( A seqüência completa de ferramentas interpretativas do mundo é:  Físico, Intelectual, Sentimental, Intuitivo e Transcendental )

( Imagem de santos )

1 - Reconhecimento psicológico da imponência de entidades espirituais superiores – Pensa-se na vida dos santos em geral, vai de cada um, conforme a religião ou os santos de maior apreço. O fato é que na imaginação da pessoa há uma biografia para cada santo, com seus feitos e sua conduta na terra. O sujeito crê piamente na veracidade das histórias dos santos, o fato de crer condiz com uma postura psicológica imprescindível para o avanço dos “níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa”, os pensamentos racionais comumente utilizados no dia a dia não têm de interferir, aliás devem se manter distantes e deixar que a história inicialmente fantasiosa se torne uma verdade para o coração de tal modo que se forme um sentimento de submissão perante tanta grandeza. Todo este processo retrata uma estratégia psicológica para atingir patamares mais elevados de enlevação sentimental e transcendental ( quando digo transcendental me refiro aos fenômenos que estão além da esfera física ), se existe ou não uma outra conduta psicológica para isto ainda não sei, podemos cogitar relacionar com o fato de uma contemplação não religiosa ( quadros ou natureza ) aí é óbvio que o processo se daria de maneira diferente, ainda que por uma questão de raciocínio lógico deveríamos convir que algumas das partes principais do processo seriam iguais tanto nos quadros como nos santos, tanto contemplar o escuro como um mar. Isto reverte nossa discussão para o fato de que há uma base a partir da qual existiriam variações específicas ( de postura psicológica ) para cada tipo de objeto contemplado.

2 - Crença absoluta nas teorias filosóficas religiosas  - Existem teorias filosóficas das mais diversas nas explicações do Divino, assim que há por exemplo compêndios Indianos ou Ocidentais, tudo possui uma estrutura complexa e muitas vezes muito bem elaborada, o devoto que se preze não se restringe somente a orar mais também à estudar uma filosofia existencialista e teologia. Este é o momento em que todos os seus estudos são postos à prova. Ou ele crê naquilo que estudou ou não crê! Em matéria de fé não existe meio termo, seja esta fé racional ou não.

3 – Humildade – Neste momento toda sua oblação se converte numa devoção insaciável, numa busca infinita pelo verdadeiro sentido das questões espirituais, uma força descomunal o motiva a prosseguir na contemplação horas a fio. Toda a conduta moral do evangelho de Jesus é também posta em pauta e levada em consideração em seus mais íntimos recôndito, é na pequenez de sua vida e de suas preocupações ínfimas diante das questões da verdade do Universo infinito que ele encontra a verdadeira humildade.

4 - Reconstrução do sentido da vida – Este é o momento em que todos os conceitos da vida da pessoa que exercita contemplação são analisados e revistos podendo ser mudados por outros mais verdadeiros, mais corretos, mais proveitosos. O fato é que durante a atividade contemplativa descobrimos coisas novas, não é uma atividade monótona e repetitiva, muito pelo contrário: entra-se em contato com o super-consciente sendo assim possível captar dele toda a essência que antes estava sendo deixada de lado, é por isto que temos a impressão de estar recebendo muitas novidades conceituais das noções que temos perante as mais diversas situações da vida. É a grande problemática do ser humano, trabalhar seus pontos mais gritantes, mais fracos e pertinentes e assim reconstruir uma nova ideologia da vida, o que é difícil, por isto os exercícios espirituais são de grande dificuldade psicológica para o homem.

5 - Fé inabalável na bondade de Deus – Aqui não há quaisquer dúvidas ou receios na existência de uma ordem moral no mundo total ( que se constitui do mundo material e espiritual ) Há certeza absoluta na harmonia do universo, de tal modo é esta convicção que nem mesmo é necessário explicar o por quê disto, pois estamos no âmbito dos sentimentos que superam as limitadas capacidades do pensamento racional, é por isto que para chegar ao “êxtase” espiritual o pensamento por si só não é suficiente, temos de chegar ao patamar dos sentimentos, das convicções plenas de fé, ainda que não façam nexo com pensamentos racionais. A harmonia é totalmente concordante com a bondade e a boa conduta moral, não deve-se exatamente tentar entender racionalmente os por quês da existência ou não de Deus neste momento, pois agora a certeza já é absoluta, não há medo nem receios por causa do mal, pois o bem é infinitamente superior, desfaz o mal colocando-o como uma ilusão, algo que não faz parte do sentido verdadeiro do mundo.

6 - “Libertação Espiritual” – Sentimento especial e específico de um contato amplo com o super-consciente, por isto diferente de sentimentos convencionais, uma característica é choro abundante.

 

 

 

Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Físico”

 

Corpo parado

Energia entrando através do topo da cabeça

“Ballonament”

Perca de propriocepção

Perca da percepção espacial convencional

 

Conversa entre dois homens

Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de café, e lá no fundo visualizo um mundo de cores, e me pergunto: - Você realmente se da conta do que a realidade é?

   

  Não! Não! Que hei eu fazer diante de tamanha ignorância? Que hei de fazer senão orar, e clamar à Deus para que dia a diz elucide minha mente obscurecida, minha limitada noção de realidade, para que assim eu possa um diz vislumbrar, mesmo que de maneira parca e restrita, o mundo, o verdadeiro mundo. De fato: o que vivemos não passa de um sonho, o dia em que acordarmos certamente ficaremos assombrados com tamanha proporção na medida do mundo real. Quão ignorante sou, ainda bem que ao menos, com minha inteligência desconsiderável perto do conhecimento espiritual posso saber ao menos que sou um ignorante, coitado daqueles que sonham, e no sonho julgam viver a realidade, ai destes.

      Não! Não! Como pude ser tão desmiolado, ficar aí à toa pelos cantos filosofando, devaneando como um louco varrido, ora estas, isto não leva à lugar nenhum, tenho mais é que viver a vida e nela me deleitar, desfrutar de todos os prazeres que ela oferece. Não entendo essa gente doida, pois o segredo da vida nela está, só pode ser descoberta por ela mesmo e não por outros meios.

      Ela mesmo? E que julgas que seja ela mesmo? Será um chorar ela mesmo? Será um pensar ela mesmo? Será um cogitar ela mesmo? Me entendes homem prático? Falo justo do fato de que a experiência do viver pode em tudo se encontrar, inclusive no pensar por tese e antítese. No olhar até devanear. No nada fazer. No perambular distraidamente pela rua. No do nada criar. Tudo é experiência! Ignorante é aquele que só vê o mundo através da experiência empírica, e não nota que a própria atitude dialética por si só é uma experiência das mais valorosas, é assim que chegamos à conclusões das mais complexas. O que sem a atividade abstrata do pensamento não seria possível.

      Quê asneiras dizes? Acaso crês que sou  tão perdido quanto tu és?

      Não, apenas um precipitado, direi ainda mais, não para que creias, pois isto parece na visão de qualquer são algo impossível, mas para que refutes, pois é assim que funciona meu viver: A própria atividade contemplativa não se estagna no campo da dialética, senão ultrapassa-o chegando a constituir um empirismo. Ou melhor é um processo de três fases: Empírico – Dialético – Empírico

        Dizes parlapatices das mais diversas, nada entra em conformidade com o que possa se entender como vida ou realidade.

      Não entendes que no detalhe da contemplação está o impulso veemente da alma? É na imaginação que está a alegria da vida!

       Tuas palavras estão permeadas de obscuridades

       Talvez você tenha que rever teus conceitos de vida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

10 - Epístola aos Sábios

 

Epístola aos sábios:

      Entender tudo o que há na vastidão do Universo, seria por certo o cúmulo da soberba ignorância. O Universo é um mar de realidades ocultas, em que os conceitos da física são constantemente postos em pauta, colocando seus pontos fortes e fracos sob o julgo de novas hipóteses. Pense no Universo como uma obra de envergadura artística de inconcebíveis proporções: A beleza fascinante dos emaranhados estelares, a lua e sua enigmática e misteriosa luz, o sol e sua força esplendorosa, as belezas dos diferentes tipos de pedra, flores, paisagens e nuanças da vida. Um mundo interno, cheio de mistérios e descobertas, onde o psiquismo profundo humano representa sua percepção de si mesmo, com sentimentos e divagações infindáveis. Para não ousar citar a relação entre este mundo interno com o externo, e na variação de inter-relações destas duas vertentes. Complexa arquitetura de uma flor até a simplicidade arquitetônica e conceitual de longínquos sistemas planetários, tudo soa como uma imensa composição musical, nestes termos não se sabe mais que é imenso ou ínfimo. Haverá diferença?  Tenho dó daquele que não têm a consciência plena de sua própria inépcia diante da realidade final, diante da verdade do mundo. É por isto que sabiamente podemos dizer que as preocupações mundanas, as vivências corriqueiras e os interesses humanos são nada mais que vão caminho quando colocados sob a verdade real, e quando se percebe isto, quando nos damos conta desta idéia tudo ao redor se torna absolutamente indiferente, desimportante e por isto igual, assim fundamenta-se  a “Santa indiferença” descrita por Adous Huxley, e Don Juan, personagem de Carlos Castañeda. Tenho dó também, daquele que não pensa nestas verdades não somente pelas manhãs ao despertar e nas noites antes de recostar seu fardo, como em todos os momentos, aliás, todo o momento presente, que é o único tempo existente para a realidade do espírito.

9 - Sonhos

 

SONHOS:

      Os sonhos têm papel fundamental na vida de quaisquer pessoas, assim como uma concepção filosófica e espiritual da vida, pois a partir deles delineamos procedimentos e condutas a tomar na vida. É evidente que não é fácil ser guiado pelos sonhos, a primeira dificuldade é trazê-los à luz da razão, ou seja: lembrá-los.

      Os sonhos constituem uma vivência, assim como a vivência “carnal”, no entanto estão ambientados em outro “estado de percepção” da realidade, por causa desta linguagem dual que podemos ter ( encarnados ou desencarnados ) ocorre que encontramos grande dificuldade em codificar a linguagem e vivência do sonho para o entendimento racional.

      A primeira dificuldade é lembrar o sonho, temos de considerar que pelo fato de os dois estados ( sonho e lucidez ) terem parâmetros e “ferramentas interpretativas da vivência” diferentes, há grande dificuldade em entender um a partir do outro.

      É como tentar entender o programa “Windows” utilizando o “Dos”, que é efetivamente limitado quando posto em relação com o outro, fato que nunca possibilitará seu entendimento integral e pleno, mas apenas uma parca noção daquela outra realidade. Numa outra metáfora, no intuito de elucidar esta mesma idéia, podemos dizer que é como tentar desvendar a sensação de andar à cavalo montando em uma pedra com formato similar à um, ou mesmo na escultura em tamanho real de um. Também pode-se concluir quantas pessoas acabariam por distorcer a realidade da música que quisessem entendê-la apenas através de dissertações racionais, pois por mais refinado e vasto que seja a linguagem de qualquer idioma, ela nunca será equivalente à realidade da própria música. Enfim: O sonho que tive, efetivamente foi este que consegui me recordar, no entanto as ferramentas que dispunha naquele momento para interpretar aquela realidade eram diferentes, por isto, posso recordar perfeitamente, mas de maneira distinta e não fidedigna.

      É como o caso dos “estados alterados de consciência”, também o mesmo caso do uso de alucinógenos como cogumelos, “peiote” ou da tentativa dos “mortos” de tentar explicar suas realidades, o que se torna impossível pois as percepções da realidade transcorrem de  maneiras diferentes, e passar de uma estrutura de interpretação à outra é possível com a ressalva que deve-se saber que o entendimento foi obliterado, distorcido e reduzido em proporções inesperadas.

      Uma pergunta a se fazer é se acaso os sonhos, ou este estado de percepção da realidade específico, equivalem à mesma “realidade perceptiva” da vida depois da morte. Talvez seja algo similar, isto na tese otimista de que a vida realmente prossegue.  Após toda esta abordagem, que se referiu à dificuldade de codificação destas duas linguagens largamente diferentes, deve-se insistir na importância dos sonhos na vida de uma pessoa encarnada... Em nossa teoria, os sonhos são  vivencias e não abstrações vãs e inócuas do pensamento ou dos momentos de lucidez, deste modo os sonhos são tão importantes quanto o estado desperto, com a diferença de que não são vivências adotadas pelas mesmas ferramentas interpretativas do estado lúcido, tais podem ser estas: pensamento racional, visão, audição, olfato, tato, percepção sinestésica, propriocepção, sentimentos. As ferramentas interpretativas, perceptivas e expressivas dos sonhos são de tal maneira peculiares que num sonho podemos ter possibilidades impossíveis para momentos despertos, como a percepção direta do sentimento dos outros, sem necessidade de palavras, ou voar, ter uma compreenção mais global de tudo o que ocorre, as ferramentas ou órgãos que permitem isto são pertinentes ao espírito e não ao corpo, aliás o corpo poda estas ferramentas, do contrário conseguiríamos vivenciar ao mesmo tempo o mundo físico e o extra físico. ( O que fazem os médiuns totalmente avançados ) Algo interessante seria perguntar, no estado de espírito, como o indivíduo percebe seu meio espiritual, e como ele perceberia o meio físico. Será a interpretação da realidade por parte dos espíritos desencarnados mais ou menos completa que a dos encarnados? Se é mais completa: Qual seria esta necessidade tão veemente de encarnar? Supostamente algo estaria em falta lá, que fosse necessário aqui, seria este algo mecanismos de interpretação da realidade específicos? No mundo espiritual, poderíamos ser uma massa de energia informe sem recursos interpretativos, e por isto, restrito em si mesmo? Isto possibilita uma explicação para a necessidade reencarnatória.

      Um fenômeno de se notar, conforme se lembra os sonhos com certa periodicidade, é que ocorrerá que lembrando de um sonho específico virão à tona uma série outros de sonhos, que de um modo ou de outro estão interligados no sub-consciente. Também importante frisar que para lembrar de um sonho existem várias técnicas, uma delas é ter um caderno ao lado da cama, e anotar o sonho o quanto antes ao despertar, mesmo que seja no meio da noite, do contrário corre-se o risco de esquecer importantes detalhes ou mesmo todo o sonho todo. Há entretanto sonhos que só são lembrados quando de dia passamos por certa experiência ou sensação que nos faz lembrar do sonho.

       Aquele que se julga médium deve muito trabalhar, de maneira árdua, o que é corporalmente e psiquicamente cansativo, e passa por perigos diversos, a fé no entanto, posta a prova deve tornar-se o alicerce básico, donde tudo o mais venha a brotar. Por todos os riscos, medos e receios a mediunidade é atividade de seriedade maior do que podemos conceber. Dentre as mais variadas atividades dos médiuns na busca incessante pela virtude e Santidade está o “livros dos sonhos”pessoal, onde ele fará o apontamento de seus sonhos e intentará fazer as interpretações que julgue mais pertinentes de seus sonhos, podendo nestes momentos entrever premonições, onde pode definir idéias, concepções e tomadas de decisões de sua vida desperta.

       Lembrar os sonhos e codifica-los para a linguagem da razão não é fácil, principalmente quando se inicia com esta atividade, no decorrer de um treinamento persistente a capacidade de recordação pode chegar a se apurar de tal maneira que pode-se lembrar de detalhes minuciosos. Pessoalmente, desconsidero totalmente qualquer livro que venha com fórmulas prontas do sentido dado às coisas que vivenciamos nos sonhos, pois são personalizadas, e têm relação com a vida de cada um, por isto a interpretação relaciona-se com a vida psíquica e exterior de cada pessoa. Isto automaticamente anula este tipo de livros que têm mais pretensão do que o que podem oferecer de resultados profícuos.

       A idéia que está em pauta nestas linhas é de importância imprescindível, pois a incapacidade de uso dos sonhos na sua vida é o mesmo que dizer que logo que você acaba um dia acordado irá padecer de uma amnésia absurdamente aguda esquecendo todo o seu dia, é equivalente a dizer que todas as manhãs esqueces as vivências noturnas que tivestes. Nesta correlação notamos a extrema importância dos sonhos enquanto vivências, que devem ser colocadas numa seqüência lógica progressiva, em conjunto com a vivência lúcida. Não digo que as vivências dos sonhos seguem “paralelas” com as vivências despertas porque este termo traz a sensação de que os sonhos são vivências distintas, como se tivéssemos duas linhas “vivenciais” quando na verdade todo o conjunto forma uma só linha, mesmo tendo cada qual “ferramentas perceptivas” e expressivas peculiares. A realidade é una, o que muda é a maneira como se entra em contato com ela.

8 - Sobre a Oração

 

      Sobre a oração:

      A oração é um fenômeno incitado pela vontade humana de contato do homem com Deus, ou com as forças espirituais benévolas, que guiam a humanidade. O ser humano, em seu caminho terreno, no decorrer de sua vida passa por muitas provações, sua própria fé e convicção nas forças espirituais são postas em provas em muitos momentos, muitos cedem às facilidades de uma vida totalmente material, com facilidades e prazeres, são estes que pouco depois perdem a capacidade mediúnica na mesma medida em que se esvaem seus conceitos espirituais filosóficos e suas qualidades morais jesuíticas. Felizmente muitos outros afirmam-se cada vez mais em suas crenças religiosas, são estes os “homens de oração”, que têm uma concepção de vida muito mais ampla que os homens que vivem somente para a matéria, esta concepção de vida não é somente uma abstração ineficaz, inútil ou qualquer outra coisa deste calão, senão uma concepção que faz parte do verbo “fazer”, pois a crença viva já é uma atitude, uma concepção de vida espiritual, quando levada ao mais alto grau de seriedade é algo que faz tanto parte da vida do homem quanto faz o fato de ele viver, respirar, comer, conversar ou cantar. Não é uma atitude que se restringe somente ao %âmbito mental senão uma experiência pragmática e sensorial, ainda que o orgão sensorial utilizado nesta vivência seja oculto ao grande contingente da humanidade. Justamente nisto esta o segredo da oração: a oração não se paramenta somente em conceitos morais, filosóficos e sentimental senão alcança uma amplitude muito mais vasta que a experiência meramente terrena do homem, a amplitude espiritual, em que o homem, infelizmente, na educação e cultura em que hoje se forma e cresce não consegue criar subsídios suficientes para atingir estas metas. Assim, decorre que grande parte da humanidade está carente de “espirito”enquanto outra grande parte se torna indiferente, e uma minoria têm a sorte de experimentar este processo educativo espiritual. A oração deve ser a primeira preocupação na vida de uma pessoa, depois pode vir todo o resto, pois quando oramos entramos em contato com os designios primordiais e essenciais de nossa vida profunda, do contrário há grande facilidade em se perder em objetivos obtuzos da vida material. A vida espiritual é o que compreende a missão para a qual está o homem na terra, a oração é uma constante consulta ao mapa espiritual, que rege a vivência física, por isto a oração é o que de mais importante temos em nossas vidas, mais importante que ter um carro, que trabalhar, mais importante que qualquer destas coisas que perto da atividade oratória verdadeira não passam de banalidades materiais inúteis à vida espiritual, a oração sincera é tão importante que o próprio corpo é perto dela um fardo pesado e quase que desimportante, nem mesmo se alimentar têm qualquer importância diante do encontro com Deus. Deus é tudo, e deve estar presente em nossas vidas não somente em todos os momentos memóraveis, mas em todos os minutos de nossas vidas, seja lá o que estivermos fazendo. A oração é portanto um processo constante, como respirar, ainda que possamos fazê-la com mais ou menos intensidade em momentos específicos como cultos, missas ou meditações, deve ser iniciada ao anoitecer e finalizada ao alvorecer, quando se deseja orar com todas as forças de tua alma dedica muito tempo à esta atividade, lembremo-nos que das atividades da tua vida, em uma escala de importância e de valores empregados às atividades esta é a que mais valor, nobreza e “funcionalidade” pragmática possui, pois a oração à pesar de parecer uma atividade meramente psíquica age nas profundezas de teu ser e de todos os que te cercam, de modo que tu podes mudas tua própria realidade em todos os contextos através desta atividade que têm um grau de importância, repito: preponderante. Aquele que não ora é como o maratonista que não treina adequadamente, e que ao correr a prova não entende exatamente porque não teve bom êxito nos resultados. Não podemos definir uma diferença exata entre oração e contemplação, é fácil pensar que a oração se utiliza de palavras e a contemplação da visão, no entanto nem uma nem outra se utiliza de sentidos comuns do ser humano, ainda que possam iniciar-se nestes termos, isto porque, com o treino cria-se o estágio de percepção extra-sensorial, no qual nem visão nem palavra têm uma importância, mas sim um estágio mas elevado de percepção do mundo, onde sentimentos facilmente s desenvolvem e extrapolam no ser, sem necessidade de pensamentos específicos.

7 - Sobre a Empatia

 

Sobre a empatia:

      A palavra “empatia” está posta no dicionário como abstração da própria vida interior para aceitar um conteúdo psíquico diferente ou apreciação emocional dos sentimentos de outros. Tendo como etimologia  EN ( dentro ) PHATOS (  sentimentos ). Mas quê realmente é a empatia? Quê poderíamos discorrer neste tema levando em consideração a teoria espírita? Ou mesmo nossas divagações sobre meditação? Sabe-se que cada pessoa têm uma personalidade distinta, peculiar e bastante pessoal. A personalidade pode ser entendidas por uma série de caracteres como gostos, prazeres, opiniões, concepções e modo de percepção do mundo. Mesmo que cada pessoa tenha um gosto pelas coisas, um entendimento do mundo bastante peculiar pode-se fazer uma divisão dividindo a humanidade em grandes contingentes, ficando separadas por grupos de personalidade específicos assim como faz a medicina Aiuvérica da India, ou mesmo como propôs Adous Huxley dividindo os seres humanos em três grupos principais: mesomorfos, ectomorfos e endomorfos. Aplicando em sua teoria para cada grupo, que tem constituições físicas específicas, características psiquicas comuns. Mediante o que foi dito, conduimos que mesmo tendo caracteristicas únicas, cada pessoa ainda pode assemelhar-se em muitos aspéctos à outras. Deste modo seria óbvio concluir que entrando em contacto com outros ela pode tanto compartilhar tendencias comuns como entrar em atrito nas características incomuns. Isto se passa em todos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade: intelectual, afetivo, religioso, físico, filosófico ou moral. Pode ocorrer o caso da pessoa partilhar do mesmo partino no aspécto filosófico e desentender-se no âmbito físico, ou então ter a mesma fluência no aspecto sentimental e atritar na parte intelectual, deste modo imergimos em possibilidades de relações diversas quando comparamos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade. O que pode ser uma denominação bastante larga, mas que descreve um conceito que condiz absolutamente com toda a realidade existencial humana, pois está resumido neste breve título todas as possíveis vivências humanas.

      Sendo uma margen tão ampla de vivências é certo que no que se combina ou não com outra pessoa é igualmente vasto, tudo funcionaria como o desenho de uma série de montanhas, nas quais quando sobrepostas algumas se encaixariam perfeitamente, enquanto outras ora estariam mais altas ora mais baixas quando comparadas entre si. Assim, num desenho conseguimos colocar o ser humano, com sua personalidade atual ( mas não em “potencia” como descreve Santo Agostinho ) e com todas as nuanças de sua personalidade.

      A discussão espírita sobre empatia ultrapassa o mero conceito da personalidade, pois entra num campo psíquico muito mais profundo: a Alma. Nossos corpos estão dotados de emanações fluídicas, que representam nosso próprio eu, A aura está impregnada com a essência do eu, destituida das distorções provicadas pelo pensamento restrito do corpo, pela razão ou intelecto. Estas emanaçõ4es fluídicas que compõe a aura têm uma determinada amplitude no espaço físico, esta amplitude pode aumentar ou diminuir conforme a disposição psíquicas da pessoa. Quanto maior a importância que esta pessoa doa à seu campo psíquico mais forte ele será, quanto mais apegada ao mundo dos sentidos menor será a amplitude de sua aura.

      Num ambiente com muitas pessoas, levando em consideração que as auras de cada pessoa tenham amplitudes diversas, notamos que elas estariam em contato já inter-cambiando uma série de características psíquicas como sentimentos e idéias através de imagens, palavras ou outros meios que ultrapassam em muito as ferramentas racionais que dispomos comumente para nos comunicar, pois o sentimento em sua forma “crua” existe antes que exista a ferramenta para a transmissão dele. A pergunta é: É possivel interpretar um sentimento sem o uso de qualquer ferramenta perceptiva? A resposta pode ser concebida como afirmativa, pois entendemos os sentidos carnais como extremamente limitados, ainda que não possamos perceber os sentimentos em sua forma crua podemos em algo se aproximar à isto, por exemplo: posso notar os olhos de uma criança brilharem, e sentir toda a glória de sua emotividade, igualmente recebendo aquela emoção, no entanto me utilizei para isto da ferramenta visual, num âmbito espiritual isto de daria de maneira totalmente psíquica, sem a necessidade de qualquer ferramenta sensorial. É por isto que foi dito que quando as auras entram em contato não só são transmitidas informações comuns como sentimentos “crus”ou em sua forma mais essencial fora da razão, intelecto. Ou seja: algo que está fora do campo racional, a razão não é sulficientemente grande para entender a emoção, é uma outra ferramenta de linguagem, é como comparar matemática com literatura, ou música com escultura. São ferramentas de comunicação diversas, que podem até certo ponto se entender. No entanto de todas estas ferramentas o sentimento é a chave de todos, e por isto supera a todas, na verdade o sentimento é a metafísica do espírito, e todas as ferramentas servem ou para desencadea-lo ou para tentar torpe e ínfimamente descreve-lo. Existem esperiências psiquicas pelas quais passamos em nossas vidas que são definitivamente impossíveis de descrever atravéz da linguagens, estas experiências é evidente que não se passam no campo ideológico, pragmatico ou imaginário senão no campo sentimental e espiritual. O mais interessante de se notar é que na percepção extra sensorial existem tanto fatores de percepção empírica como questões altamente subjetivas e sentimentais, é ao mesmo tempo uma experiência sensorioal ( do campo espiritual ) intelectual ( pois o sujeito reflete sobre o que percebe ) e sentimental ( encontra-se a essência do ser ).

      As auras estão pois, impregnadas de pensamentos e sentimentos pessoais, que correspondem à essência mais profunda do “eu”, ou ao “eu”verdadeiro, e não à aparência do eu, pois o mundo fízico faz distorcer a essência de cada alma, pois a razão e todas as outras ferramentas de expressão do ser humano não são sulficientes para comunicar exatamente aquilo que se é, ou o estado verdadeiro pelo qual se perpassa, assim começamos a distorcer o que somos e onde vivemos, passando a viver numa interpretação erronea de nós mesmos e do mundo. Por isto é absolutamente correto dizer que pouco conhecemos da realidade. Seria petulância dizer que realidade condiz com um mundo unicamente empirico, excluindo as percepções e interpretações pessoais do mundo criadas por cada um.

      Deste contato entre auras podem sobrevir situações mal entendidas, ou mesmo  inesperadas. Como as “intuições” que podem ser consideradas como comunicação entre auras, ou mesmo situações premonitórias em sonhos, que na realidade não são premonitórias senão algo que ocorre no próprio momento em que se dorme, pois o mundo psíquico à noite está tão vivo quanto no diz, assim, é como se à noite a humanidade estivesse vivenciando uma série de acontecimentos psíquicos em tempo real, e após acordar o sujeito revivencia aquilo que já foi vivenciado à noite, não foi só prenunciado senão vivenciado, pois o psiquismo em sua raiz não conhece o fator tempo, assim não existe diferença em prenunciar e vivenciar. Não há diferença em lembrar ou vivenciar, pois a lembrança abala o mundo psíquico do mesmo modo que o que se vive no presente.

      A empatia pode ser provocada não apenas com o contato direto, como também de formas que são mais poderosas que as ferramentas convencionais de que dispomos, como as emanações fluídicas ou as auras. A aura, conforme foi dito, pode ser mais ou menos ampla, pois é maleável, aliás, só tem tamanho porque está num ambiente físico, dotado de dimensões espaciais e temporais. A meditação e a oração deixam o ser portador da aura mais próximo de sua realidade essencial, treinar a aura não quer dizer que ela ficará maior ou mais poderosa, pois em verdade ela se conserva desde o momento que é criada por Deus do mesmo tamanho, em sua mesma harmonia, o que ocorre é que o ser vai adquirindo aos poucos maiores possibilidades de usa-la, é como dizer que um trabalhador ganha uma ferramenta perfeita quando nasce, no entanto enquanto criança não têm força sulficiente para usa-la adequadamente, e, conforme cresce e fica mais forte ( ele e não sua ferramenta que fica forte, não vamos confundir! ) têm maiores possibilidades de atuar nos objetos para os quais sua ferramenta foi construida.

      Os objetos para os quais a ferramenta da alma foi construida são o próprio mundo, o sujeito na medida em que se desenvolve pode intervir mais conscientemente e eficazmente em suas potencialidades psíquicas, é por isto que erroneamente podemos conceber que existem auras maiores e menores, na verdade são todas do mesmo tamanho, o que muda é o contacto que temos com ela.

      Este contato é amplificado com preces e meditações podendo chegar à níveis desconhecidos pela sociedade atual, o homem pode intervir em toda a natureza através de seu poder, assim como São Francisco tinha um contato harmonioso com toda a natureza, e conversava com os animais de maneira direta os paranormais têm campos de atuação distintos, em objetos ou mesmo outras pessoas através de telepatia. A prece possibilita, na medida em que o poder psíquico se desenvolve ( conforme o modo já descrito ) a criação de empatias espirituais, pois o que está em união não são somente as nuanças humanas, os detalhes, variações de afeição ou gostos intelectuais mas sim o ponto nevrálgico humano: a própria alma.

      Por quê são os gênios e os bruxos representados muitas vezes por figuras com os cabelos eriçados? Um dos efeitos de magnetismo provocado pela alteração do que poderiamos chamar de “metabolismo magnético”do corpo humano, pois nosso corpo, assim como o planeta terra também possui um equilíbrio magnético, que se alastra por todo o corpo, mas que têm como base de comando o cérebro, ou antes do cérebro o que se denomina de mente. Deste modo os cabelos ficam em pé, no entanto, como já vimos no decorrer dos estudos existem situações específicas, em que estes tipos de fenômenos têm maior probabilidade de ocorrências. Estas situações podem ser colocadas como meditações ou preces, em que um fluxo de “algo” , que sinceramente, não sei se podemos determinar pela palavra “energia” penetra no ser pelo topo da cabeça, ou mesmo dele é emanada. O ato de criação artística, ou científica, nas quais, quando sendo levado à sério e aos seus limites máximos, exigem grande dose de criatividade, e um árduo trabalho mental e cerebral, partindo deste pressuposto podemos dizer que os grandes criadores sempre tiveram boa dose de mediunidade, pois incitaram no decorrer de suas vidas um treinamento mental, que mesmo que não seja especificadamente religioso não deixa de ser mental. Isto ocorre porque o ato criativo têm como exigência os mesmos parâmetros que o ato religioso, estas exigências são: imaginação fértil, convicção, crença, hipótese, execução, valores morais tudo inserido num gradativo desenvolvimento que inclui começo, meio e fim.

      É certo que podemos diferenciar em larga escala a criação artística da descoberta científica, no entanto é fato que as duas atividades possuem muitos aspectos em comum, conforme foi citado acima a criatividade por exemplo é requisito essencial nas duas. É certo dizer que o desenvolvimento geral do ser humano em suas variadas atividades, principalmente naquelas que exigem qualidades mentais, são fatores que desencadeiam e seguem um desenvolvimento constante da mediunidade. Basta ser vivo para ser médium, não há exigências de freqüentar “centros espíritas” nem igrejas para desenvolver a mediunidade, pois esta é como qualquer outro sentido natural do ser humano, para ser bom musico não é exigência obrigatória freqüentar escola de música, mas sim treinar as ferramentas necessárias para isto, para jogar futebol com perícia exímia não é exigência fazer escola de futebol senão treinar futebol, seja de que forma for. A mediunidade portanto se enquadra nesta idéia, ainda que haja certa importância em freqüentar uma igreja ou “centro espírita”com certa constância para um médium, já que estes ambientes possuem uma estrutura do mundo espiritual com organização voltada ao contato do homem desencarnado com o encarnado mediante as leis morais de Deus, onde prevalece o amor entre todos os terráqueos, estejam eles mortos ou vivos.  A atividade mediúnica é otimizada quando há uma freqüência linear nestes ambientes espirituais religiosos, fora deles pode-se muito desenvolver a mediunidade, ainda que o mais aconselhável seja freqüenta-los.

6 - Sobre os aspectos cientificos do Espiritismo

 

      Sobre os aspectos científicos do espiritismo:

 O espiritismo utiliza-se da ciência como recurso de conhecimento de suas realidades, logo devemos antes de tudo saber como funciona o processo científico, e exatamente o quê é ciência.  A ciência é uma definição de métodos para a procura da realidade, os métodos científicos para o desenvolvimento e ordenação do raciocínio são:

A)     Dedução,

B)      Indução ( composta por 4 etapas, segundo o método proposto por Galileu Galilei )

1 - Observação,

2 - Hipótese

      3 - Experimentação ( Metodológica, Heurística, de Simulação, Nomológico )

      4 - Teoria ou lei.

C)      Dialética.

       A ciência é pois um subsídio essencial ao espiritismo, enquanto uma idéia de caráter sério e confiável, o espírita que se julgue conhecedor profundo de sua religião deve conhecer também os detalhes da construção do conhecimento científico, isso é o aspecto mais marcante que distingue o espiritismo de Allan Kardec de quaisquer outras religiões, é também o que lhe confere a característica de uma religião que está  de acordo com o pensamento moderno, pois satisfaz às necessidades da pesquisa científica, ganhando com isto o respaldo da era moderna e com ela caminhando para a descoberta das verdades espirituais do mundo, que em sua essência através de todos os tempos da humanidade sempre fora utilizado, mas área na qual nunca fora aplicada uma proposta científica.

      Uma pergunta que podemos incutir em nossos raciocínio é: Qual o ambiente mais propícios às experiências transcendentais ou estados alterados de consciência? É evidente que uns ambientes são mais propícios que outros, temos que na Grécia antiga haviam os Oráculos, que eram ambientes dentro de cavernas que funcionavam como portais para os mundos espirituais, onde ia-se pedir conselhos à uma Deusa, o médium ficava dentro de uma rocha específica, que era oca por dentro, e lá mesmo ficava por muito tempo recebendo sua alimentação através de um orifício.

         Existem diversos fatores que propiciam uma mudança de estado de percepção da realidade, desde o uso de substancias como “drogas” como LSD ou “peiote” até temperatura ambiente e qualidades climaticas como existência de luz da lua, névoas ou chuva. É mais provável que se veja um espírito numa selva que num ambiente da cidade? Mediante às infliências dos fatores externos devemos concluir que uma selva é mais propícia. Existem no entanto distinções a fazer com relação aos médiuns, os parapsicólogos chamam de “psis” as pessoas que possuem poderes psíquicos ampliados, os espíritas os chamam de médiun, mas estão falando da mesma coisa? É fato que uma pessoa pode ter poderes específicos sem precisares do auxílio ou da presença de espíritos desencarnados? Ou sempre que houver um fenômeno “psi” estará lá um espírito auxiliando para que aqeuilo ocorra? Estas são perguntas interessantes, pois estariam diminuindo, no caso de uma resposta positiva, a amplitude de poder da mente humana enquanto encerrada em si mesma. Do contrário podemos formular a seguinte idéia: um médium intuitivo ou psicógrafo que põe no papel idéias que não são provenientes de seus mente mas de algum lugar externo têm diversas possibilidades de explicação que não seja a presença de uma espírito desencarnado: A) Pode estar captando idéias de pessoas que estejam por perto ou mesmo longe dele, mas que estejam tão vivas quanto ele. De um suposto sub-consciente coletivo. B) pode estar captando idéias de seus próprio sub-conciente, que é lógicamente um campo mais vasto que sua linha de pensamento racional habitual. C) Pode estar captando idéias, considerando como válida a hipótese reencarnatória, de suas próprias vidas anteriores. D) Pode não estar captando coisa alguma, mas sim atravéz de um processo de criatividade estar criando algo até então desconhecido, algo novo, uma composição absolutamente inovadora. – Estas possibilidades demonstram que o campo de discussão do processo de captação mediúnica pode ser mais amplo do que imagina-se, e é com bastante cautela que devemos considerar como válida a transmissão de pensamentos dos espíritos já mortos para os vivos, lembre-mo-nos da inexistência de personalidade, ou da importância da personalidade naqueles que já se foram, eu diria que há uma união dos espiritos ou “monadas” de tal modo que formassem massas informes de tipos de personas que se diferenciassem e se ligassem ao psiquismo dos seres encarnados de tal modo que lhe influenciassem os pensamentos, não intensionalmente mas em um processo natural, como o equilibrio biológico das inter-relaç~`òes dos diversos animais, plantas e objetos da natureza ou seja: equilíbrio do ecossistema. Atualmente sou contra a teoria espírita que traz uma idéia de extrema similaridade da vida dos mortos com aquela dos encarnados, como se as interações sociais prosseguissem exatamente iguais, deve ser algo mais abstrato, mais distante de nossas teorizações e muito mais desta ingenuidade e infantilidade espírita que traz uma idéia praticamente igual à uma novela ou romance qualquer. Para quê isto? Quando o ser humano irá se aprofundar nos temas mais profundos da metafísica? Quando iremos buscar entender verdadeiramente aos temas da filosofia da realidade espiritual?

      Uma pergunta resume isto: Como é a percepção da realidade por parte de um espírito desencarnado? Para responder esta pergunta devemos entender o que é um espirito desencarnado, qual a sua constituição, qual é o seu mundo, quais são seus meios de percepção do mundo. Nós encarnados temos 5 sentidos, sendo que os médiuns podemos considerar como portadores de alguns sentidos adicionais, isto terá intima realação com a discussão  que aqui se travará.

      É lógico imaginar que as experiências que fazem o homem perceber o mundo espiritual nos dão uma noção de como se procede a percepção dos espíritos desencarnador, mesmo que esta seja uma noção parca e fragmentada, pois nós encarnados, assim como os desencarnados também somos espíritos, de constituição idêntica 1à deles. Partindo deste pressuposto poderemos concluir coisas interessantes na bunca das noções que procuramos, assim a percepção do mundo espiritual que temos deve se aproximar em algo da percepção que têm os espíritos. Estas percepções sobrevêm quando se chega à um estado alterado de consciência ou mesmo em sonhos, onde a noção do tempo e espaço se perde e o que mais vale são os estados emotivos. É por certo um mundo onde os processos perceptivos são totalmente dististos dos da matéria, o que é conveniente crer dada à diferença da matéria de que falamos, ou da materia sutil, É como querer comparar as possibilidades de caminhada de uma formiga e de um elefante, os parâmetros são totalmente diversos, ainda que possamos de maneira ou outra aplicar algum termo comparativo por alguma espécie de proximidade, pois a formiga caminha e o elefante caminha. Os dois praticam a mesma atividade, isto temos de convir. Assim os encarnados vivem, os desencarnados também vivem, a vida é pois um valor comum aos dois estados de percepção da realidade, ainda que estes dois estados sejam completamente distintos. Se perguntarmos, e discorrermos de maneira profunda sobre quais são os valores da vida, o que é a vida, qual seu objetivo encontraremos questões que estão relacionadas tanto com os encarnados quanto aos desencarnados. Estes valores estando em comum, por serem perenes, nos dão mostras de uma proximidade maior do que imaginamos entre as duas qrealidades, que na verdade compõe uma só. Talvez não possamos sequer imaginar qual a extensão das percepções da realidade por parte de espíritos desencarnados, mas podemos entender os valores morais e filosóficos que são igualmente aplicados aos dois mundos. É no estudo dos “psis” e dos médiuns que entenderemos como é a percepção do mundo por parte dos espíritos destituidos de carne, é curioso notar que podemos entender através de explicações racionais e lógicas, mas que tudo isto seria um conhecimento inútil perto da prórpia vivência deste tipo de percepção, o que efetivamente invalidaria por completo a aquisição deste conhecimento inócuo.

      Até que ponto são importantes a visão, olfato, paladar, tato, audição ou mesmo propriocepção no mundo espiritual donde inexistem espaço e tempo? Haveriam sentidos e percepções diferentes destes? É bastante provável, pois a constituição da ferramenta que é o teu corpo muda por completo, e mesmo na terra nos deparamos com animais portadores de sentidos bastante peculiares como sonar ( morcegos ) , rastreadores do calor ( cobras ) visão ultra aguçada ( águias ) visão dos raios ultravioletas ( abelhas ) olfato super apurado ( cachorros, visão noturna ( Gatos ) a percepção dos animais encarnados já se diferencia da do homem de maneira marcante, que imaginar então do ser humano quando este mudar de estados materiais para os imateriais? Também podemos perguntar-mo-nos como percebem os espíritos desencarnados o mundo material, pois teriam eles as percepç~`òes do mundo espiritual e do material, enquanto nós só temos do material. As ferramentas de que eles dispõem para a percepção da realidade são mais amplas que as nossas, e eles percebem a realidade de um modo mais próximo ao real que nós, assim, quando uma pessoa morre ela diz: - Oh! Quanto tempo vivi na ilusão, e só agora percebo a realidade assim como ela é. É como alguém em determinado momento da vida reavivar eu sentido da visão, ele assim dira: - Por tanto tempo vivi neste mundo, e agora o vejo como é em sua completude. – Isto não quer dizer que antes ele vivia num mundo falso, mas que não percebia detalhes da realidade do mundo que eram importantes. Assim, os espíritos desencarnados percebem o mundo de uma maneira diferente, mas completa e abrangente, entretanto isto não se dá apenas no âmbito dos sentidos como principalmente nas questões nevraugicas da vida, que são respectivamente as questões sentimentais e afetivas. É como se os sentimentos fossem amplificados, e o espírito só se move no mundo dos espírito através dos sentimentos, pois com excessão à isto nada mais corresponde à realidade, tudo é sentimento, eu sou e o que me cerca é sentimento, neste caso eu percebo meus sentimentos e dos que me cercam de maneira muito mas profunda que quando estava encarnado, as ferramentas de percepção dos sentimentos são muito mais amplas, pois não sou tão restrito como antes, que devia extrair de meu sub-consciente parcas noções de meus sentimentos, pois agora sou íntegro, me sinto totalmente assim como sou, e assim tenho parâmetros mais reais para ter relações com os outros, para sentir os outros.

      Nestas linhas não se faz uma reflexão apenas nas percepções sensoriais dos espiritos desencarnados como também das percepç~`òes sentimentais, aliás as sentimentais devem se sobrepor às sensoriais de tal maneira que fazem com que estas percam sua importância, é por isto que os espíritos que desencarnam muitas vezes ficam obscurecidos por tempos indeterminados por sentimentos obscurecidos, porque ele é seu próprio entimento e porque o tempo efetivamente não existe. A metafisica humana corresponde à vontade, a vontade rege as ações humanas, que nas inter-relações geram sentimentos dos mais diversos, os sentimentos estão ligados portanto à Criação de Deus: a vontade. O homem é a vontade, isto é o máximo que conseguiríamos resumir da existencia humana, no pressuposto de sendo criação de Deus. Por isto o mundo espiritual corresponde em vontade. Perder-se-ia neste caso qualquer importância que quizéssemos das às percepções da realidade por parte dos espíritos desencarnados, pois perceber deve ser sentimental e não sensorial.

      O mundo das percepções sensoriais é fútil segundo os santos, isto é paralelo com o desenvolvimento de nosso tema, os santos, como se vê preocupam-se exclusivamente com as questões morais, neles encontramos seres já espirituais, como se fossem desencarnados. São Francisco de Assis não se preocupa se passa frio ou calor, se lhe xingam ou atiram pedras, o único que é importante é vivenciar no âmago do ser as verdades ditas por Deus atravéz dos profetas. É assim que colocamos o mundo espiritual, e a percepçào ddeste mundo por parte dos desencarnados como sendo completamente da nossa, pois ela não é física e sim completamente moral e sentimental, é assim que seria iimpossível colocar num romance humano uma realidade totalmente espiritual, é assim que todos chamam os santos de loucos. É por isto que Jesus Cristo teve de morrer na cruz, o homem não consegue entender este modo de percepção da realidade que vivenciam os santos, o homem comum não entende a autopunição, auto-flagelação e destituição dos valores do corpo vivenciadas pelos santos. Pois é uma ilusão a percepçãso do mundo atravéz dos sentidos comumente utilizados, os santos são aqueles que conseguem perceber isto antes de desencarnar, e, em jejum, com o corpo extremamente fraco fortalecem a percepção espiritual a tal ponto que as verdades sentimentais, morais do inconsciente se afloram de tal forma que passam a vivenciar ao mesmo tempo a realidade espiritual e a carnal, notando o quão ilusória é a carnal.

      Tudo está dividido! Definitivamente está tudo em células distintas, cada qual se entende em si, e quando vai à gaveta vizinha não consegue entender. Assim é o mundo, estamos divididos em partes  diferentes, o mais improvável é crer que as partes juntas formam um todo, assim é.

      As linguagens da arte, por exemplo, de que modo podemos nos igualar à linguagem literária na compreensão dos detalhes da vida? Até que ponto pode a razão tentar igualar-se à arte musical? Como equiparar a própria vida diante das artes plásticas em todo o poder de expressividade? Como poderão os atletas, exímios na arte empírica de compreensão do mundo entender a beatitude dos santos à quem o corpo nada significa, ou aos intelectuais onde a fantasia da imaginação exerce incomensurável dimensão no entendimento e vivência do mundo?

      Tudo está dividido em cápsulas, que quando unidas formam uma constituição única, como os aovéolos dos pulmões, esferas de um rolamento, planetas de um sistema ou olhos das pessoas. Sim, são esferas que unidas compõem uma só realidade, ainda que uma nunca consiga, ou quando sim de maneira parca, entender a outra.

      O amor, que reside em todas as categorias é a chama que lhes confere um só sentido, uma só direção, uma só realidade. É este o principal subsídio que fornece a vontade de viver, a estupenda euforia da alegria, o sorriso terno, fraterno e sutil, o brilho empolgado dos olhos daquele que vê com todo o ardor e intensidade de sua alma. É o amor, o fermento que faz crescer o coração, que não abarca assim somente mais sangue, como também mais pedaços dos outros. Num altruismo abnegado, numa operação milagrosa o ser humano sai de seu casulo, liberta-se de sua gaveta, pula de sua célula com vigor e pela primeira vez sente o ambiente que antes por ele não era entendido. Sente outra realidade.

      Não há para isto a exigência de deixar de lado o fator profundidade, muito pelo contrário: é no detalhe que brilha a percepção dos mais minuciosos sons da natureza humana, os sons esplendorosos de cânticos celestes, os sons do silêncio que faz brilhar pupilas amantes.

      Há no entanto momentos obscuros, em que a amargura é por vezes uma ferramenta necessária para a descoberta de novos valores, vejam só onde discorro: na moralidade humana. Para que realmente vivemos senão para o social? Haverá algo mais importante que o social? Algo mais real? Por certo entende-se social o contato que fazemos com outro, este outro pode ser representado por uma planta,pedra,nuvem,sol outro ser humano ou espírito evanescente. A vida é naturalmente um princípio social, deste modo é perspicaz concluir que o principal guia da vida deve ser delineado por princípios que regem as comunicações entre duas ou mais partes, que são respectivamente os valores morais. Assim está bem explicado que na doutrina de Jesus Cristo haja irrefutável preponderância nos valores de que discorremos agora.

      União e amor são uma mesma verdade, pois o amor leva à união, já que o sujeito querendo ao outro ajudar passa de certo modo a ser este outro, no momento em que o ajuda, pois move o outro, ou melhor: move-se no outro. Não há importância aqui do corpo em seu sentido físico, mas sim do espírito em sua ação moralizadora, cheia de sentido e nobreza. O universo teve uma mesma origem, deste modo ele é “Uno”, Deus criou à tudo, Deus é tudo, não há divisões, e tudo que disto possa se denominar é ilusão criada pelas interpretações errôneas do homem, que por não se encontrar em estágio culturalmente, moralmente e intelectualmente tão avançado passa a dar ao mundo o sentido até onde sua imaginação e razão lhe permite.

      É evidente que na medida que desenvolve o homem em todos os seus aspetos, evolui a capacidade interpretativa que ele confere ao universo que o cerca. É neste sentido que nossa concepção de realidade espiritual irá ser mais ou menos complexa conforme seja nossa capacidade de abstração da realidade, dos valores da vida e do desenvolvimento de alguma teoria filosófica, numa medida mais ampla ocorrerá isto com a humanidade, com o passar dos séculos o processo do pensamento humano funcionará de diferentes maneiras, e amanhã chegaremos à conclusões até então impossíveis justamente por causa deste fenômeno espistemologico, que é natural.

      O caráter social do mundo explica porque Deus é amor, e porque é “Uno”, logo: tudo sendo o próprio Deus tudo é amor, e não coexistem divisões quaisquer, senão um todo harmônico que pode ser por isto ser entendido como uma unidade, a divisão é ilusão, o amor é a unidade. Nestas proposições dialéticas, através de frases curtas, incisivas e lógicas chegamos à conclusões que nos proporcionarão refletir sobre esta mesma realidade no âmbito espiritual pós-morte, pois como tratam-se de assuntos perenes podemos considera-los como assuntos espirituais, ainda que estejam numa discussão de encarnados. No entanto, a partir do momento em que se cava cada vez mais nesta terra da vida, buscando as origens, os pontos nevralgicos das humanidades, a metafísica do universo e das interações sociais acabamos por chegar à uma discussão espiritual, pois não existe um muro que delimita os assuntos terrenos dos espirituais, senão tudo condiz com um processo sutil e imperceptível onde os temas se desenvolvem de tal modo que aods poucos parte-se do físico e vagarosamente ao espiritual. As questões espirituais dos encarnados, são as mesmas que as dos desencarnados, por isto são tão importantes as noções de bem e mal, para a definição de um sistema moral, pois falando-se de percepção a única coisa que deve realmente diferenciar-se nos vivos para os mortos é o fato de os mortos terem uma amplitude de percepção mais complexa que os vivos ( falo aqui levando a tese de que após a morte exista algum tipo de percepção sensorial do mundo, pois o contrário aterradoramente poderia ocorrer ), nas questões morais a mesma problemática permanece, tanto “lá” como “aqui”, é assim que dentre as filosofias Indianas há afirmação de que o mundo é por completo uma ilusão, as percepções sensoriais seriam enganosas, pois as coisas que permanecem iguais em qualquer plano de existencia que se viva são relativas à moralidade, ou seja: o amor é a verdade, fora disto nada existe, tampouco a percepção sensória do mundo.

       Por incrível que pareca, com o mínimo de bom senso notariamos atravéz de uma análise racional que esta idéia faz sentido, pois as quesões que mais nos afligem no mundo em essência são todas de caráter social, para a resolução deste dilema não devemos ficar abismado com o fato da percepção sensorial ser uma ilusão, e decorrente disto o próprio universo, mas sim acreditar e notar que há algo que não precisa de percepção que se chama amor. Pois estando o amor dentro de nós como iriamos para senti-lo ter de recorre à uma ferramenta perceptiva? Deus é uno, nós somos Deus, nós temos amor não dentro de nós mas somos o próprio amor, o universo físico nem espiritual nunca foi criado propriamente, mas é um subterfúgio criado pela ilusão da humanidade quando se distanciou de sua própria realidade, assim pode ser dito que este universo ilusório foi criado pela própria humanidade, e sendo a humanidade o próprio Deus, logo Deus criou o universo ilusório.

      Temos disto duas afirmações importantes:

Deus é amor.

Deus criou o universo ilusório.

      Chegamos a tal ponto de nossas discussões que alguns pontos chaves são correspondem às únicas verdades existentes, não estamos aqui brincando de dialética senão tentando compreender através de um processo de abstração a verdade do mundo integralmente, englobando todas as suas dimensões, físicas e extra-físicas. Isto talvez nos ajude a explicar a ausência de tempo e espaço após a morte, mas não a ausência de tudo, o fato do mundo e o universo nunca haver existido não quer dizer que não exista um único amor, que somos nós mesmos ou o que se pode resumir como Deus, no entanto afirmações que representam uma unica verdade, o fato é que nós somos esta verdade. Esta idéia pode nos auxiliar na compreenção de que os espíritos após desencarnar ficam praticamente obsecados pelas questões morais que os assolaram durante todas as suas existências terrenas, ou de maneira mais preponderante sobre a última, ainda que não haja uma diferênca temporal entre a ordem de existencias terrenas, pois o tempo não existe, o que existe é a realidade de um ser sempre presente, que é assim como é, e isto é a vida, efetivamente o passado e o futuro são percepções abstratas da realidade presente.

      Diz-se que a percepção do tempo se esvai naqueles que entram em estado de percepção extra-sensorial, ou naqueles que morrem. Isto é a prova empirica das proposições lógicas da filosofia, que concluem esta mesma realidade sem que seja necessária a experimentação. Isto é o que doa ainda mais valor à importancia da filosofia na descoberta do mundo, portanto, suas concepções acerca do mundo espiritual são de importância suma, muitas vezes não somente se antecipando como chegando à idéias que no mundo empirico são impossíveis de se atinjir. Este seria por certo o momento mais adequado à desmerecer enquanto verdades filosóficas ( busca de um conhecimento real ) por parte de romances e “historietas” espiritas, já que são pobres em concepções da realidade do mundo e ricas em problemáticas sociais.

      O desenvolvimento mediúnico está intimanete relacionado com o desenvolvimento do ser em questão, pois desenvolvimento é integral, em sua constituição natural o ser humano não é dividido em partes, é devido à isto que se um de seus aspectos é evoluido os outros também acompanharão este desenvolvimento. Assim ocorre que uma educação literária de uma maneira ou outra ajuda no desenvolvimento da mediunidade, educação musical, assim como todas as atividades que possa o ser humano exercer.

      Na consciência da idéia de que somos espíritos evanescentes, formas fluídicas de leveza sultil, devemos mudar completamente a concepção de realidade, e passar a levar em consideração uma filosofia de vida completamente distinta da que levávamos antes, por isto o espiritismo nem qualquer outra religião não é composto somente de embasamentos teóricos senão de vivência daquilo que é idealizado. Os ideais são de uma realidade mais abrangente, o ser humano encarnado conhece conscientemente uma pequena parte de si mesmo porque a carne priva-lhe das lembranças das vidas passadas ( Como exatamente, e porquê todavia não discorrí, mas é assunto de grande interesse a nós ) Vamos supor que um sujeito viveu 400 encarnações em seus ciclos de aprendizagem terrena, e que quando morto nos interstícios de suas incarnações estudou muito e vivenciou experiências inter-estelares, inter-planetárias e experiências de uma dimensão inconcebível; para a dimenção dos encarnados. Neste exemplo podemos ter uma parca noção do que constitui realmente a vida segundo a concepção reencarnatória, uma noção tão parca e simples que se aproxima do nada. Infelismente é este o processo racional que dispomos para entender a vida espiritual. Imaginem agora que este sujeito esteja encarnado, e que a essência de todas as suas encarnações e dos interstícios se resumam à sua personalidade. Quê ocorre então? Ele supostamente se conhece, sabe o jeito que têm de reagir perante a vida, somente não sabe o porque deste jeito. Este porque se explica em todas as experiências pelas quais perpassou em todos os ciclos de vida desde que Deus o criou. O importante não é eu saber exatamente porque sou assim, mas sim ser assim, pois este sou eu: logo é errado dizer que eu não me lembro das outras encarnações quando estou na carne pois apenas o conhecimento de minha personalidade pode ser considerado como uma lembrança, mas não uma lembrança intelectual, mas sim a lembrança mais importante: a lembrança do “ser” ( no sentido de verbo ) Eu sou assim, se sou assim quer dizer que consigo acumular atravéz de todas as vivências o meu ser, do contrário cada vez que reencarnasse teria de ser um outro e perderia minha essência.

      Podemos aprofundar concepções filosóficas à respeito da morte em veredas mais amplas, vamos supor que após a morte havendo mais vida haja outro fenômeno de morte, e assim por diante num processo initerrupto até perpassarmos por todas as onze dimenções. Em todas as vidas sempre teriamos seu final como algo misterioso, e isto faria como se tivessemos mais vontade de viver, pois se a morte não fosse nada misteriosa o sentido da vida iria se distorcer, uns não teriam receio de por fim à vida intencionalmente, outros não saberiam como viver. É este o sentido do mistério: o mistério da morte é a chave que faz a vida ser delineada em trilhos corretos. No entanto, em nossa nova teoria a morte não seria somente uma senão 11 mortes, em todas haveria o mistério e por consequencia iriamos viver em cada uma delas avidamente. Não obstante na primeira vida, que é a terrestre não haveria a lembrança das outras 10, na segunda o sujeito lembraria a vida terrestre, na terceira lembraria a terrestre e a segunda, o processo de lembrança seria cumulativo até a décima primeira vida, quando o processo se iniciaria mais uma vez começando da terra, neste momento entretanto o sujeito se esqueceria de tudo reiniciando o ciclo uma vez mais. Ciclo que se repetiria initerruptam,ente até que o sujeito alcançasse uma elevação espiritual, moral, sentimental intelectual sulfuciente para fugir, escapar, sair, transpassar este ciclo caindo num âmbito de realidade mais elevado, neste novo âmbito o indivíduo não teria forma específica, pois convenhamos meus amigos, por exemplo: vocês teriam a ingenuidade de julgar que num indivíduo com 1000 encarnações há alguma importância em sua forma ou aparência? Supostamente não há. Não existem peculiaridades na personalidade do sujeito, pois as verdades perenes são iguais, assim todos que atingem este estado são absolutamente iguais, diferenciando-se apenas pela maneira exata que se utilizaram para ali chegarem, uns mais rápidos, outros mais lentamente, entretanto todos alí estão: habitantes que superaram este ciclo de vidas, que são seres sem forma ou padrão corporal específico, que não se localizam no tempo, mas sim num lugar muito especial que pode ser representado metaforicamente pelas estrelas, que emitem suas luzes à todos os planetas, pois neste contexto: Qual é a função primordial da vida além da evolução? Que ocorrerá quando chegar-se ao estado último de evolução? Além de evoluir a única coisa que se há de fazer é ajudar os outros a evoluir, por isto as estrelas estão muito bem colocadas como exemplos desta realidade última, pois enviam suas luzes à todas as redondezas. O sol, aqui em nosso sistema planetário seria uma morada de Deuses, que envia suas luzes à todos os planetas.

      Em meio à esta complexa especulação à respeito da teoria reencarnatória não foi seuqer cogitado nas possibilidades gerais da reencarnações, pois o universo é por certo constituido com a utilização dos mesmos elementos básicos, que surgiram, pela mais atual teoria atravéz de uma só explosão. Assim o que poderia impedir uma criação espiritual se amoldar à qualquer destas formas para vivenciar um mundo material. Deste modo a existencia de um ser se daria num ciclo muito mais vasto do que poderiamos imaginar: encarnariamos em água, terra, fogo, ar, pedras, plantas, animais e homem e em outros possíveis seres de carne mais avançados intelectualmente e de mais avançada capacidade geral que o próprio homem. Somos por certo muito soberbos julgando que o homem é o topo, o melhor ser que há no mundo: no entanto não conhecemos empiricamente qual é a maneira que um golfinho, que as baleias ou que os macacos pensam. Podemos sobre isto fazer apenas cogitações teóricas, e por isto incertas. Assim não é sabio fazer conclusões precipitadas à respeito das vantagens dos homens com relação às outras formas do mundo.

      Com relação à vastidão do universo imaginem um átomo como sendo um pequeno sistema planetário, agora imaginem que quando Jesus disse: - Vós sois Deuses e não sabeis. – Ele se referisse ao fato de que nós temos no organismo muitos átomos, ou sistemas planetários, e que nosso próprio sistema planetário fosse um átomo de um gigantesco ser ou mesmo de uma pedra de uma dimensão que estivesse num nível superior ao nosso. E este processo de aumento prosseguisse por 11 dimensões. É esta somente uma maneira fácil de ilustrar a imensidão do universo, e uma maneira imaginativa de propor 11 dimensões, ainda que isto não se passe exatamente assim, senão em teorias da física altamente complexas.

      Retornando no tema da contemplação, há ainda questões importantes a serem abordadas. Por exemplo: a contemplação de um quadro composto geométricamente, numa mescla de cores equilátela e com formações angulosas que se igualam em ambos os lados, sendo quasquer as formas e variações que pdoem se encontrar dentro destas normas. Estas estruturas visuais podem incitar a mente de uma maneira bastante peculiar provocando estados de alteração de consciência e isto nos dá uma amplitude de discussão bastante larga. Um interessante exemplo deste tipo de obra é a pintura de Antônio Maluf chamada “Permutações” de proporções bastante grandes, sendo composta por um conjunto matematicamente harmonioso, ou então a obra de Hermelindo Fiaminguai intitulada “alternado I” em que formas equiláteras e triangulares negras se alternam de maneira hipnótica. Não estamos discorrendo aqui sobre formas de enganar as ferramentas visuais orgânicas, mas sim no alcance de um êxtase espiritual que se utiliza numa primeira instância dos recursos visuais, portanto um processo que vai além dos sentidos comuns.

       O que particularmente chamou-me a atenção neste caso peculiar é perguntar quais são as reais possibilidades de atuação do homem no mundo, pois desconhecendo os próprios recursos mentais ele vive, assim não usufrui da totalidade de suas possibilidades vivenciais, é assim que o homem atual não conhece a realidade como é.  Retornando à questão da visuaisação há muitas questões a serem discorridas, por exemplo: no caso da contemplação religiosa, em que se contemplam imagens de santos há um diferencial de grande peso com relação aos quadros de pinturas simétricas, esta diferença consiste justamente no fato de que os santos estão impregnados de valores históricos e morais, sendo uma representação em estátua de alguém que supostamente viveu e executou muitas façanhas tais como os milagres e uma vida voltada às leis divinas. O contemplador, sendo um religioso, e provavelmente conhecedor destas realidades relacionadas ao seu santo de devoção não só passa o tempo visualizando aquela estátuas levando em consideração apenas a imagem que se depara diante de si, como também uma avalancha de idéias à respeito de uma realidade ( do santo ) vêm à sua mente, psiquicamente ele dá um valor à imagem, um valor sagrado e de um respeito inestimável. Esta situação pode ser significante no que toca às exigências para uma ascencão espiritual, ou um estado de consciência alterado. Disse que pode ser uma exigência necessária o aspecto de sagrado através da moral religiosa, mas que não é estritamente necessário, à esta outra conclusão chegamos quando retornamos ao tema dos quadros geométricos, pois estes consistem apenas em imagens com cores e formas das mais variadas, não possuindo em si quaisquer valores sagrados, religiosos ou mesmo humanos. Isto nos leva a concluir que os estados alterados de consciência podem ser atingidos com a ausência de valores morais e religiosos, apoiando-se apenas no fator estético e morfológico do que contempla a visão, é deste modo que extraimos a conclusão de que a contemplação pode ser compreendida como um procedimento meramente empírico, destituindo-se dos divagares psíquicos.

      Para alguns esta conclusão pode parecer aterradora, mas é elucidativa e racional, não obstante ainda persistem alguns fatores importantes de discussão que poderão surpreendentemente nos fazer retornar à idéia de que os fatores psíquicos ainda são essenciais para atingir-se um estado alterado de consciência. Isto se passará quando perguntarmos o seguinte: Deve existir pré disposição para atingir tal estado? É evidente, pois do contrário todos atingiriam, e somente nos médiuns isto é observado, ou no que a parapsicologia denomina de “psis”, o desenvolvimento da mediunidade que muito comentamos nestes escritos é fator essencial para esta passagem de estados perceptivos, a pergunta mais importante agora é: Como se transcorre o desenvolvimento da mediunidade? Segundo as concepções espíritas esta questão torna-se bastante complexa, pois o espírito enquanto desencarnado, antes de encarnar pode fazer o pedido de ser portador em sua futura vida de mediunidade, assim ele têm em estado latente um fator mediúnico a ser desenvolvido automaticamente durante a vida, que proveio de um pedido, ou a combinação de um contrato ou termo. Esta é supostamente uma metáfora ingênua, que tem como pretenção facilitar o entendimento desta idéia, pois ousar conceber como seria este pedido é algo tão distante de nossas capacidades racionais que seria o cúmulo dizer que isto se passa assim, pois as únicas bases de comparação que temos são da nossa própria dimensão, ou no máximo até onde nossa imaginação possa desbravar. Assim, neste 1o caso a mediunidade teria como causa um acordo feito com antecedência, com o objetigo de engrandescer a humanidade, pois é profícua para a cultura em geral e para o contacto com os “mortos” que numa sátira poderiamos dizer estar mais vivos que os que se julgam vivos. Bem, na “mediunidade contratual” não há a necessidade de muito esforço para seu desenvolvimento e afloramento, ela cresce e aumenta em potência assim como cresce o corpo do indivíduo em seus aspectos organicos, como um processo que faz parte de leis naturais. Entretanto é uma minoria que estabelece préviamente o termo de mediunidade, portanto no caso da grande maioria das pessoas o desenvolvimento da mediunidade só se dá em procedimentos específicos, que tentarei humildemente descrever nestas linhas. Aceito análises e críticas do leitores, no entanto esperem os senhores outras refutações que farei  com primazia inequívoca.

        O dito “sexto sentido” se refere resumidamente à todos os fenômenos que estejam fora do alcance dos 5 sentidos conhecidos pela humanidade, podemos incluir um contingente vasto de fenômenos tais como sonhos premonitôrios, levitação, visões entre muitos outros, estamos aqui conversando especificadamente sobre a contemplação, seus valores e seu processo. Foi concluido sabiamente que deve haver algum tipo de pré-disposição para que este fenômeno ocorra, podendo ser um acordo feito antes do nascimento ou um processo de desenvolvimento. No caso do sesenvolvimento há uma gama bastante vasta de “treinos” que podem ser executados para desenvolver as potencialidades mentais. Ir a uma missa por exemplo é um treino da mediunidade, meditar também. Mas é irrisóriamente verdadeiro que existem infinitas maneiras de meditar e de interpretar a missa na qual se está.

      Na meditação podemos imprimir, de acordo com que passam-se os meses algumas variedades. Como meditar olhando ao espelho, fixando o olhar diretamente à uma das pupilas em uma semi-obscuridade que pode variar em diferentes intensidades. Pode-se meditar olhando a chama de uma vela, pode-se meditar olhando à uma paisagem natural em meio à noite obscura. A obscuridade conforme dito é fator essencial na meditação. O tempo de meditação deve ser bastante largo, um mínimo de uma hora e um máximo indeterminado, podendo ser uma noite por completo. A música e a utilização de pedras ou objetos sagrados pode ser importante, tudo dependrá do valor psíquico que é inserido à estes procedimentos e objetos. É evidente que começa-se pelo simples passando-se depois ao complexo, cada vez mais, chegando-se a métodos mais difíceis de maneira gradativa. Um cerimonial compõe um conjunto de formalidades que devem ser observadas num ato, a meditação pede ter em sí um cerimonial importante para aumentar a intensidade da energia psíquica do sujetito. Pois os cerimoniais são atitudes estpecíficas impregnadas de valores morais e religiosos. Na meditação dá-se valores que em estado de razão comuns dir-se-ia absurdor tais como considerar a vinda de ventos como a vinda de espíritos, ou o farfalhar das plantas como a presença de gnomos, ou as variações da chama de uma vela como mensagens dos deuses. Esta atitude de pensamento do contemplador compõe uma mudança dos valores do mundo, que mudam completamente incitando ainda mais um estado psíquico alternativo. No conjunto do cerimonial com a atitude de à tudo tornar sagrado haverá uma repercução esperada, é esperada por parte da pessoa que medita porque este desenvolveu esta possibilidade de maneira paulatina, não existem sustos. Ninguém corre uma maratona de 42 quilômetros derrepente, se assim fizesse iria abismar-se com a ocorrência, do contrário deve correr por anos a fio até decidir fazer um treino específico de quatro meses para este tipo de prova. Na mediunidade o mesmo ocorre, as percepções iniciais não passam de pensamentos, até que pouco à pouco chega-se no âmbito de uma percepção empírica espiritual, e não uma atitude imaginativa mental. O mundo espiritual também se compõe de percepções empírics, ainda que estas sejam bastante peculiares, e difíceis de seres comparadas com as percepç~ões empiricas carnais.

      A uqestão é bastante interessante, pois no inicio do treino o indivíduo está num estado de especulação intelectiva, as preces podem ser enquadradas neste parâmetro quando são preces racionais, ou seja: permutações filosóficas diante de Deus, há também as preces repetitivas como o terço ou os “mantras” em que não há um fator racionas mas sim estático, a estética poéticas auxilia na ascenção espiritual, assim como anteriormente a estética visual dos quadros. As preces que são ditas sem o auxílio do raciocínio não portam, ou melhor: acabam por perder o peso moral e religioso ficando adstritas ao estético com a função de esvaziar o pensamento racional ao qual estamos condicionados em nossa dimensão, pois entrar na dimensão espiritual é adquirir novos processos de percepção, e extirpar os processos de percepção comuns pode auxiliar, é por isto justamente que as coisas não precisam ter um nexo racional no mundo espiritual.

      Os treinos da mediunidade podem ser outros que a missa e a meditação, os processos intelectivos comuns, por constituirem a alavanca inicial da meditação podem ser considerados como recursos essenciais no começo. Desenvolver a capacidade de abstração da realidade empirica pode ser visto como requisito inicial para a aquisição da mediunidade, portanto a imaginação é o que deve ser trabalhado, com leituras de livros, mnão necessariamente espíritas mas qualquer livro, é evidente que quanto mais complexa a linguagem e mais figurativa mais teremos este potencial desenvolvido. Outros subsídios são tão espirituais quanto terrenos como o trabalho artistico qualquer que seja, mas não somente a assimilação cultural da arte senão a produção artística do próprio indivíduo.

      É por isto que concluimos que o desenvolvimento da pessoa nos campos meramente humanos também são desenvolvimentos mediúnicos, é claro que quanto mais enlevada e complexa é a educação tão mais avançado serão os poderes psíquicos.

      É por tudo o que foi dito que não são todos que vendo um quadro podem se extasiar espiritualmente, e que, mesmo apesar de um quadro de simetrias e desenhos geométricos nào estar impregnado de valores morais e religiosos há a possibilidade de que a pessoa que vê o quadro e chegar ao estado de percepção extra sensorial, teve de, em seu processo de refinamento mediúnico, imergir dentro destes valores, e ativa-os automaticamente independente da figura que vê, o que pode até ser um processo não consciente. Assim está posta a contraposição à afirmação de que poder-se-ia chegar à estados alterados de consciência sem dotar-se dos valores morais e religiosos, pois estes valores estariam não no ambiente externo, mas sim no mas profundo psiquismo do médium, não havendo necessidades de mensagens morais exatas, mas sim de uma interpretação exata da imagem, ou a atribuição de valores internos ao ambiente externo. ( Repito: esta atribuição pode passar-se de forma não consciente, assim o sujeito diz: - Mas eu não atribuí um “cerimonial” tampouco dei valores sagrados ao que via – Diz isto porque não percebeu que em seu âmago fez isto, seu racional não percebeu. )

      Esta hipótese parece ser uma das vias possiveis de entendermos esta situação, a via mais complicada por envolver um processo não consciente, a mas otimista, pois dá valor moral à tudo no mundo, mesmo que não consciente. A outra possibilidade é de situações provocadas meramente pelos órgãos dos sentidos, sem envolver composições de pensamento ou aplicações de valores aos objetos, seriam sulficientes para provocar os estados alterados de conciência. O que seria comprovado com a existência de médiuns não religiosos, ou que não tenham a tendência de atribuir valores diferentes e peculiarmente distintos às coisas. Pois o sujeito pode não ser religioso mas utiliza-se do mesmo processo que se utiliza a religião na aplicação de seus valores aos santos, eventos ou coisas.

      Podemos mais sabiamente aceitar as duas hipóteses simultaneamente, pois elas se aceitam entre si, podem existir numa mesma concepção.

13 - Conversa entre dois homens

  13 - Conversa entre dois homens Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de...