Wednesday, October 30, 2024

7 - Sobre a Empatia

 

Sobre a empatia:

      A palavra “empatia” está posta no dicionário como abstração da própria vida interior para aceitar um conteúdo psíquico diferente ou apreciação emocional dos sentimentos de outros. Tendo como etimologia  EN ( dentro ) PHATOS (  sentimentos ). Mas quê realmente é a empatia? Quê poderíamos discorrer neste tema levando em consideração a teoria espírita? Ou mesmo nossas divagações sobre meditação? Sabe-se que cada pessoa têm uma personalidade distinta, peculiar e bastante pessoal. A personalidade pode ser entendidas por uma série de caracteres como gostos, prazeres, opiniões, concepções e modo de percepção do mundo. Mesmo que cada pessoa tenha um gosto pelas coisas, um entendimento do mundo bastante peculiar pode-se fazer uma divisão dividindo a humanidade em grandes contingentes, ficando separadas por grupos de personalidade específicos assim como faz a medicina Aiuvérica da India, ou mesmo como propôs Adous Huxley dividindo os seres humanos em três grupos principais: mesomorfos, ectomorfos e endomorfos. Aplicando em sua teoria para cada grupo, que tem constituições físicas específicas, características psiquicas comuns. Mediante o que foi dito, conduimos que mesmo tendo caracteristicas únicas, cada pessoa ainda pode assemelhar-se em muitos aspéctos à outras. Deste modo seria óbvio concluir que entrando em contacto com outros ela pode tanto compartilhar tendencias comuns como entrar em atrito nas características incomuns. Isto se passa em todos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade: intelectual, afetivo, religioso, físico, filosófico ou moral. Pode ocorrer o caso da pessoa partilhar do mesmo partino no aspécto filosófico e desentender-se no âmbito físico, ou então ter a mesma fluência no aspecto sentimental e atritar na parte intelectual, deste modo imergimos em possibilidades de relações diversas quando comparamos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade. O que pode ser uma denominação bastante larga, mas que descreve um conceito que condiz absolutamente com toda a realidade existencial humana, pois está resumido neste breve título todas as possíveis vivências humanas.

      Sendo uma margen tão ampla de vivências é certo que no que se combina ou não com outra pessoa é igualmente vasto, tudo funcionaria como o desenho de uma série de montanhas, nas quais quando sobrepostas algumas se encaixariam perfeitamente, enquanto outras ora estariam mais altas ora mais baixas quando comparadas entre si. Assim, num desenho conseguimos colocar o ser humano, com sua personalidade atual ( mas não em “potencia” como descreve Santo Agostinho ) e com todas as nuanças de sua personalidade.

      A discussão espírita sobre empatia ultrapassa o mero conceito da personalidade, pois entra num campo psíquico muito mais profundo: a Alma. Nossos corpos estão dotados de emanações fluídicas, que representam nosso próprio eu, A aura está impregnada com a essência do eu, destituida das distorções provicadas pelo pensamento restrito do corpo, pela razão ou intelecto. Estas emanaçõ4es fluídicas que compõe a aura têm uma determinada amplitude no espaço físico, esta amplitude pode aumentar ou diminuir conforme a disposição psíquicas da pessoa. Quanto maior a importância que esta pessoa doa à seu campo psíquico mais forte ele será, quanto mais apegada ao mundo dos sentidos menor será a amplitude de sua aura.

      Num ambiente com muitas pessoas, levando em consideração que as auras de cada pessoa tenham amplitudes diversas, notamos que elas estariam em contato já inter-cambiando uma série de características psíquicas como sentimentos e idéias através de imagens, palavras ou outros meios que ultrapassam em muito as ferramentas racionais que dispomos comumente para nos comunicar, pois o sentimento em sua forma “crua” existe antes que exista a ferramenta para a transmissão dele. A pergunta é: É possivel interpretar um sentimento sem o uso de qualquer ferramenta perceptiva? A resposta pode ser concebida como afirmativa, pois entendemos os sentidos carnais como extremamente limitados, ainda que não possamos perceber os sentimentos em sua forma crua podemos em algo se aproximar à isto, por exemplo: posso notar os olhos de uma criança brilharem, e sentir toda a glória de sua emotividade, igualmente recebendo aquela emoção, no entanto me utilizei para isto da ferramenta visual, num âmbito espiritual isto de daria de maneira totalmente psíquica, sem a necessidade de qualquer ferramenta sensorial. É por isto que foi dito que quando as auras entram em contato não só são transmitidas informações comuns como sentimentos “crus”ou em sua forma mais essencial fora da razão, intelecto. Ou seja: algo que está fora do campo racional, a razão não é sulficientemente grande para entender a emoção, é uma outra ferramenta de linguagem, é como comparar matemática com literatura, ou música com escultura. São ferramentas de comunicação diversas, que podem até certo ponto se entender. No entanto de todas estas ferramentas o sentimento é a chave de todos, e por isto supera a todas, na verdade o sentimento é a metafísica do espírito, e todas as ferramentas servem ou para desencadea-lo ou para tentar torpe e ínfimamente descreve-lo. Existem esperiências psiquicas pelas quais passamos em nossas vidas que são definitivamente impossíveis de descrever atravéz da linguagens, estas experiências é evidente que não se passam no campo ideológico, pragmatico ou imaginário senão no campo sentimental e espiritual. O mais interessante de se notar é que na percepção extra sensorial existem tanto fatores de percepção empírica como questões altamente subjetivas e sentimentais, é ao mesmo tempo uma experiência sensorioal ( do campo espiritual ) intelectual ( pois o sujeito reflete sobre o que percebe ) e sentimental ( encontra-se a essência do ser ).

      As auras estão pois, impregnadas de pensamentos e sentimentos pessoais, que correspondem à essência mais profunda do “eu”, ou ao “eu”verdadeiro, e não à aparência do eu, pois o mundo fízico faz distorcer a essência de cada alma, pois a razão e todas as outras ferramentas de expressão do ser humano não são sulficientes para comunicar exatamente aquilo que se é, ou o estado verdadeiro pelo qual se perpassa, assim começamos a distorcer o que somos e onde vivemos, passando a viver numa interpretação erronea de nós mesmos e do mundo. Por isto é absolutamente correto dizer que pouco conhecemos da realidade. Seria petulância dizer que realidade condiz com um mundo unicamente empirico, excluindo as percepções e interpretações pessoais do mundo criadas por cada um.

      Deste contato entre auras podem sobrevir situações mal entendidas, ou mesmo  inesperadas. Como as “intuições” que podem ser consideradas como comunicação entre auras, ou mesmo situações premonitórias em sonhos, que na realidade não são premonitórias senão algo que ocorre no próprio momento em que se dorme, pois o mundo psíquico à noite está tão vivo quanto no diz, assim, é como se à noite a humanidade estivesse vivenciando uma série de acontecimentos psíquicos em tempo real, e após acordar o sujeito revivencia aquilo que já foi vivenciado à noite, não foi só prenunciado senão vivenciado, pois o psiquismo em sua raiz não conhece o fator tempo, assim não existe diferença em prenunciar e vivenciar. Não há diferença em lembrar ou vivenciar, pois a lembrança abala o mundo psíquico do mesmo modo que o que se vive no presente.

      A empatia pode ser provocada não apenas com o contato direto, como também de formas que são mais poderosas que as ferramentas convencionais de que dispomos, como as emanações fluídicas ou as auras. A aura, conforme foi dito, pode ser mais ou menos ampla, pois é maleável, aliás, só tem tamanho porque está num ambiente físico, dotado de dimensões espaciais e temporais. A meditação e a oração deixam o ser portador da aura mais próximo de sua realidade essencial, treinar a aura não quer dizer que ela ficará maior ou mais poderosa, pois em verdade ela se conserva desde o momento que é criada por Deus do mesmo tamanho, em sua mesma harmonia, o que ocorre é que o ser vai adquirindo aos poucos maiores possibilidades de usa-la, é como dizer que um trabalhador ganha uma ferramenta perfeita quando nasce, no entanto enquanto criança não têm força sulficiente para usa-la adequadamente, e, conforme cresce e fica mais forte ( ele e não sua ferramenta que fica forte, não vamos confundir! ) têm maiores possibilidades de atuar nos objetos para os quais sua ferramenta foi construida.

      Os objetos para os quais a ferramenta da alma foi construida são o próprio mundo, o sujeito na medida em que se desenvolve pode intervir mais conscientemente e eficazmente em suas potencialidades psíquicas, é por isto que erroneamente podemos conceber que existem auras maiores e menores, na verdade são todas do mesmo tamanho, o que muda é o contacto que temos com ela.

      Este contato é amplificado com preces e meditações podendo chegar à níveis desconhecidos pela sociedade atual, o homem pode intervir em toda a natureza através de seu poder, assim como São Francisco tinha um contato harmonioso com toda a natureza, e conversava com os animais de maneira direta os paranormais têm campos de atuação distintos, em objetos ou mesmo outras pessoas através de telepatia. A prece possibilita, na medida em que o poder psíquico se desenvolve ( conforme o modo já descrito ) a criação de empatias espirituais, pois o que está em união não são somente as nuanças humanas, os detalhes, variações de afeição ou gostos intelectuais mas sim o ponto nevrálgico humano: a própria alma.

      Por quê são os gênios e os bruxos representados muitas vezes por figuras com os cabelos eriçados? Um dos efeitos de magnetismo provocado pela alteração do que poderiamos chamar de “metabolismo magnético”do corpo humano, pois nosso corpo, assim como o planeta terra também possui um equilíbrio magnético, que se alastra por todo o corpo, mas que têm como base de comando o cérebro, ou antes do cérebro o que se denomina de mente. Deste modo os cabelos ficam em pé, no entanto, como já vimos no decorrer dos estudos existem situações específicas, em que estes tipos de fenômenos têm maior probabilidade de ocorrências. Estas situações podem ser colocadas como meditações ou preces, em que um fluxo de “algo” , que sinceramente, não sei se podemos determinar pela palavra “energia” penetra no ser pelo topo da cabeça, ou mesmo dele é emanada. O ato de criação artística, ou científica, nas quais, quando sendo levado à sério e aos seus limites máximos, exigem grande dose de criatividade, e um árduo trabalho mental e cerebral, partindo deste pressuposto podemos dizer que os grandes criadores sempre tiveram boa dose de mediunidade, pois incitaram no decorrer de suas vidas um treinamento mental, que mesmo que não seja especificadamente religioso não deixa de ser mental. Isto ocorre porque o ato criativo têm como exigência os mesmos parâmetros que o ato religioso, estas exigências são: imaginação fértil, convicção, crença, hipótese, execução, valores morais tudo inserido num gradativo desenvolvimento que inclui começo, meio e fim.

      É certo que podemos diferenciar em larga escala a criação artística da descoberta científica, no entanto é fato que as duas atividades possuem muitos aspectos em comum, conforme foi citado acima a criatividade por exemplo é requisito essencial nas duas. É certo dizer que o desenvolvimento geral do ser humano em suas variadas atividades, principalmente naquelas que exigem qualidades mentais, são fatores que desencadeiam e seguem um desenvolvimento constante da mediunidade. Basta ser vivo para ser médium, não há exigências de freqüentar “centros espíritas” nem igrejas para desenvolver a mediunidade, pois esta é como qualquer outro sentido natural do ser humano, para ser bom musico não é exigência obrigatória freqüentar escola de música, mas sim treinar as ferramentas necessárias para isto, para jogar futebol com perícia exímia não é exigência fazer escola de futebol senão treinar futebol, seja de que forma for. A mediunidade portanto se enquadra nesta idéia, ainda que haja certa importância em freqüentar uma igreja ou “centro espírita”com certa constância para um médium, já que estes ambientes possuem uma estrutura do mundo espiritual com organização voltada ao contato do homem desencarnado com o encarnado mediante as leis morais de Deus, onde prevalece o amor entre todos os terráqueos, estejam eles mortos ou vivos.  A atividade mediúnica é otimizada quando há uma freqüência linear nestes ambientes espirituais religiosos, fora deles pode-se muito desenvolver a mediunidade, ainda que o mais aconselhável seja freqüenta-los.

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