Wednesday, October 30, 2024

6 - Sobre os aspectos cientificos do Espiritismo

 

      Sobre os aspectos científicos do espiritismo:

 O espiritismo utiliza-se da ciência como recurso de conhecimento de suas realidades, logo devemos antes de tudo saber como funciona o processo científico, e exatamente o quê é ciência.  A ciência é uma definição de métodos para a procura da realidade, os métodos científicos para o desenvolvimento e ordenação do raciocínio são:

A)     Dedução,

B)      Indução ( composta por 4 etapas, segundo o método proposto por Galileu Galilei )

1 - Observação,

2 - Hipótese

      3 - Experimentação ( Metodológica, Heurística, de Simulação, Nomológico )

      4 - Teoria ou lei.

C)      Dialética.

       A ciência é pois um subsídio essencial ao espiritismo, enquanto uma idéia de caráter sério e confiável, o espírita que se julgue conhecedor profundo de sua religião deve conhecer também os detalhes da construção do conhecimento científico, isso é o aspecto mais marcante que distingue o espiritismo de Allan Kardec de quaisquer outras religiões, é também o que lhe confere a característica de uma religião que está  de acordo com o pensamento moderno, pois satisfaz às necessidades da pesquisa científica, ganhando com isto o respaldo da era moderna e com ela caminhando para a descoberta das verdades espirituais do mundo, que em sua essência através de todos os tempos da humanidade sempre fora utilizado, mas área na qual nunca fora aplicada uma proposta científica.

      Uma pergunta que podemos incutir em nossos raciocínio é: Qual o ambiente mais propícios às experiências transcendentais ou estados alterados de consciência? É evidente que uns ambientes são mais propícios que outros, temos que na Grécia antiga haviam os Oráculos, que eram ambientes dentro de cavernas que funcionavam como portais para os mundos espirituais, onde ia-se pedir conselhos à uma Deusa, o médium ficava dentro de uma rocha específica, que era oca por dentro, e lá mesmo ficava por muito tempo recebendo sua alimentação através de um orifício.

         Existem diversos fatores que propiciam uma mudança de estado de percepção da realidade, desde o uso de substancias como “drogas” como LSD ou “peiote” até temperatura ambiente e qualidades climaticas como existência de luz da lua, névoas ou chuva. É mais provável que se veja um espírito numa selva que num ambiente da cidade? Mediante às infliências dos fatores externos devemos concluir que uma selva é mais propícia. Existem no entanto distinções a fazer com relação aos médiuns, os parapsicólogos chamam de “psis” as pessoas que possuem poderes psíquicos ampliados, os espíritas os chamam de médiun, mas estão falando da mesma coisa? É fato que uma pessoa pode ter poderes específicos sem precisares do auxílio ou da presença de espíritos desencarnados? Ou sempre que houver um fenômeno “psi” estará lá um espírito auxiliando para que aqeuilo ocorra? Estas são perguntas interessantes, pois estariam diminuindo, no caso de uma resposta positiva, a amplitude de poder da mente humana enquanto encerrada em si mesma. Do contrário podemos formular a seguinte idéia: um médium intuitivo ou psicógrafo que põe no papel idéias que não são provenientes de seus mente mas de algum lugar externo têm diversas possibilidades de explicação que não seja a presença de uma espírito desencarnado: A) Pode estar captando idéias de pessoas que estejam por perto ou mesmo longe dele, mas que estejam tão vivas quanto ele. De um suposto sub-consciente coletivo. B) pode estar captando idéias de seus próprio sub-conciente, que é lógicamente um campo mais vasto que sua linha de pensamento racional habitual. C) Pode estar captando idéias, considerando como válida a hipótese reencarnatória, de suas próprias vidas anteriores. D) Pode não estar captando coisa alguma, mas sim atravéz de um processo de criatividade estar criando algo até então desconhecido, algo novo, uma composição absolutamente inovadora. – Estas possibilidades demonstram que o campo de discussão do processo de captação mediúnica pode ser mais amplo do que imagina-se, e é com bastante cautela que devemos considerar como válida a transmissão de pensamentos dos espíritos já mortos para os vivos, lembre-mo-nos da inexistência de personalidade, ou da importância da personalidade naqueles que já se foram, eu diria que há uma união dos espiritos ou “monadas” de tal modo que formassem massas informes de tipos de personas que se diferenciassem e se ligassem ao psiquismo dos seres encarnados de tal modo que lhe influenciassem os pensamentos, não intensionalmente mas em um processo natural, como o equilibrio biológico das inter-relaç~`òes dos diversos animais, plantas e objetos da natureza ou seja: equilíbrio do ecossistema. Atualmente sou contra a teoria espírita que traz uma idéia de extrema similaridade da vida dos mortos com aquela dos encarnados, como se as interações sociais prosseguissem exatamente iguais, deve ser algo mais abstrato, mais distante de nossas teorizações e muito mais desta ingenuidade e infantilidade espírita que traz uma idéia praticamente igual à uma novela ou romance qualquer. Para quê isto? Quando o ser humano irá se aprofundar nos temas mais profundos da metafísica? Quando iremos buscar entender verdadeiramente aos temas da filosofia da realidade espiritual?

      Uma pergunta resume isto: Como é a percepção da realidade por parte de um espírito desencarnado? Para responder esta pergunta devemos entender o que é um espirito desencarnado, qual a sua constituição, qual é o seu mundo, quais são seus meios de percepção do mundo. Nós encarnados temos 5 sentidos, sendo que os médiuns podemos considerar como portadores de alguns sentidos adicionais, isto terá intima realação com a discussão  que aqui se travará.

      É lógico imaginar que as experiências que fazem o homem perceber o mundo espiritual nos dão uma noção de como se procede a percepção dos espíritos desencarnador, mesmo que esta seja uma noção parca e fragmentada, pois nós encarnados, assim como os desencarnados também somos espíritos, de constituição idêntica 1à deles. Partindo deste pressuposto poderemos concluir coisas interessantes na bunca das noções que procuramos, assim a percepção do mundo espiritual que temos deve se aproximar em algo da percepção que têm os espíritos. Estas percepções sobrevêm quando se chega à um estado alterado de consciência ou mesmo em sonhos, onde a noção do tempo e espaço se perde e o que mais vale são os estados emotivos. É por certo um mundo onde os processos perceptivos são totalmente dististos dos da matéria, o que é conveniente crer dada à diferença da matéria de que falamos, ou da materia sutil, É como querer comparar as possibilidades de caminhada de uma formiga e de um elefante, os parâmetros são totalmente diversos, ainda que possamos de maneira ou outra aplicar algum termo comparativo por alguma espécie de proximidade, pois a formiga caminha e o elefante caminha. Os dois praticam a mesma atividade, isto temos de convir. Assim os encarnados vivem, os desencarnados também vivem, a vida é pois um valor comum aos dois estados de percepção da realidade, ainda que estes dois estados sejam completamente distintos. Se perguntarmos, e discorrermos de maneira profunda sobre quais são os valores da vida, o que é a vida, qual seu objetivo encontraremos questões que estão relacionadas tanto com os encarnados quanto aos desencarnados. Estes valores estando em comum, por serem perenes, nos dão mostras de uma proximidade maior do que imaginamos entre as duas qrealidades, que na verdade compõe uma só. Talvez não possamos sequer imaginar qual a extensão das percepções da realidade por parte de espíritos desencarnados, mas podemos entender os valores morais e filosóficos que são igualmente aplicados aos dois mundos. É no estudo dos “psis” e dos médiuns que entenderemos como é a percepção do mundo por parte dos espíritos destituidos de carne, é curioso notar que podemos entender através de explicações racionais e lógicas, mas que tudo isto seria um conhecimento inútil perto da prórpia vivência deste tipo de percepção, o que efetivamente invalidaria por completo a aquisição deste conhecimento inócuo.

      Até que ponto são importantes a visão, olfato, paladar, tato, audição ou mesmo propriocepção no mundo espiritual donde inexistem espaço e tempo? Haveriam sentidos e percepções diferentes destes? É bastante provável, pois a constituição da ferramenta que é o teu corpo muda por completo, e mesmo na terra nos deparamos com animais portadores de sentidos bastante peculiares como sonar ( morcegos ) , rastreadores do calor ( cobras ) visão ultra aguçada ( águias ) visão dos raios ultravioletas ( abelhas ) olfato super apurado ( cachorros, visão noturna ( Gatos ) a percepção dos animais encarnados já se diferencia da do homem de maneira marcante, que imaginar então do ser humano quando este mudar de estados materiais para os imateriais? Também podemos perguntar-mo-nos como percebem os espíritos desencarnados o mundo material, pois teriam eles as percepç~`òes do mundo espiritual e do material, enquanto nós só temos do material. As ferramentas de que eles dispõem para a percepção da realidade são mais amplas que as nossas, e eles percebem a realidade de um modo mais próximo ao real que nós, assim, quando uma pessoa morre ela diz: - Oh! Quanto tempo vivi na ilusão, e só agora percebo a realidade assim como ela é. É como alguém em determinado momento da vida reavivar eu sentido da visão, ele assim dira: - Por tanto tempo vivi neste mundo, e agora o vejo como é em sua completude. – Isto não quer dizer que antes ele vivia num mundo falso, mas que não percebia detalhes da realidade do mundo que eram importantes. Assim, os espíritos desencarnados percebem o mundo de uma maneira diferente, mas completa e abrangente, entretanto isto não se dá apenas no âmbito dos sentidos como principalmente nas questões nevraugicas da vida, que são respectivamente as questões sentimentais e afetivas. É como se os sentimentos fossem amplificados, e o espírito só se move no mundo dos espírito através dos sentimentos, pois com excessão à isto nada mais corresponde à realidade, tudo é sentimento, eu sou e o que me cerca é sentimento, neste caso eu percebo meus sentimentos e dos que me cercam de maneira muito mas profunda que quando estava encarnado, as ferramentas de percepção dos sentimentos são muito mais amplas, pois não sou tão restrito como antes, que devia extrair de meu sub-consciente parcas noções de meus sentimentos, pois agora sou íntegro, me sinto totalmente assim como sou, e assim tenho parâmetros mais reais para ter relações com os outros, para sentir os outros.

      Nestas linhas não se faz uma reflexão apenas nas percepções sensoriais dos espiritos desencarnados como também das percepç~`òes sentimentais, aliás as sentimentais devem se sobrepor às sensoriais de tal maneira que fazem com que estas percam sua importância, é por isto que os espíritos que desencarnam muitas vezes ficam obscurecidos por tempos indeterminados por sentimentos obscurecidos, porque ele é seu próprio entimento e porque o tempo efetivamente não existe. A metafisica humana corresponde à vontade, a vontade rege as ações humanas, que nas inter-relações geram sentimentos dos mais diversos, os sentimentos estão ligados portanto à Criação de Deus: a vontade. O homem é a vontade, isto é o máximo que conseguiríamos resumir da existencia humana, no pressuposto de sendo criação de Deus. Por isto o mundo espiritual corresponde em vontade. Perder-se-ia neste caso qualquer importância que quizéssemos das às percepções da realidade por parte dos espíritos desencarnados, pois perceber deve ser sentimental e não sensorial.

      O mundo das percepções sensoriais é fútil segundo os santos, isto é paralelo com o desenvolvimento de nosso tema, os santos, como se vê preocupam-se exclusivamente com as questões morais, neles encontramos seres já espirituais, como se fossem desencarnados. São Francisco de Assis não se preocupa se passa frio ou calor, se lhe xingam ou atiram pedras, o único que é importante é vivenciar no âmago do ser as verdades ditas por Deus atravéz dos profetas. É assim que colocamos o mundo espiritual, e a percepçào ddeste mundo por parte dos desencarnados como sendo completamente da nossa, pois ela não é física e sim completamente moral e sentimental, é assim que seria iimpossível colocar num romance humano uma realidade totalmente espiritual, é assim que todos chamam os santos de loucos. É por isto que Jesus Cristo teve de morrer na cruz, o homem não consegue entender este modo de percepção da realidade que vivenciam os santos, o homem comum não entende a autopunição, auto-flagelação e destituição dos valores do corpo vivenciadas pelos santos. Pois é uma ilusão a percepçãso do mundo atravéz dos sentidos comumente utilizados, os santos são aqueles que conseguem perceber isto antes de desencarnar, e, em jejum, com o corpo extremamente fraco fortalecem a percepção espiritual a tal ponto que as verdades sentimentais, morais do inconsciente se afloram de tal forma que passam a vivenciar ao mesmo tempo a realidade espiritual e a carnal, notando o quão ilusória é a carnal.

      Tudo está dividido! Definitivamente está tudo em células distintas, cada qual se entende em si, e quando vai à gaveta vizinha não consegue entender. Assim é o mundo, estamos divididos em partes  diferentes, o mais improvável é crer que as partes juntas formam um todo, assim é.

      As linguagens da arte, por exemplo, de que modo podemos nos igualar à linguagem literária na compreensão dos detalhes da vida? Até que ponto pode a razão tentar igualar-se à arte musical? Como equiparar a própria vida diante das artes plásticas em todo o poder de expressividade? Como poderão os atletas, exímios na arte empírica de compreensão do mundo entender a beatitude dos santos à quem o corpo nada significa, ou aos intelectuais onde a fantasia da imaginação exerce incomensurável dimensão no entendimento e vivência do mundo?

      Tudo está dividido em cápsulas, que quando unidas formam uma constituição única, como os aovéolos dos pulmões, esferas de um rolamento, planetas de um sistema ou olhos das pessoas. Sim, são esferas que unidas compõem uma só realidade, ainda que uma nunca consiga, ou quando sim de maneira parca, entender a outra.

      O amor, que reside em todas as categorias é a chama que lhes confere um só sentido, uma só direção, uma só realidade. É este o principal subsídio que fornece a vontade de viver, a estupenda euforia da alegria, o sorriso terno, fraterno e sutil, o brilho empolgado dos olhos daquele que vê com todo o ardor e intensidade de sua alma. É o amor, o fermento que faz crescer o coração, que não abarca assim somente mais sangue, como também mais pedaços dos outros. Num altruismo abnegado, numa operação milagrosa o ser humano sai de seu casulo, liberta-se de sua gaveta, pula de sua célula com vigor e pela primeira vez sente o ambiente que antes por ele não era entendido. Sente outra realidade.

      Não há para isto a exigência de deixar de lado o fator profundidade, muito pelo contrário: é no detalhe que brilha a percepção dos mais minuciosos sons da natureza humana, os sons esplendorosos de cânticos celestes, os sons do silêncio que faz brilhar pupilas amantes.

      Há no entanto momentos obscuros, em que a amargura é por vezes uma ferramenta necessária para a descoberta de novos valores, vejam só onde discorro: na moralidade humana. Para que realmente vivemos senão para o social? Haverá algo mais importante que o social? Algo mais real? Por certo entende-se social o contato que fazemos com outro, este outro pode ser representado por uma planta,pedra,nuvem,sol outro ser humano ou espírito evanescente. A vida é naturalmente um princípio social, deste modo é perspicaz concluir que o principal guia da vida deve ser delineado por princípios que regem as comunicações entre duas ou mais partes, que são respectivamente os valores morais. Assim está bem explicado que na doutrina de Jesus Cristo haja irrefutável preponderância nos valores de que discorremos agora.

      União e amor são uma mesma verdade, pois o amor leva à união, já que o sujeito querendo ao outro ajudar passa de certo modo a ser este outro, no momento em que o ajuda, pois move o outro, ou melhor: move-se no outro. Não há importância aqui do corpo em seu sentido físico, mas sim do espírito em sua ação moralizadora, cheia de sentido e nobreza. O universo teve uma mesma origem, deste modo ele é “Uno”, Deus criou à tudo, Deus é tudo, não há divisões, e tudo que disto possa se denominar é ilusão criada pelas interpretações errôneas do homem, que por não se encontrar em estágio culturalmente, moralmente e intelectualmente tão avançado passa a dar ao mundo o sentido até onde sua imaginação e razão lhe permite.

      É evidente que na medida que desenvolve o homem em todos os seus aspetos, evolui a capacidade interpretativa que ele confere ao universo que o cerca. É neste sentido que nossa concepção de realidade espiritual irá ser mais ou menos complexa conforme seja nossa capacidade de abstração da realidade, dos valores da vida e do desenvolvimento de alguma teoria filosófica, numa medida mais ampla ocorrerá isto com a humanidade, com o passar dos séculos o processo do pensamento humano funcionará de diferentes maneiras, e amanhã chegaremos à conclusões até então impossíveis justamente por causa deste fenômeno espistemologico, que é natural.

      O caráter social do mundo explica porque Deus é amor, e porque é “Uno”, logo: tudo sendo o próprio Deus tudo é amor, e não coexistem divisões quaisquer, senão um todo harmônico que pode ser por isto ser entendido como uma unidade, a divisão é ilusão, o amor é a unidade. Nestas proposições dialéticas, através de frases curtas, incisivas e lógicas chegamos à conclusões que nos proporcionarão refletir sobre esta mesma realidade no âmbito espiritual pós-morte, pois como tratam-se de assuntos perenes podemos considera-los como assuntos espirituais, ainda que estejam numa discussão de encarnados. No entanto, a partir do momento em que se cava cada vez mais nesta terra da vida, buscando as origens, os pontos nevralgicos das humanidades, a metafísica do universo e das interações sociais acabamos por chegar à uma discussão espiritual, pois não existe um muro que delimita os assuntos terrenos dos espirituais, senão tudo condiz com um processo sutil e imperceptível onde os temas se desenvolvem de tal modo que aods poucos parte-se do físico e vagarosamente ao espiritual. As questões espirituais dos encarnados, são as mesmas que as dos desencarnados, por isto são tão importantes as noções de bem e mal, para a definição de um sistema moral, pois falando-se de percepção a única coisa que deve realmente diferenciar-se nos vivos para os mortos é o fato de os mortos terem uma amplitude de percepção mais complexa que os vivos ( falo aqui levando a tese de que após a morte exista algum tipo de percepção sensorial do mundo, pois o contrário aterradoramente poderia ocorrer ), nas questões morais a mesma problemática permanece, tanto “lá” como “aqui”, é assim que dentre as filosofias Indianas há afirmação de que o mundo é por completo uma ilusão, as percepções sensoriais seriam enganosas, pois as coisas que permanecem iguais em qualquer plano de existencia que se viva são relativas à moralidade, ou seja: o amor é a verdade, fora disto nada existe, tampouco a percepção sensória do mundo.

       Por incrível que pareca, com o mínimo de bom senso notariamos atravéz de uma análise racional que esta idéia faz sentido, pois as quesões que mais nos afligem no mundo em essência são todas de caráter social, para a resolução deste dilema não devemos ficar abismado com o fato da percepção sensorial ser uma ilusão, e decorrente disto o próprio universo, mas sim acreditar e notar que há algo que não precisa de percepção que se chama amor. Pois estando o amor dentro de nós como iriamos para senti-lo ter de recorre à uma ferramenta perceptiva? Deus é uno, nós somos Deus, nós temos amor não dentro de nós mas somos o próprio amor, o universo físico nem espiritual nunca foi criado propriamente, mas é um subterfúgio criado pela ilusão da humanidade quando se distanciou de sua própria realidade, assim pode ser dito que este universo ilusório foi criado pela própria humanidade, e sendo a humanidade o próprio Deus, logo Deus criou o universo ilusório.

      Temos disto duas afirmações importantes:

Deus é amor.

Deus criou o universo ilusório.

      Chegamos a tal ponto de nossas discussões que alguns pontos chaves são correspondem às únicas verdades existentes, não estamos aqui brincando de dialética senão tentando compreender através de um processo de abstração a verdade do mundo integralmente, englobando todas as suas dimensões, físicas e extra-físicas. Isto talvez nos ajude a explicar a ausência de tempo e espaço após a morte, mas não a ausência de tudo, o fato do mundo e o universo nunca haver existido não quer dizer que não exista um único amor, que somos nós mesmos ou o que se pode resumir como Deus, no entanto afirmações que representam uma unica verdade, o fato é que nós somos esta verdade. Esta idéia pode nos auxiliar na compreenção de que os espíritos após desencarnar ficam praticamente obsecados pelas questões morais que os assolaram durante todas as suas existências terrenas, ou de maneira mais preponderante sobre a última, ainda que não haja uma diferênca temporal entre a ordem de existencias terrenas, pois o tempo não existe, o que existe é a realidade de um ser sempre presente, que é assim como é, e isto é a vida, efetivamente o passado e o futuro são percepções abstratas da realidade presente.

      Diz-se que a percepção do tempo se esvai naqueles que entram em estado de percepção extra-sensorial, ou naqueles que morrem. Isto é a prova empirica das proposições lógicas da filosofia, que concluem esta mesma realidade sem que seja necessária a experimentação. Isto é o que doa ainda mais valor à importancia da filosofia na descoberta do mundo, portanto, suas concepções acerca do mundo espiritual são de importância suma, muitas vezes não somente se antecipando como chegando à idéias que no mundo empirico são impossíveis de se atinjir. Este seria por certo o momento mais adequado à desmerecer enquanto verdades filosóficas ( busca de um conhecimento real ) por parte de romances e “historietas” espiritas, já que são pobres em concepções da realidade do mundo e ricas em problemáticas sociais.

      O desenvolvimento mediúnico está intimanete relacionado com o desenvolvimento do ser em questão, pois desenvolvimento é integral, em sua constituição natural o ser humano não é dividido em partes, é devido à isto que se um de seus aspectos é evoluido os outros também acompanharão este desenvolvimento. Assim ocorre que uma educação literária de uma maneira ou outra ajuda no desenvolvimento da mediunidade, educação musical, assim como todas as atividades que possa o ser humano exercer.

      Na consciência da idéia de que somos espíritos evanescentes, formas fluídicas de leveza sultil, devemos mudar completamente a concepção de realidade, e passar a levar em consideração uma filosofia de vida completamente distinta da que levávamos antes, por isto o espiritismo nem qualquer outra religião não é composto somente de embasamentos teóricos senão de vivência daquilo que é idealizado. Os ideais são de uma realidade mais abrangente, o ser humano encarnado conhece conscientemente uma pequena parte de si mesmo porque a carne priva-lhe das lembranças das vidas passadas ( Como exatamente, e porquê todavia não discorrí, mas é assunto de grande interesse a nós ) Vamos supor que um sujeito viveu 400 encarnações em seus ciclos de aprendizagem terrena, e que quando morto nos interstícios de suas incarnações estudou muito e vivenciou experiências inter-estelares, inter-planetárias e experiências de uma dimensão inconcebível; para a dimenção dos encarnados. Neste exemplo podemos ter uma parca noção do que constitui realmente a vida segundo a concepção reencarnatória, uma noção tão parca e simples que se aproxima do nada. Infelismente é este o processo racional que dispomos para entender a vida espiritual. Imaginem agora que este sujeito esteja encarnado, e que a essência de todas as suas encarnações e dos interstícios se resumam à sua personalidade. Quê ocorre então? Ele supostamente se conhece, sabe o jeito que têm de reagir perante a vida, somente não sabe o porque deste jeito. Este porque se explica em todas as experiências pelas quais perpassou em todos os ciclos de vida desde que Deus o criou. O importante não é eu saber exatamente porque sou assim, mas sim ser assim, pois este sou eu: logo é errado dizer que eu não me lembro das outras encarnações quando estou na carne pois apenas o conhecimento de minha personalidade pode ser considerado como uma lembrança, mas não uma lembrança intelectual, mas sim a lembrança mais importante: a lembrança do “ser” ( no sentido de verbo ) Eu sou assim, se sou assim quer dizer que consigo acumular atravéz de todas as vivências o meu ser, do contrário cada vez que reencarnasse teria de ser um outro e perderia minha essência.

      Podemos aprofundar concepções filosóficas à respeito da morte em veredas mais amplas, vamos supor que após a morte havendo mais vida haja outro fenômeno de morte, e assim por diante num processo initerrupto até perpassarmos por todas as onze dimenções. Em todas as vidas sempre teriamos seu final como algo misterioso, e isto faria como se tivessemos mais vontade de viver, pois se a morte não fosse nada misteriosa o sentido da vida iria se distorcer, uns não teriam receio de por fim à vida intencionalmente, outros não saberiam como viver. É este o sentido do mistério: o mistério da morte é a chave que faz a vida ser delineada em trilhos corretos. No entanto, em nossa nova teoria a morte não seria somente uma senão 11 mortes, em todas haveria o mistério e por consequencia iriamos viver em cada uma delas avidamente. Não obstante na primeira vida, que é a terrestre não haveria a lembrança das outras 10, na segunda o sujeito lembraria a vida terrestre, na terceira lembraria a terrestre e a segunda, o processo de lembrança seria cumulativo até a décima primeira vida, quando o processo se iniciaria mais uma vez começando da terra, neste momento entretanto o sujeito se esqueceria de tudo reiniciando o ciclo uma vez mais. Ciclo que se repetiria initerruptam,ente até que o sujeito alcançasse uma elevação espiritual, moral, sentimental intelectual sulfuciente para fugir, escapar, sair, transpassar este ciclo caindo num âmbito de realidade mais elevado, neste novo âmbito o indivíduo não teria forma específica, pois convenhamos meus amigos, por exemplo: vocês teriam a ingenuidade de julgar que num indivíduo com 1000 encarnações há alguma importância em sua forma ou aparência? Supostamente não há. Não existem peculiaridades na personalidade do sujeito, pois as verdades perenes são iguais, assim todos que atingem este estado são absolutamente iguais, diferenciando-se apenas pela maneira exata que se utilizaram para ali chegarem, uns mais rápidos, outros mais lentamente, entretanto todos alí estão: habitantes que superaram este ciclo de vidas, que são seres sem forma ou padrão corporal específico, que não se localizam no tempo, mas sim num lugar muito especial que pode ser representado metaforicamente pelas estrelas, que emitem suas luzes à todos os planetas, pois neste contexto: Qual é a função primordial da vida além da evolução? Que ocorrerá quando chegar-se ao estado último de evolução? Além de evoluir a única coisa que se há de fazer é ajudar os outros a evoluir, por isto as estrelas estão muito bem colocadas como exemplos desta realidade última, pois enviam suas luzes à todas as redondezas. O sol, aqui em nosso sistema planetário seria uma morada de Deuses, que envia suas luzes à todos os planetas.

      Em meio à esta complexa especulação à respeito da teoria reencarnatória não foi seuqer cogitado nas possibilidades gerais da reencarnações, pois o universo é por certo constituido com a utilização dos mesmos elementos básicos, que surgiram, pela mais atual teoria atravéz de uma só explosão. Assim o que poderia impedir uma criação espiritual se amoldar à qualquer destas formas para vivenciar um mundo material. Deste modo a existencia de um ser se daria num ciclo muito mais vasto do que poderiamos imaginar: encarnariamos em água, terra, fogo, ar, pedras, plantas, animais e homem e em outros possíveis seres de carne mais avançados intelectualmente e de mais avançada capacidade geral que o próprio homem. Somos por certo muito soberbos julgando que o homem é o topo, o melhor ser que há no mundo: no entanto não conhecemos empiricamente qual é a maneira que um golfinho, que as baleias ou que os macacos pensam. Podemos sobre isto fazer apenas cogitações teóricas, e por isto incertas. Assim não é sabio fazer conclusões precipitadas à respeito das vantagens dos homens com relação às outras formas do mundo.

      Com relação à vastidão do universo imaginem um átomo como sendo um pequeno sistema planetário, agora imaginem que quando Jesus disse: - Vós sois Deuses e não sabeis. – Ele se referisse ao fato de que nós temos no organismo muitos átomos, ou sistemas planetários, e que nosso próprio sistema planetário fosse um átomo de um gigantesco ser ou mesmo de uma pedra de uma dimensão que estivesse num nível superior ao nosso. E este processo de aumento prosseguisse por 11 dimensões. É esta somente uma maneira fácil de ilustrar a imensidão do universo, e uma maneira imaginativa de propor 11 dimensões, ainda que isto não se passe exatamente assim, senão em teorias da física altamente complexas.

      Retornando no tema da contemplação, há ainda questões importantes a serem abordadas. Por exemplo: a contemplação de um quadro composto geométricamente, numa mescla de cores equilátela e com formações angulosas que se igualam em ambos os lados, sendo quasquer as formas e variações que pdoem se encontrar dentro destas normas. Estas estruturas visuais podem incitar a mente de uma maneira bastante peculiar provocando estados de alteração de consciência e isto nos dá uma amplitude de discussão bastante larga. Um interessante exemplo deste tipo de obra é a pintura de Antônio Maluf chamada “Permutações” de proporções bastante grandes, sendo composta por um conjunto matematicamente harmonioso, ou então a obra de Hermelindo Fiaminguai intitulada “alternado I” em que formas equiláteras e triangulares negras se alternam de maneira hipnótica. Não estamos discorrendo aqui sobre formas de enganar as ferramentas visuais orgânicas, mas sim no alcance de um êxtase espiritual que se utiliza numa primeira instância dos recursos visuais, portanto um processo que vai além dos sentidos comuns.

       O que particularmente chamou-me a atenção neste caso peculiar é perguntar quais são as reais possibilidades de atuação do homem no mundo, pois desconhecendo os próprios recursos mentais ele vive, assim não usufrui da totalidade de suas possibilidades vivenciais, é assim que o homem atual não conhece a realidade como é.  Retornando à questão da visuaisação há muitas questões a serem discorridas, por exemplo: no caso da contemplação religiosa, em que se contemplam imagens de santos há um diferencial de grande peso com relação aos quadros de pinturas simétricas, esta diferença consiste justamente no fato de que os santos estão impregnados de valores históricos e morais, sendo uma representação em estátua de alguém que supostamente viveu e executou muitas façanhas tais como os milagres e uma vida voltada às leis divinas. O contemplador, sendo um religioso, e provavelmente conhecedor destas realidades relacionadas ao seu santo de devoção não só passa o tempo visualizando aquela estátuas levando em consideração apenas a imagem que se depara diante de si, como também uma avalancha de idéias à respeito de uma realidade ( do santo ) vêm à sua mente, psiquicamente ele dá um valor à imagem, um valor sagrado e de um respeito inestimável. Esta situação pode ser significante no que toca às exigências para uma ascencão espiritual, ou um estado de consciência alterado. Disse que pode ser uma exigência necessária o aspecto de sagrado através da moral religiosa, mas que não é estritamente necessário, à esta outra conclusão chegamos quando retornamos ao tema dos quadros geométricos, pois estes consistem apenas em imagens com cores e formas das mais variadas, não possuindo em si quaisquer valores sagrados, religiosos ou mesmo humanos. Isto nos leva a concluir que os estados alterados de consciência podem ser atingidos com a ausência de valores morais e religiosos, apoiando-se apenas no fator estético e morfológico do que contempla a visão, é deste modo que extraimos a conclusão de que a contemplação pode ser compreendida como um procedimento meramente empírico, destituindo-se dos divagares psíquicos.

      Para alguns esta conclusão pode parecer aterradora, mas é elucidativa e racional, não obstante ainda persistem alguns fatores importantes de discussão que poderão surpreendentemente nos fazer retornar à idéia de que os fatores psíquicos ainda são essenciais para atingir-se um estado alterado de consciência. Isto se passará quando perguntarmos o seguinte: Deve existir pré disposição para atingir tal estado? É evidente, pois do contrário todos atingiriam, e somente nos médiuns isto é observado, ou no que a parapsicologia denomina de “psis”, o desenvolvimento da mediunidade que muito comentamos nestes escritos é fator essencial para esta passagem de estados perceptivos, a pergunta mais importante agora é: Como se transcorre o desenvolvimento da mediunidade? Segundo as concepções espíritas esta questão torna-se bastante complexa, pois o espírito enquanto desencarnado, antes de encarnar pode fazer o pedido de ser portador em sua futura vida de mediunidade, assim ele têm em estado latente um fator mediúnico a ser desenvolvido automaticamente durante a vida, que proveio de um pedido, ou a combinação de um contrato ou termo. Esta é supostamente uma metáfora ingênua, que tem como pretenção facilitar o entendimento desta idéia, pois ousar conceber como seria este pedido é algo tão distante de nossas capacidades racionais que seria o cúmulo dizer que isto se passa assim, pois as únicas bases de comparação que temos são da nossa própria dimensão, ou no máximo até onde nossa imaginação possa desbravar. Assim, neste 1o caso a mediunidade teria como causa um acordo feito com antecedência, com o objetigo de engrandescer a humanidade, pois é profícua para a cultura em geral e para o contacto com os “mortos” que numa sátira poderiamos dizer estar mais vivos que os que se julgam vivos. Bem, na “mediunidade contratual” não há a necessidade de muito esforço para seu desenvolvimento e afloramento, ela cresce e aumenta em potência assim como cresce o corpo do indivíduo em seus aspectos organicos, como um processo que faz parte de leis naturais. Entretanto é uma minoria que estabelece préviamente o termo de mediunidade, portanto no caso da grande maioria das pessoas o desenvolvimento da mediunidade só se dá em procedimentos específicos, que tentarei humildemente descrever nestas linhas. Aceito análises e críticas do leitores, no entanto esperem os senhores outras refutações que farei  com primazia inequívoca.

        O dito “sexto sentido” se refere resumidamente à todos os fenômenos que estejam fora do alcance dos 5 sentidos conhecidos pela humanidade, podemos incluir um contingente vasto de fenômenos tais como sonhos premonitôrios, levitação, visões entre muitos outros, estamos aqui conversando especificadamente sobre a contemplação, seus valores e seu processo. Foi concluido sabiamente que deve haver algum tipo de pré-disposição para que este fenômeno ocorra, podendo ser um acordo feito antes do nascimento ou um processo de desenvolvimento. No caso do sesenvolvimento há uma gama bastante vasta de “treinos” que podem ser executados para desenvolver as potencialidades mentais. Ir a uma missa por exemplo é um treino da mediunidade, meditar também. Mas é irrisóriamente verdadeiro que existem infinitas maneiras de meditar e de interpretar a missa na qual se está.

      Na meditação podemos imprimir, de acordo com que passam-se os meses algumas variedades. Como meditar olhando ao espelho, fixando o olhar diretamente à uma das pupilas em uma semi-obscuridade que pode variar em diferentes intensidades. Pode-se meditar olhando a chama de uma vela, pode-se meditar olhando à uma paisagem natural em meio à noite obscura. A obscuridade conforme dito é fator essencial na meditação. O tempo de meditação deve ser bastante largo, um mínimo de uma hora e um máximo indeterminado, podendo ser uma noite por completo. A música e a utilização de pedras ou objetos sagrados pode ser importante, tudo dependrá do valor psíquico que é inserido à estes procedimentos e objetos. É evidente que começa-se pelo simples passando-se depois ao complexo, cada vez mais, chegando-se a métodos mais difíceis de maneira gradativa. Um cerimonial compõe um conjunto de formalidades que devem ser observadas num ato, a meditação pede ter em sí um cerimonial importante para aumentar a intensidade da energia psíquica do sujetito. Pois os cerimoniais são atitudes estpecíficas impregnadas de valores morais e religiosos. Na meditação dá-se valores que em estado de razão comuns dir-se-ia absurdor tais como considerar a vinda de ventos como a vinda de espíritos, ou o farfalhar das plantas como a presença de gnomos, ou as variações da chama de uma vela como mensagens dos deuses. Esta atitude de pensamento do contemplador compõe uma mudança dos valores do mundo, que mudam completamente incitando ainda mais um estado psíquico alternativo. No conjunto do cerimonial com a atitude de à tudo tornar sagrado haverá uma repercução esperada, é esperada por parte da pessoa que medita porque este desenvolveu esta possibilidade de maneira paulatina, não existem sustos. Ninguém corre uma maratona de 42 quilômetros derrepente, se assim fizesse iria abismar-se com a ocorrência, do contrário deve correr por anos a fio até decidir fazer um treino específico de quatro meses para este tipo de prova. Na mediunidade o mesmo ocorre, as percepções iniciais não passam de pensamentos, até que pouco à pouco chega-se no âmbito de uma percepção empírica espiritual, e não uma atitude imaginativa mental. O mundo espiritual também se compõe de percepções empírics, ainda que estas sejam bastante peculiares, e difíceis de seres comparadas com as percepç~ões empiricas carnais.

      A uqestão é bastante interessante, pois no inicio do treino o indivíduo está num estado de especulação intelectiva, as preces podem ser enquadradas neste parâmetro quando são preces racionais, ou seja: permutações filosóficas diante de Deus, há também as preces repetitivas como o terço ou os “mantras” em que não há um fator racionas mas sim estático, a estética poéticas auxilia na ascenção espiritual, assim como anteriormente a estética visual dos quadros. As preces que são ditas sem o auxílio do raciocínio não portam, ou melhor: acabam por perder o peso moral e religioso ficando adstritas ao estético com a função de esvaziar o pensamento racional ao qual estamos condicionados em nossa dimensão, pois entrar na dimensão espiritual é adquirir novos processos de percepção, e extirpar os processos de percepção comuns pode auxiliar, é por isto justamente que as coisas não precisam ter um nexo racional no mundo espiritual.

      Os treinos da mediunidade podem ser outros que a missa e a meditação, os processos intelectivos comuns, por constituirem a alavanca inicial da meditação podem ser considerados como recursos essenciais no começo. Desenvolver a capacidade de abstração da realidade empirica pode ser visto como requisito inicial para a aquisição da mediunidade, portanto a imaginação é o que deve ser trabalhado, com leituras de livros, mnão necessariamente espíritas mas qualquer livro, é evidente que quanto mais complexa a linguagem e mais figurativa mais teremos este potencial desenvolvido. Outros subsídios são tão espirituais quanto terrenos como o trabalho artistico qualquer que seja, mas não somente a assimilação cultural da arte senão a produção artística do próprio indivíduo.

      É por isto que concluimos que o desenvolvimento da pessoa nos campos meramente humanos também são desenvolvimentos mediúnicos, é claro que quanto mais enlevada e complexa é a educação tão mais avançado serão os poderes psíquicos.

      É por tudo o que foi dito que não são todos que vendo um quadro podem se extasiar espiritualmente, e que, mesmo apesar de um quadro de simetrias e desenhos geométricos nào estar impregnado de valores morais e religiosos há a possibilidade de que a pessoa que vê o quadro e chegar ao estado de percepção extra sensorial, teve de, em seu processo de refinamento mediúnico, imergir dentro destes valores, e ativa-os automaticamente independente da figura que vê, o que pode até ser um processo não consciente. Assim está posta a contraposição à afirmação de que poder-se-ia chegar à estados alterados de consciência sem dotar-se dos valores morais e religiosos, pois estes valores estariam não no ambiente externo, mas sim no mas profundo psiquismo do médium, não havendo necessidades de mensagens morais exatas, mas sim de uma interpretação exata da imagem, ou a atribuição de valores internos ao ambiente externo. ( Repito: esta atribuição pode passar-se de forma não consciente, assim o sujeito diz: - Mas eu não atribuí um “cerimonial” tampouco dei valores sagrados ao que via – Diz isto porque não percebeu que em seu âmago fez isto, seu racional não percebeu. )

      Esta hipótese parece ser uma das vias possiveis de entendermos esta situação, a via mais complicada por envolver um processo não consciente, a mas otimista, pois dá valor moral à tudo no mundo, mesmo que não consciente. A outra possibilidade é de situações provocadas meramente pelos órgãos dos sentidos, sem envolver composições de pensamento ou aplicações de valores aos objetos, seriam sulficientes para provocar os estados alterados de conciência. O que seria comprovado com a existência de médiuns não religiosos, ou que não tenham a tendência de atribuir valores diferentes e peculiarmente distintos às coisas. Pois o sujeito pode não ser religioso mas utiliza-se do mesmo processo que se utiliza a religião na aplicação de seus valores aos santos, eventos ou coisas.

      Podemos mais sabiamente aceitar as duas hipóteses simultaneamente, pois elas se aceitam entre si, podem existir numa mesma concepção.

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