Epístola aos sábios:
Entender
tudo o que há na vastidão do Universo, seria por certo o cúmulo da soberba
ignorância. O Universo é um mar de realidades ocultas, em que os conceitos da
física são constantemente postos em pauta, colocando seus pontos fortes e
fracos sob o julgo de novas hipóteses. Pense no Universo como uma obra de
envergadura artística de inconcebíveis proporções: A beleza fascinante dos
emaranhados estelares, a lua e sua enigmática e misteriosa luz, o sol e sua força
esplendorosa, as belezas dos diferentes tipos de pedra, flores, paisagens e
nuanças da vida. Um mundo interno, cheio de mistérios e descobertas, onde o
psiquismo profundo humano representa sua percepção de si mesmo, com sentimentos
e divagações infindáveis. Para não ousar citar a relação entre este mundo
interno com o externo, e na variação de inter-relações destas duas vertentes.
Complexa arquitetura de uma flor até a simplicidade arquitetônica e conceitual
de longínquos sistemas planetários, tudo soa como uma imensa composição
musical, nestes termos não se sabe mais que é imenso ou ínfimo. Haverá
diferença? Tenho dó daquele que não têm
a consciência plena de sua própria inépcia diante da realidade final, diante da
verdade do mundo. É por isto que sabiamente podemos dizer que as preocupações
mundanas, as vivências corriqueiras e os interesses humanos são nada mais que
vão caminho quando colocados sob a verdade real, e quando se percebe isto,
quando nos damos conta desta idéia tudo ao redor se torna absolutamente
indiferente, desimportante e por isto igual, assim fundamenta-se a “Santa indiferença” descrita por Adous
Huxley, e Don Juan, personagem de Carlos Castañeda. Tenho dó também, daquele
que não pensa nestas verdades não somente pelas manhãs ao despertar e nas
noites antes de recostar seu fardo, como em todos os momentos, aliás, todo o
momento presente, que é o único tempo existente para a realidade do espírito.
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