Wednesday, October 30, 2024

10 - Epístola aos Sábios

 

Epístola aos sábios:

      Entender tudo o que há na vastidão do Universo, seria por certo o cúmulo da soberba ignorância. O Universo é um mar de realidades ocultas, em que os conceitos da física são constantemente postos em pauta, colocando seus pontos fortes e fracos sob o julgo de novas hipóteses. Pense no Universo como uma obra de envergadura artística de inconcebíveis proporções: A beleza fascinante dos emaranhados estelares, a lua e sua enigmática e misteriosa luz, o sol e sua força esplendorosa, as belezas dos diferentes tipos de pedra, flores, paisagens e nuanças da vida. Um mundo interno, cheio de mistérios e descobertas, onde o psiquismo profundo humano representa sua percepção de si mesmo, com sentimentos e divagações infindáveis. Para não ousar citar a relação entre este mundo interno com o externo, e na variação de inter-relações destas duas vertentes. Complexa arquitetura de uma flor até a simplicidade arquitetônica e conceitual de longínquos sistemas planetários, tudo soa como uma imensa composição musical, nestes termos não se sabe mais que é imenso ou ínfimo. Haverá diferença?  Tenho dó daquele que não têm a consciência plena de sua própria inépcia diante da realidade final, diante da verdade do mundo. É por isto que sabiamente podemos dizer que as preocupações mundanas, as vivências corriqueiras e os interesses humanos são nada mais que vão caminho quando colocados sob a verdade real, e quando se percebe isto, quando nos damos conta desta idéia tudo ao redor se torna absolutamente indiferente, desimportante e por isto igual, assim fundamenta-se  a “Santa indiferença” descrita por Adous Huxley, e Don Juan, personagem de Carlos Castañeda. Tenho dó também, daquele que não pensa nestas verdades não somente pelas manhãs ao despertar e nas noites antes de recostar seu fardo, como em todos os momentos, aliás, todo o momento presente, que é o único tempo existente para a realidade do espírito.

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