Tuesday, November 5, 2024

13 - Conversa entre dois homens

 

13 - Conversa entre dois homens

Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de café, e lá no fundo visualizo um mundo de cores, e me pergunto: - Você realmente se da conta do que a realidade é?

   

  Não! Não! Que hei eu fazer diante de tamanha ignorância? Que hei de fazer senão orar, e clamar à Deus para que dia a diz elucide minha mente obscurecida, minha limitada noção de realidade, para que assim eu possa um diz vislumbrar, mesmo que de maneira parca e restrita, o mundo, o verdadeiro mundo. De fato: o que vivemos não passa de um sonho, o dia em que acordarmos certamente ficaremos assombrados com tamanha proporção na medida do mundo real. Quão ignorante sou, ainda bem que ao menos, com minha inteligência desconsiderável perto do conhecimento espiritual posso saber ao menos que sou um ignorante, coitado daqueles que sonham, e no sonho julgam viver a realidade, ai destes.

      Não! Não! Como pude ser tão desmiolado, ficar aí à toa pelos cantos filosofando, devaneando como um louco varrido, ora estas, isto não leva à lugar nenhum, tenho mais é que viver a vida e nela me deleitar, desfrutar de todos os prazeres que ela oferece. Não entendo essa gente doida, pois o segredo da vida nela está, só pode ser descoberta por ela mesmo e não por outros meios.

      Ela mesmo? E que julgas que seja ela mesmo? Será um chorar ela mesmo? Será um pensar ela mesmo? Será um cogitar ela mesmo? Me entendes homem prático? Falo justo do fato de que a experiência do viver pode em tudo se encontrar, inclusive no pensar por tese e antítese. No olhar até devanear. No nada fazer. No perambular distraidamente pela rua. No do nada criar. Tudo é experiência! Ignorante é aquele que só vê o mundo através da experiência empírica, e não nota que a própria atitude dialética por si só é uma experiência das mais valorosas, é assim que chegamos à conclusões das mais complexas. O que sem a atividade abstrata do pensamento não seria possível.

      Quê asneiras dizes? Acaso crês que sou  tão perdido quanto tu és?

      Não, apenas um precipitado, direi ainda mais, não para que creias, pois isto parece na visão de qualquer são algo impossível, mas para que refutes, pois é assim que funciona meu viver: A própria atividade contemplativa não se estagna no campo da dialética, senão ultrapassa-o chegando a constituir um empirismo. Ou melhor é um processo de três fases: Empírico – Dialético – Empírico

        Dizes parlapatices das mais diversas, nada entra em conformidade com o que possa se entender como vida ou realidade.

      Não entendes que no detalhe da contemplação está o impulso veemente da alma? É na imaginação que está a alegria da vida!

       Tuas palavras estão permeadas de obscuridades

       Talvez você tenha que rever teus conceitos de vida

12 - Níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa

 

12 - níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa

        Para entender o que ocorre exatamente durante a atividade contemplativa optou-se por fazer uma divisão mais detalhada de diversas ferramentas de percepção do ser humano, veremos como cada uma destas ferramentas como atua e como percebe a contemplação, pois durante a atividade de contemplação temos duas possibilidades básicas: uma é a de fazer, ou seja: provocar determinadas situações. A outra é a de interpretar aquilo que está acontecendo. Temos em nosso corpo, nossa mente e nosso espírito ferramentas e “máquinas”específicas para atuar e provocar e outras para interpretar e assimilar.

Distinguem-se 5 categorias:

Física

Racional

Sentimental

Intuitiva

Transcendental

 
A - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Transcendental”

 

 ( “Percepção sensória espiritual “)

      Aqui serão descritos os fenômenos de ordem de percepção espiritual que ocorrem durante a atividade de contemplação.

      Trata-se de um processo progressivo, no qual não se pode atingir um grau sem antes ter passado pelo outro, já discutimos muito sobre as reações fisiológicas e sobre as hipóteses espíritas sobre este fenômeno. Há a exigência de um estado psicológico específico, não basta sentar-se e ficar pasmo e mórbido olhando uma imagem, devem estar envolvidas crenças religiosas ou místicas, crer piamente e não fingir que crê, orar com o coração, verdadeiramente. Estes requisitos são essenciais, pois pré-dispõe a mente a atingir níveis de percepção mais elevados e peculiares. Vou tentar colocar uma síntese para cada estado de percepção:

 

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo  - Há a impressão de que o campo que a visão pode abranger é mais largo que o comum, mesmo estando a visão direcionada com uma mira precisa e pequena ( por exemplo os olhos de uma imagem de Jesus, ou mesmo a lua )  ocorre o aumento da amplitude visual, o que causa uma sensação diferente do comum, um fato que ocorre neste momento é que não somente a amplitude da visão aumenta, como também a capacidade de prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, o que é difícil de conceber segundo um método de entendimento tradicional, pois a tendência é imaginarmos que só se pode prestar atenção no objeto ou imagem que esteja sendo focalizado, no entanto na meditação contemplativa fugimos à esta regra. Quando se contempla a copa de uma árvore, ou um vasto gramado, por exemplo, percebemos em determinado momento do processo, que todos os mínimos movimentos do gramado ou das folhas da árvore são percebidos de forma clara e precisa através da mudança de tonalidades, sombras ou luzes do lugar. Numa igreja, como muitas estátuas e imagens são de cor dourada ocorre interessante fenômeno em que as partes douradas subsistem à apagar-se da visão enquanto as outras cores apagam-se com maior facilidade, conforme será visto no próximo nível que julguei conveniente chamar de “escurecimento da visão” É ainda neste primeiro nível que o contorno das imagens é assimilado pela visão de tal maneira que se o foco da visão é direcionado à outro lugar cria-se uma imagem reflexo dos contornos daquilo que antes estava sendo focado, como se houvesse sido feita uma fotocópia mental ou queiram chamar como quiser este curioso fenômeno. Também importante dizer que as delimitações das imagens ficam incertas e não precisas como anteriormente, justamente porque começam a tremer, como se houvessem infindáveis pontinhos de luz piscando em todo o espaço que forma o ar que está na frente delas.

2 - Escurecimento da visão  - Após se tornar mais abrangente a visão começa aos poucos a se turvar, não é um processo constante com começo, meio e fim, pode ocorrer lapsos de escurecimento em que a visão por breve momento se turva e logo retorna ao estado anterior, isto será devido à capacidade do contemplador de guiar seus sentimentos religiosos e sua convicção inabalável no poder superior, que supostamente atua juntamente com aquele que medita. Não é dito que é fácil atingir patamares mais elevados de percepção sensorial espiritual, muito pelo contrário é tão mais difícil quanto menor seja o treino e preparo, por isto podem existir retrocessos e irregularidades durante o processo. Durante este nível, em específico, o mundo “físico” ou mundo “material” desaparece, não totalmente, tudo se obscurece, de modo que a percepção de um novo ambiente se torna presente. Numa imagem religiosa é comum que tudo ao redor se escureça, ficando somente algumas partes desta imagem visíveis, são as partes douradas, ou as partes que sejam mais claras, o que proporciona uma sensação estética bastante diferente, ainda que o objeto contemplado seja o mesmo que antes.

3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas  - Num processo bastante diferente pelo utilizado pela visão ordinária temos em meado à escuridão a aparição de bolhas de cores fosforescentes, cores iridescentes, estas bolhas na verdade não aparecem, elas sempre estão pelos ares, o que ocorre é que nós, que em determinado momento chegamos em tal estado de concentração e meditação que suscitamos em nosso psiquismo, em nosso cérebro a capacidade de visualiza-las. Não sei tampouco se à esta altura da discussão o termo “visualizar”seja o mais adequado para indicara a captação destas bolhas por parte do ser contemplativo, pois elas se apresentam de maneira fugidia, não se pode tentar olha-las assim como se olha qualquer coisa, deve-se antes utilizar potencialidades psíquicas de vontade e oração com fervor para ter acesso à elas. É evidente que é tão mais difícil continuar mantendo um nivel perceptivo quanto mais elevado seja este nível.

4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )  - A visão pode começar a virar inclinada, como se a cabeça estivesse deitando-se. Aparecem no campo de percepção visual, que já se encontra absolutamente alterado, ondulações da realidade física. Nesta questão das ondulações o único termo comparativo que poderia propor ao leitor além da noção de ondulação da margem de um lago seria do efeito especial que muitas vezes vemos em filmes quando o personagem lembra algo que ocorreu no passado.

5 – Visão da outra dimensão – Nesta parte do processo acontece um fenômeno que sinceramente, encontro grandes dificuldades de descrever, de tão diferente que é da realidade ordinária. O fato que ocorre no 5o nível é que você vê absolutamente a mesma realidade que é numa visão comumente utilizada, no entanto sob uma perspectiva totalmente nova. Uma comparação que pude imaginar quando fui acometido por tal aventura é a analogia desta situação com aqueles livros de figuras com 3 dimensões que têm desenhos repetidos minúsculos, quando você prostra os olhos nas imagens nada vê de interessante a não ser uma imagem de um só plano, ao ficar vesgo nota de repente que há um mundo inteiramente novo naquele mesmo lugar, o fato mais surpreendente é que você ainda está olhando para a mesma coisa. Julguei esta comparação com a que mais pôde se aproximar da sensação que tive. Seria aquela a 4a dimensão? De fato faz sentido, pois tive a sensação de estar vendo a figura do santo ( que era o que contemplava no momento ) de maneira mais completa, mais verdadeira, e pensei ainda o quão ingênua e pequena era a outra maneira.

 

 

      Por quê ocorrem estes fenômenos? Qual é a verdadeira importância deles na vida? Por quê meditar? Para quê contemplar? Quê irá isto acrescentar em minha vida cotidiana?

       A começar pela tua perspectiva de vida: é certo que estudando a filosofia que está por trás deste processo tua concepção do mundo que te cerca e de tu mesmo irá mudar de maneira descomunal, de modo que as coisas que antes julgavas de imprescindível importância podem ser até postas num segundo plano, ou até mesmo relegadas. A filosofia de vida é o conjunto ideológico e racional que guia  sua maneira de viver, mudando um conjunto de idéias mudaremos também o procedimento que tomamos para com nós mesmos e para com o mundo que nos cerca. Assim, dentro da concepção trancendental a atitude contemplativa é de importância primeira na vida de uma pessoa, pois ela entrará em contato com a totalidade de seu “ser”, o “eu” verdadeiro, não quero dizer que vivemos num “eu” falso mas sim que, para ilustrar, somos 30% do “eu”total, quando entramos em estados de meditação mais elevados vamos aumentando esta porcentagem, até quem sabe, encontrar os 100%. É sabido entretanto que o ser encarnado nunca atinge uma vivência plena com “eu”, pois a couraça material traz consigo restrições e delimitações das mais diversas, fazendo com que não nos conheçamos em totalidade. O que a contemplação faz é justamente evitar o distanciamento com o “eu”total, nos proporcionando a perspectiva exata de quem somos nós, e qual o caminho a seguir. Isto quando a meditação é efetiva, pois podemos achar que estamos meditando quando não conseguimos devido à fatores relacionados às problemáticas humanas, um médium jamais se abstém com detalhes mesquinhos, deve sempre santificar-se, buscar seu máximo. Santificar-se significa seguir, na medida do potencial de cada um o evangelho de Jesus Cristo.

      A importância da meditação na vida, é tornar a vida uma vivência plena, de acordo com a perspectiva espiritual.

 

 

 

 

 

     

B - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Sentimental”

 

      Fizemos a análise do processo contemplativo sob o ponto de vista da percepção “extra-sensorial” ou transcendental, conforme o modelo proposto no livro “Interpretação do mundo”, de minha autoria, vamos analisar os níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa sob o crivo do sentimento ( A seqüência completa de ferramentas interpretativas do mundo é:  Físico, Intelectual, Sentimental, Intuitivo e Transcendental )

( Imagem de santos )

1 - Reconhecimento psicológico da imponência de entidades espirituais superiores – Pensa-se na vida dos santos em geral, vai de cada um, conforme a religião ou os santos de maior apreço. O fato é que na imaginação da pessoa há uma biografia para cada santo, com seus feitos e sua conduta na terra. O sujeito crê piamente na veracidade das histórias dos santos, o fato de crer condiz com uma postura psicológica imprescindível para o avanço dos “níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa”, os pensamentos racionais comumente utilizados no dia a dia não têm de interferir, aliás devem se manter distantes e deixar que a história inicialmente fantasiosa se torne uma verdade para o coração de tal modo que se forme um sentimento de submissão perante tanta grandeza. Todo este processo retrata uma estratégia psicológica para atingir patamares mais elevados de enlevação sentimental e transcendental ( quando digo transcendental me refiro aos fenômenos que estão além da esfera física ), se existe ou não uma outra conduta psicológica para isto ainda não sei, podemos cogitar relacionar com o fato de uma contemplação não religiosa ( quadros ou natureza ) aí é óbvio que o processo se daria de maneira diferente, ainda que por uma questão de raciocínio lógico deveríamos convir que algumas das partes principais do processo seriam iguais tanto nos quadros como nos santos, tanto contemplar o escuro como um mar. Isto reverte nossa discussão para o fato de que há uma base a partir da qual existiriam variações específicas ( de postura psicológica ) para cada tipo de objeto contemplado.

2 - Crença absoluta nas teorias filosóficas religiosas  - Existem teorias filosóficas das mais diversas nas explicações do Divino, assim que há por exemplo compêndios Indianos ou Ocidentais, tudo possui uma estrutura complexa e muitas vezes muito bem elaborada, o devoto que se preze não se restringe somente a orar mais também à estudar uma filosofia existencialista e teologia. Este é o momento em que todos os seus estudos são postos à prova. Ou ele crê naquilo que estudou ou não crê! Em matéria de fé não existe meio termo, seja esta fé racional ou não.

3 – Humildade – Neste momento toda sua oblação se converte numa devoção insaciável, numa busca infinita pelo verdadeiro sentido das questões espirituais, uma força descomunal o motiva a prosseguir na contemplação horas a fio. Toda a conduta moral do evangelho de Jesus é também posta em pauta e levada em consideração em seus mais íntimos recôndito, é na pequenez de sua vida e de suas preocupações ínfimas diante das questões da verdade do Universo infinito que ele encontra a verdadeira humildade.

4 - Reconstrução do sentido da vida – Este é o momento em que todos os conceitos da vida da pessoa que exercita contemplação são analisados e revistos podendo ser mudados por outros mais verdadeiros, mais corretos, mais proveitosos. O fato é que durante a atividade contemplativa descobrimos coisas novas, não é uma atividade monótona e repetitiva, muito pelo contrário: entra-se em contato com o super-consciente sendo assim possível captar dele toda a essência que antes estava sendo deixada de lado, é por isto que temos a impressão de estar recebendo muitas novidades conceituais das noções que temos perante as mais diversas situações da vida. É a grande problemática do ser humano, trabalhar seus pontos mais gritantes, mais fracos e pertinentes e assim reconstruir uma nova ideologia da vida, o que é difícil, por isto os exercícios espirituais são de grande dificuldade psicológica para o homem.

5 - Fé inabalável na bondade de Deus – Aqui não há quaisquer dúvidas ou receios na existência de uma ordem moral no mundo total ( que se constitui do mundo material e espiritual ) Há certeza absoluta na harmonia do universo, de tal modo é esta convicção que nem mesmo é necessário explicar o por quê disto, pois estamos no âmbito dos sentimentos que superam as limitadas capacidades do pensamento racional, é por isto que para chegar ao “êxtase” espiritual o pensamento por si só não é suficiente, temos de chegar ao patamar dos sentimentos, das convicções plenas de fé, ainda que não façam nexo com pensamentos racionais. A harmonia é totalmente concordante com a bondade e a boa conduta moral, não deve-se exatamente tentar entender racionalmente os por quês da existência ou não de Deus neste momento, pois agora a certeza já é absoluta, não há medo nem receios por causa do mal, pois o bem é infinitamente superior, desfaz o mal colocando-o como uma ilusão, algo que não faz parte do sentido verdadeiro do mundo.

6 - “Libertação Espiritual” – Sentimento especial e específico de um contato amplo com o super-consciente, por isto diferente de sentimentos convencionais, uma característica é choro abundante.

 

 

 

Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Físico”

 

Corpo parado

Energia entrando através do topo da cabeça

“Ballonament”

Perca de propriocepção

Perca da percepção espacial convencional

Wednesday, October 30, 2024

11 - Valores da Contemplação

 

      Valores da contemplação:

      O exercício contemplativo espiritual é de grande importância ao ser humano, o valor deste ato na vida de um ser humano é alto, já que constitui a base de sua própria vida. Corresponde à uma experiência que transcende o intelecto, faz com que a pessoa entre em contacto com sua essência integral, e fuja ao entendimento parco e fragmentar que tem de si mesmo.

      A oração auxilia o ser humano a entrar em contato com as suas essências espirituais, assim, quando se ora muitas vezes comete-se o engano de pedir algo que está fora de sua essência espiritual, pois somos levados por nossas mesquinhas preocupações, que são mundanas. Por consequência após acontecimentos diversos que transcorreram após a oração crê-se erroneamente que se recebeu injustamente uma sorte de vida errada, o certo é afirmar que esta sorte de vida não está errada, mas contraria nosos objetos de interesse humanos mas está de acordo com os objetivos santificados, que são os que correspondem ao centro de todas as nossas necessidades espirituais. O que devemos nos esforçar para visualizar, durante nossas preces é o objeto espiritual, a “verdade essencial futura”, e não a verdade humana, criada por nossos interesses distorcidos e incertos. Quem cria a verdade essencial é a própria realidade do mundo, esta problemática se funda exlusivamente na liberdade que Deus concedeu ao homem, pois a partir deste momento o homem soube o que é se perder, querendo criar seu próprio destino, que quando sai de determinados parâmetros se mostra ilusório.

      A expectativa do ser humano em suas preces deve estar fora de qualquer interesse terreno, e colocada num patamar infinitamente mais sublime, o portal espiritual deve ser atravessado neste momento, tudo o mais pode ser considerado supérfluo. Na vida corriqueira, fora das longas orações noturnas, o homem deve usar sua humanidade cheia de preceitos morais e religiosos, mo intuito de encontrar a alegria. Nas situações mais simples poderá extasiar-se de satisfação espiritual. Estes tipos de situações  nos leva à um patamar de felicidade indescritível, onde as coisas da vida são impregnadas de um valor belo, magnífico e mágico.

      É por esta sensação de Bem Aventurança que pode-se dizer que viver é uma aventura extasiante, é mais que ocupar-s em diferentes atividades de maneira corriqueira e supérflua, é simples e profundo ao mesmo tempo. A vida está intimamente relacionada com os sentimentos e idéias humanos mais complexos, profundos e enlevados. Conforme a expressão: “Lava-se a alma”, a vida verdadeira é uma limpeza espiritual total.

      A felicidade é tal gama de sentimento que faz com que para tudo o que olhemos, após sentí-la, seja infinitamente belo e realizador, pois é sentimento contínuo, que se propaga mesmo após a ocasião que a causou, lembrar a ocasião nos revigora com este sentimento de pura alegria. Assim tudo o que cerca adquire um novo sentido, o único sentido: O sentido da felicidade derradeira.

      Por que o mundo físico é importante? Porque não viver somente no espírito? Para discutir estas questões vamos expor algumas hipóteses sobre a contemplação e uma possível definição deste processo. Contemplação é um modo de contato com a realidade que o ser humano têm. Entretanto que é a realidade? OPnde está ela? Seria realidade tudo aquilo que estivesse fora do ser contemplador, no entanto as características internas também constituem realidade, assim temos realidade interna e externa. Mediante isto: Quê significa exatamente contemplar? Assimilar uma realidade externa?

      A atividade contemplativa se utiliza dos recursos internos para assimilar aquilo que está externamente, quanto mais complexos são os valores internos tão mais minuciosa será a realidade externa. É neste jogo dual que está a interpretação da realidade, como cada pessoa têm valores internos consideravelmente distintos ocorre que os mesmos objetos externos serão vistos de diferentes maneiras. O ato contemplativo, mediante estes preceitos se torna um tanto mais complexo que simplesmente assimilar realidades externas já definidas, pois a realidade externa só é definida quando em contato com a realidade interna. Nisto consiste toda a contrariedade humana.

      Ao contemplar uma música, o sujeito irá se deparar com um “objeto externo”, que corresponde à música. Durante o decurso desta irá assimila-la colocando-a sob o julgo de seus valores pessoais criando uma impressão específica, é como se o sujeito fosse parte da criação da realidade, pois ele ajuda a criar algo bastante personalizado. Isto ocorre mesmo que não faça isto de maneira consciente, pois é um processo imperceptível. Por isto é impossível criar uma definição exclusiva de belo e feio, agradável ou desagradável, proveitoso ou desnecessário. Somente cada indivíduo poderá por si mesmo poderá tirar suas conclusões personalizadas daquela música. Isto se aplica à qualquer objeto ou mesmo às idéias, conforme pode-se concluir.

      O hábito de praticar meditação contremplativa, quando criado um afinco irrefutável, é algo que influencia a vida de tal maneira que passa-se a percebê-la de outra maneira. Que outra modo seria este de perceber a vida? Ora, a realidade é, em uma de suas vertentes localizada fora do sujeito.  Assim, para que entremos em contato com a realidade externa deve haver um meio, este meio de perceber a vida é a contemplação, que pode se ramificar em contemplação auditiva ou visual. O grande segredo do ato contemplativo, conforme descrito pelo poema inicial é a minucia, o detalhe as pequeninas coisas que são percrustadas pela mente de mneira avassaladora e insistene, num ato místico e mágico. Isto esclarece o olhar fixo dos feiticeiros, aqueles olhos que ficam totalmente abertos, sem sequer piscar, impondo uma verdade moral atravéz de um olhar de maneira direta e mais verdadeira do que poderiam ser as mais largas e vastas explanações racionais fundamentadas numa retórica precisa e perfeccionista. O poder dos magos, em parte, se fundamenta no desenvolvimento da capacidade contemplativa, os magos, médiuns, feiticeiros ou mesmo os artistas têm uma percepção das coisas do mundo incomensurávelmente mais aprofundada que outros, isto porque não se contentam somente com aquilo que o mundo aparenta ser, consideram sempre as coisas mundanas como mesquinharias oferecidas pela realidade, por isto devem elevar sua interpretação do mundo externo ou mesmo de suas cogitações internas à um grau super-especializado, à um patamar de proporções máximas, sempre buscam suas máximas capacidades de enriquecer determinada situação. Cada situação, que de maneira superflua poderia ser considerada como uma passagem corriqueira do dia a dia é situação importante à qual deve ser impregnado valores profundos e verdadeiros, sempre relacionando-as com a religião e com a filosofias de suas respectivas vidas. Não se passa pela vida como quem não quer nada, mas sim doa-se à vida o valor supremo das verdades espirituais, psíquicas, morais e estéticas. Notem leitores à que profundidade chega o aspecto contemplativo, não é uma brincadeira meditativa, mas uma atividade de primazia na vida daquele que se dispõem à praticar, por isto, as orações noturnas, as contemplações, as adorações de santos devem ser praticadas em toda a sua plenitude, pois é isto que faz um médium, mago ou feiticeiro, ele leva ao limite sua mente, seu corpo alicerçado numa moral sem igual. Para contemplar-se uma imagem de santo deve haver análise “microscópica”, de modo que é impossível fazer isto se não se levar o ato contemplativo aos extremos. Assim como para compor complexa e maravilhosa sinfonia o homem deve levar suas capacidades intuitivas, intelectuais, sentimentais ao extremo o mesmo ocorre na contemplação. Deste modo adquire-se um alargamento do consciente, captamos as essências psíquicas das pessoas de maneira direta, sem nos deixar arrebatar pelas impressões superficiais das pessoas e do mundo em si.

      Como dito: tudo que existe para ser assimilado, para que o seja, deve antes ser contemplado. Quanto mais alto seja o grau de contemplação mais preciso será o descobrimento daquela realidade. Amar a arte, e deleitar-se com exposições ou concertos é praticar contemplação. Este é o modo mais óbvio de pensar-se em contemplação, no entanto existem outros, como contemplar a natureza. Qual será o dia, em que o homem, dotado de tamanha inteligência e sagacidade, conseguirá se equiparar à criação da natureza nas belezas do mundo? Contemplar a natureza é reconhecer sua infinita superioridade diante do homem. No desenvolvimento desta atividade ficamos verdadeiramente embasbacados com a beleza natural do mundo. Uma terceira possibilidade é contemplar as pessoas que nos cercam, nos mínimos gestos, atitudes, e mesmo em suas fisionomias e constituições físicas, tudo isto têm muito à revelar, se soubermos interpretar sabiamente e não como seres humanos, deve-se fazer interpretação mística e espiritual das coisas, somente neste momento teremos a percepção total da realidade espiritual do mundo. Ou vive-se de acordo com tuas crenças ou não! Não existe meio termo! Se tu crer em alguma verdade deverá adota-la na tua vivência diária  de maneira incisiva e conforme crê a tua mente e teu coração, do contrário esta será uma crença falsa. Se tu crês em Deus deverá viver conforme as leis desta crença. Não existe meio termo nas crenças da vida!

       Para maior facilidade do entendimento do que se passa no processo contemplativo dividi a experiência em 4 partes:

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo

2 - Escurecimento da visão

3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas

4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )

 

Sobre isto deve ser discorrido:

Reações fisiológicas

Ferramentas perceptivas transcendentais

Métodos para que tal ocorra

 

níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa

        Para entender o que ocorre exatamente durante a atividade contemplativa optou-se por fazer uma divisão mais detalhada de diversas ferramentas de percepção do ser humano, veremos como cada uma destas ferramentas como atua e como percebe a contemplação, pois durante a atividade de contemplação temos duas possibilidades básicas: uma é a de fazer, ou seja: provocar determinadas situações. A outra é a de interpretar aquilo que está acontecendo. Temos em nosso corpo, nossa mente e nosso espírito ferramentas e “máquinas”específicas para atuar e provocar e outras para interpretar e assimilar.

Distinguem-se 5 categorias:

Física

Racional

Sentimental

Intuitiva

Transcendental

 
A - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Transcendental”

 

 ( “Percepção sensória espiritual “)

      Aqui serão descritos os fenômenos de ordem de percepção espiritual que ocorrem durante a atividade de contemplação.

      Trata-se de um processo progressivo, no qual não se pode atingir um grau sem antes ter passado pelo outro, já discutimos muito sobre as reações fisiológicas e sobre as hipóteses espíritas sobre este fenômeno. Há a exigência de um estado psicológico específico, não basta sentar-se e ficar pasmo e mórbido olhando uma imagem, devem estar envolvidas crenças religiosas ou místicas, crer piamente e não fingir que crê, orar com o coração, verdadeiramente. Estes requisitos são essenciais, pois pré-dispõe a mente a atingir níveis de percepção mais elevados e peculiares. Vou tentar colocar uma síntese para cada estado de percepção:

 

1 - Abrangência de mais vasto campo perceptivo  - Há a impressão de que o campo que a visão pode abranger é mais largo que o comum, mesmo estando a visão direcionada com uma mira precisa e pequena ( por exemplo os olhos de uma imagem de Jesus, ou mesmo a lua )  ocorre o aumento da amplitude visual, o que causa uma sensação diferente do comum, um fato que ocorre neste momento é que não somente a amplitude da visão aumenta, como também a capacidade de prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, o que é difícil de conceber segundo um método de entendimento tradicional, pois a tendência é imaginarmos que só se pode prestar atenção no objeto ou imagem que esteja sendo focalizado, no entanto na meditação contemplativa fugimos à esta regra. Quando se contempla a copa de uma árvore, ou um vasto gramado, por exemplo, percebemos em determinado momento do processo, que todos os mínimos movimentos do gramado ou das folhas da árvore são percebidos de forma clara e precisa através da mudança de tonalidades, sombras ou luzes do lugar. Numa igreja, como muitas estátuas e imagens são de cor dourada ocorre interessante fenômeno em que as partes douradas subsistem à apagar-se da visão enquanto as outras cores apagam-se com maior facilidade, conforme será visto no próximo nível que julguei conveniente chamar de “escurecimento da visão” É ainda neste primeiro nível que o contorno das imagens é assimilado pela visão de tal maneira que se o foco da visão é direcionado à outro lugar cria-se uma imagem reflexo dos contornos daquilo que antes estava sendo focado, como se houvesse sido feita uma fotocópia mental ou queiram chamar como quiser este curioso fenômeno. Também importante dizer que as delimitações das imagens ficam incertas e não precisas como anteriormente, justamente porque começam a tremer, como se houvessem infindáveis pontinhos de luz piscando em todo o espaço que forma o ar que está na frente delas.

2 - Escurecimento da visão  - Após se tornar mais abrangente a visão começa aos poucos a se turvar, não é um processo constante com começo, meio e fim, pode ocorrer lapsos de escurecimento em que a visão por breve momento se turva e logo retorna ao estado anterior, isto será devido à capacidade do contemplador de guiar seus sentimentos religiosos e sua convicção inabalável no poder superior, que supostamente atua juntamente com aquele que medita. Não é dito que é fácil atingir patamares mais elevados de percepção sensorial espiritual, muito pelo contrário é tão mais difícil quanto menor seja o treino e preparo, por isto podem existir retrocessos e irregularidades durante o processo. Durante este nível, em específico, o mundo “físico” ou mundo “material” desaparece, não totalmente, tudo se obscurece, de modo que a percepção de um novo ambiente se torna presente. Numa imagem religiosa é comum que tudo ao redor se escureça, ficando somente algumas partes desta imagem visíveis, são as partes douradas, ou as partes que sejam mais claras, o que proporciona uma sensação estética bastante diferente, ainda que o objeto contemplado seja o mesmo que antes.

3 - Aparição sutil de bolhas luminosas translúcidas  - Num processo bastante diferente pelo utilizado pela visão ordinária temos em meado à escuridão a aparição de bolhas de cores fosforescentes, cores iridescentes, estas bolhas na verdade não aparecem, elas sempre estão pelos ares, o que ocorre é que nós, que em determinado momento chegamos em tal estado de concentração e meditação que suscitamos em nosso psiquismo, em nosso cérebro a capacidade de visualiza-las. Não sei tampouco se à esta altura da discussão o termo “visualizar”seja o mais adequado para indicara a captação destas bolhas por parte do ser contemplativo, pois elas se apresentam de maneira fugidia, não se pode tentar olha-las assim como se olha qualquer coisa, deve-se antes utilizar potencialidades psíquicas de vontade e oração com fervor para ter acesso à elas. É evidente que é tão mais difícil continuar mantendo um nivel perceptivo quanto mais elevado seja este nível.

4 - Ondulação do campo visual ( Tontura )  - A visão pode começar a virar inclinada, como se a cabeça estivesse deitando-se. Aparecem no campo de percepção visual, que já se encontra absolutamente alterado, ondulações da realidade física. Nesta questão das ondulações o único termo comparativo que poderia propor ao leitor além da noção de ondulação da margem de um lago seria do efeito especial que muitas vezes vemos em filmes quando o personagem lembra algo que ocorreu no passado.

5 – Visão da outra dimensão – Nesta parte do processo acontece um fenômeno que sinceramente, encontro grandes dificuldades de descrever, de tão diferente que é da realidade ordinária. O fato que ocorre no 5o nível é que você vê absolutamente a mesma realidade que é numa visão comumente utilizada, no entanto sob uma perspectiva totalmente nova. Uma comparação que pude imaginar quando fui acometido por tal aventura é a analogia desta situação com aqueles livros de figuras com 3 dimensões que têm desenhos repetidos minúsculos, quando você prostra os olhos nas imagens nada vê de interessante a não ser uma imagem de um só plano, ao ficar vesgo nota de repente que há um mundo inteiramente novo naquele mesmo lugar, o fato mais surpreendente é que você ainda está olhando para a mesma coisa. Julguei esta comparação com a que mais pôde se aproximar da sensação que tive. Seria aquela a 4a dimensão? De fato faz sentido, pois tive a sensação de estar vendo a figura do santo ( que era o que contemplava no momento ) de maneira mais completa, mais verdadeira, e pensei ainda o quão ingênua e pequena era a outra maneira.

 

 

      Por quê ocorrem estes fenômenos? Qual é a verdadeira importância deles na vida? Por quê meditar? Para quê contemplar? Quê irá isto acrescentar em minha vida cotidiana?

       A começar pela tua perspectiva de vida: é certo que estudando a filosofia que está por trás deste processo tua concepção do mundo que te cerca e de tu mesmo irá mudar de maneira descomunal, de modo que as coisas que antes julgavas de imprescindível importância podem ser até postas num segundo plano, ou até mesmo relegadas. A filosofia de vida é o conjunto ideológico e racional que guia  sua maneira de viver, mudando um conjunto de idéias mudaremos também o procedimento que tomamos para com nós mesmos e para com o mundo que nos cerca. Assim, dentro da concepção trancendental a atitude contemplativa é de importância primeira na vida de uma pessoa, pois ela entrará em contato com a totalidade de seu “ser”, o “eu” verdadeiro, não quero dizer que vivemos num “eu” falso mas sim que, para ilustrar, somos 30% do “eu”total, quando entramos em estados de meditação mais elevados vamos aumentando esta porcentagem, até quem sabe, encontrar os 100%. É sabido entretanto que o ser encarnado nunca atinge uma vivência plena com “eu”, pois a couraça material traz consigo restrições e delimitações das mais diversas, fazendo com que não nos conheçamos em totalidade. O que a contemplação faz é justamente evitar o distanciamento com o “eu”total, nos proporcionando a perspectiva exata de quem somos nós, e qual o caminho a seguir. Isto quando a meditação é efetiva, pois podemos achar que estamos meditando quando não conseguimos devido à fatores relacionados às problemáticas humanas, um médium jamais se abstém com detalhes mesquinhos, deve sempre santificar-se, buscar seu máximo. Santificar-se significa seguir, na medida do potencial de cada um o evangelho de Jesus Cristo.

      A importância da meditação na vida, é tornar a vida uma vivência plena, de acordo com a perspectiva espiritual.

 

 

 

 

 

     

B - Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Sentimental”

 

      Fizemos a análise do processo contemplativo sob o ponto de vista da percepção “extra-sensorial” ou transcendental, conforme o modelo proposto no livro “Interpretação do mundo”, de minha autoria, vamos analisar os níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa sob o crivo do sentimento ( A seqüência completa de ferramentas interpretativas do mundo é:  Físico, Intelectual, Sentimental, Intuitivo e Transcendental )

( Imagem de santos )

1 - Reconhecimento psicológico da imponência de entidades espirituais superiores – Pensa-se na vida dos santos em geral, vai de cada um, conforme a religião ou os santos de maior apreço. O fato é que na imaginação da pessoa há uma biografia para cada santo, com seus feitos e sua conduta na terra. O sujeito crê piamente na veracidade das histórias dos santos, o fato de crer condiz com uma postura psicológica imprescindível para o avanço dos “níveis de desenvolvimento da atividade contemplativa”, os pensamentos racionais comumente utilizados no dia a dia não têm de interferir, aliás devem se manter distantes e deixar que a história inicialmente fantasiosa se torne uma verdade para o coração de tal modo que se forme um sentimento de submissão perante tanta grandeza. Todo este processo retrata uma estratégia psicológica para atingir patamares mais elevados de enlevação sentimental e transcendental ( quando digo transcendental me refiro aos fenômenos que estão além da esfera física ), se existe ou não uma outra conduta psicológica para isto ainda não sei, podemos cogitar relacionar com o fato de uma contemplação não religiosa ( quadros ou natureza ) aí é óbvio que o processo se daria de maneira diferente, ainda que por uma questão de raciocínio lógico deveríamos convir que algumas das partes principais do processo seriam iguais tanto nos quadros como nos santos, tanto contemplar o escuro como um mar. Isto reverte nossa discussão para o fato de que há uma base a partir da qual existiriam variações específicas ( de postura psicológica ) para cada tipo de objeto contemplado.

2 - Crença absoluta nas teorias filosóficas religiosas  - Existem teorias filosóficas das mais diversas nas explicações do Divino, assim que há por exemplo compêndios Indianos ou Ocidentais, tudo possui uma estrutura complexa e muitas vezes muito bem elaborada, o devoto que se preze não se restringe somente a orar mais também à estudar uma filosofia existencialista e teologia. Este é o momento em que todos os seus estudos são postos à prova. Ou ele crê naquilo que estudou ou não crê! Em matéria de fé não existe meio termo, seja esta fé racional ou não.

3 – Humildade – Neste momento toda sua oblação se converte numa devoção insaciável, numa busca infinita pelo verdadeiro sentido das questões espirituais, uma força descomunal o motiva a prosseguir na contemplação horas a fio. Toda a conduta moral do evangelho de Jesus é também posta em pauta e levada em consideração em seus mais íntimos recôndito, é na pequenez de sua vida e de suas preocupações ínfimas diante das questões da verdade do Universo infinito que ele encontra a verdadeira humildade.

4 - Reconstrução do sentido da vida – Este é o momento em que todos os conceitos da vida da pessoa que exercita contemplação são analisados e revistos podendo ser mudados por outros mais verdadeiros, mais corretos, mais proveitosos. O fato é que durante a atividade contemplativa descobrimos coisas novas, não é uma atividade monótona e repetitiva, muito pelo contrário: entra-se em contato com o super-consciente sendo assim possível captar dele toda a essência que antes estava sendo deixada de lado, é por isto que temos a impressão de estar recebendo muitas novidades conceituais das noções que temos perante as mais diversas situações da vida. É a grande problemática do ser humano, trabalhar seus pontos mais gritantes, mais fracos e pertinentes e assim reconstruir uma nova ideologia da vida, o que é difícil, por isto os exercícios espirituais são de grande dificuldade psicológica para o homem.

5 - Fé inabalável na bondade de Deus – Aqui não há quaisquer dúvidas ou receios na existência de uma ordem moral no mundo total ( que se constitui do mundo material e espiritual ) Há certeza absoluta na harmonia do universo, de tal modo é esta convicção que nem mesmo é necessário explicar o por quê disto, pois estamos no âmbito dos sentimentos que superam as limitadas capacidades do pensamento racional, é por isto que para chegar ao “êxtase” espiritual o pensamento por si só não é suficiente, temos de chegar ao patamar dos sentimentos, das convicções plenas de fé, ainda que não façam nexo com pensamentos racionais. A harmonia é totalmente concordante com a bondade e a boa conduta moral, não deve-se exatamente tentar entender racionalmente os por quês da existência ou não de Deus neste momento, pois agora a certeza já é absoluta, não há medo nem receios por causa do mal, pois o bem é infinitamente superior, desfaz o mal colocando-o como uma ilusão, algo que não faz parte do sentido verdadeiro do mundo.

6 - “Libertação Espiritual” – Sentimento especial e específico de um contato amplo com o super-consciente, por isto diferente de sentimentos convencionais, uma característica é choro abundante.

 

 

 

Atividade contemplativa e seu desenvolvimento “Físico”

 

Corpo parado

Energia entrando através do topo da cabeça

“Ballonament”

Perca de propriocepção

Perca da percepção espacial convencional

 

Conversa entre dois homens

Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de café, e lá no fundo visualizo um mundo de cores, e me pergunto: - Você realmente se da conta do que a realidade é?

   

  Não! Não! Que hei eu fazer diante de tamanha ignorância? Que hei de fazer senão orar, e clamar à Deus para que dia a diz elucide minha mente obscurecida, minha limitada noção de realidade, para que assim eu possa um diz vislumbrar, mesmo que de maneira parca e restrita, o mundo, o verdadeiro mundo. De fato: o que vivemos não passa de um sonho, o dia em que acordarmos certamente ficaremos assombrados com tamanha proporção na medida do mundo real. Quão ignorante sou, ainda bem que ao menos, com minha inteligência desconsiderável perto do conhecimento espiritual posso saber ao menos que sou um ignorante, coitado daqueles que sonham, e no sonho julgam viver a realidade, ai destes.

      Não! Não! Como pude ser tão desmiolado, ficar aí à toa pelos cantos filosofando, devaneando como um louco varrido, ora estas, isto não leva à lugar nenhum, tenho mais é que viver a vida e nela me deleitar, desfrutar de todos os prazeres que ela oferece. Não entendo essa gente doida, pois o segredo da vida nela está, só pode ser descoberta por ela mesmo e não por outros meios.

      Ela mesmo? E que julgas que seja ela mesmo? Será um chorar ela mesmo? Será um pensar ela mesmo? Será um cogitar ela mesmo? Me entendes homem prático? Falo justo do fato de que a experiência do viver pode em tudo se encontrar, inclusive no pensar por tese e antítese. No olhar até devanear. No nada fazer. No perambular distraidamente pela rua. No do nada criar. Tudo é experiência! Ignorante é aquele que só vê o mundo através da experiência empírica, e não nota que a própria atitude dialética por si só é uma experiência das mais valorosas, é assim que chegamos à conclusões das mais complexas. O que sem a atividade abstrata do pensamento não seria possível.

      Quê asneiras dizes? Acaso crês que sou  tão perdido quanto tu és?

      Não, apenas um precipitado, direi ainda mais, não para que creias, pois isto parece na visão de qualquer são algo impossível, mas para que refutes, pois é assim que funciona meu viver: A própria atividade contemplativa não se estagna no campo da dialética, senão ultrapassa-o chegando a constituir um empirismo. Ou melhor é um processo de três fases: Empírico – Dialético – Empírico

        Dizes parlapatices das mais diversas, nada entra em conformidade com o que possa se entender como vida ou realidade.

      Não entendes que no detalhe da contemplação está o impulso veemente da alma? É na imaginação que está a alegria da vida!

       Tuas palavras estão permeadas de obscuridades

       Talvez você tenha que rever teus conceitos de vida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

10 - Epístola aos Sábios

 

Epístola aos sábios:

      Entender tudo o que há na vastidão do Universo, seria por certo o cúmulo da soberba ignorância. O Universo é um mar de realidades ocultas, em que os conceitos da física são constantemente postos em pauta, colocando seus pontos fortes e fracos sob o julgo de novas hipóteses. Pense no Universo como uma obra de envergadura artística de inconcebíveis proporções: A beleza fascinante dos emaranhados estelares, a lua e sua enigmática e misteriosa luz, o sol e sua força esplendorosa, as belezas dos diferentes tipos de pedra, flores, paisagens e nuanças da vida. Um mundo interno, cheio de mistérios e descobertas, onde o psiquismo profundo humano representa sua percepção de si mesmo, com sentimentos e divagações infindáveis. Para não ousar citar a relação entre este mundo interno com o externo, e na variação de inter-relações destas duas vertentes. Complexa arquitetura de uma flor até a simplicidade arquitetônica e conceitual de longínquos sistemas planetários, tudo soa como uma imensa composição musical, nestes termos não se sabe mais que é imenso ou ínfimo. Haverá diferença?  Tenho dó daquele que não têm a consciência plena de sua própria inépcia diante da realidade final, diante da verdade do mundo. É por isto que sabiamente podemos dizer que as preocupações mundanas, as vivências corriqueiras e os interesses humanos são nada mais que vão caminho quando colocados sob a verdade real, e quando se percebe isto, quando nos damos conta desta idéia tudo ao redor se torna absolutamente indiferente, desimportante e por isto igual, assim fundamenta-se  a “Santa indiferença” descrita por Adous Huxley, e Don Juan, personagem de Carlos Castañeda. Tenho dó também, daquele que não pensa nestas verdades não somente pelas manhãs ao despertar e nas noites antes de recostar seu fardo, como em todos os momentos, aliás, todo o momento presente, que é o único tempo existente para a realidade do espírito.

9 - Sonhos

 

SONHOS:

      Os sonhos têm papel fundamental na vida de quaisquer pessoas, assim como uma concepção filosófica e espiritual da vida, pois a partir deles delineamos procedimentos e condutas a tomar na vida. É evidente que não é fácil ser guiado pelos sonhos, a primeira dificuldade é trazê-los à luz da razão, ou seja: lembrá-los.

      Os sonhos constituem uma vivência, assim como a vivência “carnal”, no entanto estão ambientados em outro “estado de percepção” da realidade, por causa desta linguagem dual que podemos ter ( encarnados ou desencarnados ) ocorre que encontramos grande dificuldade em codificar a linguagem e vivência do sonho para o entendimento racional.

      A primeira dificuldade é lembrar o sonho, temos de considerar que pelo fato de os dois estados ( sonho e lucidez ) terem parâmetros e “ferramentas interpretativas da vivência” diferentes, há grande dificuldade em entender um a partir do outro.

      É como tentar entender o programa “Windows” utilizando o “Dos”, que é efetivamente limitado quando posto em relação com o outro, fato que nunca possibilitará seu entendimento integral e pleno, mas apenas uma parca noção daquela outra realidade. Numa outra metáfora, no intuito de elucidar esta mesma idéia, podemos dizer que é como tentar desvendar a sensação de andar à cavalo montando em uma pedra com formato similar à um, ou mesmo na escultura em tamanho real de um. Também pode-se concluir quantas pessoas acabariam por distorcer a realidade da música que quisessem entendê-la apenas através de dissertações racionais, pois por mais refinado e vasto que seja a linguagem de qualquer idioma, ela nunca será equivalente à realidade da própria música. Enfim: O sonho que tive, efetivamente foi este que consegui me recordar, no entanto as ferramentas que dispunha naquele momento para interpretar aquela realidade eram diferentes, por isto, posso recordar perfeitamente, mas de maneira distinta e não fidedigna.

      É como o caso dos “estados alterados de consciência”, também o mesmo caso do uso de alucinógenos como cogumelos, “peiote” ou da tentativa dos “mortos” de tentar explicar suas realidades, o que se torna impossível pois as percepções da realidade transcorrem de  maneiras diferentes, e passar de uma estrutura de interpretação à outra é possível com a ressalva que deve-se saber que o entendimento foi obliterado, distorcido e reduzido em proporções inesperadas.

      Uma pergunta a se fazer é se acaso os sonhos, ou este estado de percepção da realidade específico, equivalem à mesma “realidade perceptiva” da vida depois da morte. Talvez seja algo similar, isto na tese otimista de que a vida realmente prossegue.  Após toda esta abordagem, que se referiu à dificuldade de codificação destas duas linguagens largamente diferentes, deve-se insistir na importância dos sonhos na vida de uma pessoa encarnada... Em nossa teoria, os sonhos são  vivencias e não abstrações vãs e inócuas do pensamento ou dos momentos de lucidez, deste modo os sonhos são tão importantes quanto o estado desperto, com a diferença de que não são vivências adotadas pelas mesmas ferramentas interpretativas do estado lúcido, tais podem ser estas: pensamento racional, visão, audição, olfato, tato, percepção sinestésica, propriocepção, sentimentos. As ferramentas interpretativas, perceptivas e expressivas dos sonhos são de tal maneira peculiares que num sonho podemos ter possibilidades impossíveis para momentos despertos, como a percepção direta do sentimento dos outros, sem necessidade de palavras, ou voar, ter uma compreenção mais global de tudo o que ocorre, as ferramentas ou órgãos que permitem isto são pertinentes ao espírito e não ao corpo, aliás o corpo poda estas ferramentas, do contrário conseguiríamos vivenciar ao mesmo tempo o mundo físico e o extra físico. ( O que fazem os médiuns totalmente avançados ) Algo interessante seria perguntar, no estado de espírito, como o indivíduo percebe seu meio espiritual, e como ele perceberia o meio físico. Será a interpretação da realidade por parte dos espíritos desencarnados mais ou menos completa que a dos encarnados? Se é mais completa: Qual seria esta necessidade tão veemente de encarnar? Supostamente algo estaria em falta lá, que fosse necessário aqui, seria este algo mecanismos de interpretação da realidade específicos? No mundo espiritual, poderíamos ser uma massa de energia informe sem recursos interpretativos, e por isto, restrito em si mesmo? Isto possibilita uma explicação para a necessidade reencarnatória.

      Um fenômeno de se notar, conforme se lembra os sonhos com certa periodicidade, é que ocorrerá que lembrando de um sonho específico virão à tona uma série outros de sonhos, que de um modo ou de outro estão interligados no sub-consciente. Também importante frisar que para lembrar de um sonho existem várias técnicas, uma delas é ter um caderno ao lado da cama, e anotar o sonho o quanto antes ao despertar, mesmo que seja no meio da noite, do contrário corre-se o risco de esquecer importantes detalhes ou mesmo todo o sonho todo. Há entretanto sonhos que só são lembrados quando de dia passamos por certa experiência ou sensação que nos faz lembrar do sonho.

       Aquele que se julga médium deve muito trabalhar, de maneira árdua, o que é corporalmente e psiquicamente cansativo, e passa por perigos diversos, a fé no entanto, posta a prova deve tornar-se o alicerce básico, donde tudo o mais venha a brotar. Por todos os riscos, medos e receios a mediunidade é atividade de seriedade maior do que podemos conceber. Dentre as mais variadas atividades dos médiuns na busca incessante pela virtude e Santidade está o “livros dos sonhos”pessoal, onde ele fará o apontamento de seus sonhos e intentará fazer as interpretações que julgue mais pertinentes de seus sonhos, podendo nestes momentos entrever premonições, onde pode definir idéias, concepções e tomadas de decisões de sua vida desperta.

       Lembrar os sonhos e codifica-los para a linguagem da razão não é fácil, principalmente quando se inicia com esta atividade, no decorrer de um treinamento persistente a capacidade de recordação pode chegar a se apurar de tal maneira que pode-se lembrar de detalhes minuciosos. Pessoalmente, desconsidero totalmente qualquer livro que venha com fórmulas prontas do sentido dado às coisas que vivenciamos nos sonhos, pois são personalizadas, e têm relação com a vida de cada um, por isto a interpretação relaciona-se com a vida psíquica e exterior de cada pessoa. Isto automaticamente anula este tipo de livros que têm mais pretensão do que o que podem oferecer de resultados profícuos.

       A idéia que está em pauta nestas linhas é de importância imprescindível, pois a incapacidade de uso dos sonhos na sua vida é o mesmo que dizer que logo que você acaba um dia acordado irá padecer de uma amnésia absurdamente aguda esquecendo todo o seu dia, é equivalente a dizer que todas as manhãs esqueces as vivências noturnas que tivestes. Nesta correlação notamos a extrema importância dos sonhos enquanto vivências, que devem ser colocadas numa seqüência lógica progressiva, em conjunto com a vivência lúcida. Não digo que as vivências dos sonhos seguem “paralelas” com as vivências despertas porque este termo traz a sensação de que os sonhos são vivências distintas, como se tivéssemos duas linhas “vivenciais” quando na verdade todo o conjunto forma uma só linha, mesmo tendo cada qual “ferramentas perceptivas” e expressivas peculiares. A realidade é una, o que muda é a maneira como se entra em contato com ela.

8 - Sobre a Oração

 

      Sobre a oração:

      A oração é um fenômeno incitado pela vontade humana de contato do homem com Deus, ou com as forças espirituais benévolas, que guiam a humanidade. O ser humano, em seu caminho terreno, no decorrer de sua vida passa por muitas provações, sua própria fé e convicção nas forças espirituais são postas em provas em muitos momentos, muitos cedem às facilidades de uma vida totalmente material, com facilidades e prazeres, são estes que pouco depois perdem a capacidade mediúnica na mesma medida em que se esvaem seus conceitos espirituais filosóficos e suas qualidades morais jesuíticas. Felizmente muitos outros afirmam-se cada vez mais em suas crenças religiosas, são estes os “homens de oração”, que têm uma concepção de vida muito mais ampla que os homens que vivem somente para a matéria, esta concepção de vida não é somente uma abstração ineficaz, inútil ou qualquer outra coisa deste calão, senão uma concepção que faz parte do verbo “fazer”, pois a crença viva já é uma atitude, uma concepção de vida espiritual, quando levada ao mais alto grau de seriedade é algo que faz tanto parte da vida do homem quanto faz o fato de ele viver, respirar, comer, conversar ou cantar. Não é uma atitude que se restringe somente ao %âmbito mental senão uma experiência pragmática e sensorial, ainda que o orgão sensorial utilizado nesta vivência seja oculto ao grande contingente da humanidade. Justamente nisto esta o segredo da oração: a oração não se paramenta somente em conceitos morais, filosóficos e sentimental senão alcança uma amplitude muito mais vasta que a experiência meramente terrena do homem, a amplitude espiritual, em que o homem, infelizmente, na educação e cultura em que hoje se forma e cresce não consegue criar subsídios suficientes para atingir estas metas. Assim, decorre que grande parte da humanidade está carente de “espirito”enquanto outra grande parte se torna indiferente, e uma minoria têm a sorte de experimentar este processo educativo espiritual. A oração deve ser a primeira preocupação na vida de uma pessoa, depois pode vir todo o resto, pois quando oramos entramos em contato com os designios primordiais e essenciais de nossa vida profunda, do contrário há grande facilidade em se perder em objetivos obtuzos da vida material. A vida espiritual é o que compreende a missão para a qual está o homem na terra, a oração é uma constante consulta ao mapa espiritual, que rege a vivência física, por isto a oração é o que de mais importante temos em nossas vidas, mais importante que ter um carro, que trabalhar, mais importante que qualquer destas coisas que perto da atividade oratória verdadeira não passam de banalidades materiais inúteis à vida espiritual, a oração sincera é tão importante que o próprio corpo é perto dela um fardo pesado e quase que desimportante, nem mesmo se alimentar têm qualquer importância diante do encontro com Deus. Deus é tudo, e deve estar presente em nossas vidas não somente em todos os momentos memóraveis, mas em todos os minutos de nossas vidas, seja lá o que estivermos fazendo. A oração é portanto um processo constante, como respirar, ainda que possamos fazê-la com mais ou menos intensidade em momentos específicos como cultos, missas ou meditações, deve ser iniciada ao anoitecer e finalizada ao alvorecer, quando se deseja orar com todas as forças de tua alma dedica muito tempo à esta atividade, lembremo-nos que das atividades da tua vida, em uma escala de importância e de valores empregados às atividades esta é a que mais valor, nobreza e “funcionalidade” pragmática possui, pois a oração à pesar de parecer uma atividade meramente psíquica age nas profundezas de teu ser e de todos os que te cercam, de modo que tu podes mudas tua própria realidade em todos os contextos através desta atividade que têm um grau de importância, repito: preponderante. Aquele que não ora é como o maratonista que não treina adequadamente, e que ao correr a prova não entende exatamente porque não teve bom êxito nos resultados. Não podemos definir uma diferença exata entre oração e contemplação, é fácil pensar que a oração se utiliza de palavras e a contemplação da visão, no entanto nem uma nem outra se utiliza de sentidos comuns do ser humano, ainda que possam iniciar-se nestes termos, isto porque, com o treino cria-se o estágio de percepção extra-sensorial, no qual nem visão nem palavra têm uma importância, mas sim um estágio mas elevado de percepção do mundo, onde sentimentos facilmente s desenvolvem e extrapolam no ser, sem necessidade de pensamentos específicos.

7 - Sobre a Empatia

 

Sobre a empatia:

      A palavra “empatia” está posta no dicionário como abstração da própria vida interior para aceitar um conteúdo psíquico diferente ou apreciação emocional dos sentimentos de outros. Tendo como etimologia  EN ( dentro ) PHATOS (  sentimentos ). Mas quê realmente é a empatia? Quê poderíamos discorrer neste tema levando em consideração a teoria espírita? Ou mesmo nossas divagações sobre meditação? Sabe-se que cada pessoa têm uma personalidade distinta, peculiar e bastante pessoal. A personalidade pode ser entendidas por uma série de caracteres como gostos, prazeres, opiniões, concepções e modo de percepção do mundo. Mesmo que cada pessoa tenha um gosto pelas coisas, um entendimento do mundo bastante peculiar pode-se fazer uma divisão dividindo a humanidade em grandes contingentes, ficando separadas por grupos de personalidade específicos assim como faz a medicina Aiuvérica da India, ou mesmo como propôs Adous Huxley dividindo os seres humanos em três grupos principais: mesomorfos, ectomorfos e endomorfos. Aplicando em sua teoria para cada grupo, que tem constituições físicas específicas, características psiquicas comuns. Mediante o que foi dito, conduimos que mesmo tendo caracteristicas únicas, cada pessoa ainda pode assemelhar-se em muitos aspéctos à outras. Deste modo seria óbvio concluir que entrando em contacto com outros ela pode tanto compartilhar tendencias comuns como entrar em atrito nas características incomuns. Isto se passa em todos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade: intelectual, afetivo, religioso, físico, filosófico ou moral. Pode ocorrer o caso da pessoa partilhar do mesmo partino no aspécto filosófico e desentender-se no âmbito físico, ou então ter a mesma fluência no aspecto sentimental e atritar na parte intelectual, deste modo imergimos em possibilidades de relações diversas quando comparamos os campos de atuação, vivência e percepção da humanidade. O que pode ser uma denominação bastante larga, mas que descreve um conceito que condiz absolutamente com toda a realidade existencial humana, pois está resumido neste breve título todas as possíveis vivências humanas.

      Sendo uma margen tão ampla de vivências é certo que no que se combina ou não com outra pessoa é igualmente vasto, tudo funcionaria como o desenho de uma série de montanhas, nas quais quando sobrepostas algumas se encaixariam perfeitamente, enquanto outras ora estariam mais altas ora mais baixas quando comparadas entre si. Assim, num desenho conseguimos colocar o ser humano, com sua personalidade atual ( mas não em “potencia” como descreve Santo Agostinho ) e com todas as nuanças de sua personalidade.

      A discussão espírita sobre empatia ultrapassa o mero conceito da personalidade, pois entra num campo psíquico muito mais profundo: a Alma. Nossos corpos estão dotados de emanações fluídicas, que representam nosso próprio eu, A aura está impregnada com a essência do eu, destituida das distorções provicadas pelo pensamento restrito do corpo, pela razão ou intelecto. Estas emanaçõ4es fluídicas que compõe a aura têm uma determinada amplitude no espaço físico, esta amplitude pode aumentar ou diminuir conforme a disposição psíquicas da pessoa. Quanto maior a importância que esta pessoa doa à seu campo psíquico mais forte ele será, quanto mais apegada ao mundo dos sentidos menor será a amplitude de sua aura.

      Num ambiente com muitas pessoas, levando em consideração que as auras de cada pessoa tenham amplitudes diversas, notamos que elas estariam em contato já inter-cambiando uma série de características psíquicas como sentimentos e idéias através de imagens, palavras ou outros meios que ultrapassam em muito as ferramentas racionais que dispomos comumente para nos comunicar, pois o sentimento em sua forma “crua” existe antes que exista a ferramenta para a transmissão dele. A pergunta é: É possivel interpretar um sentimento sem o uso de qualquer ferramenta perceptiva? A resposta pode ser concebida como afirmativa, pois entendemos os sentidos carnais como extremamente limitados, ainda que não possamos perceber os sentimentos em sua forma crua podemos em algo se aproximar à isto, por exemplo: posso notar os olhos de uma criança brilharem, e sentir toda a glória de sua emotividade, igualmente recebendo aquela emoção, no entanto me utilizei para isto da ferramenta visual, num âmbito espiritual isto de daria de maneira totalmente psíquica, sem a necessidade de qualquer ferramenta sensorial. É por isto que foi dito que quando as auras entram em contato não só são transmitidas informações comuns como sentimentos “crus”ou em sua forma mais essencial fora da razão, intelecto. Ou seja: algo que está fora do campo racional, a razão não é sulficientemente grande para entender a emoção, é uma outra ferramenta de linguagem, é como comparar matemática com literatura, ou música com escultura. São ferramentas de comunicação diversas, que podem até certo ponto se entender. No entanto de todas estas ferramentas o sentimento é a chave de todos, e por isto supera a todas, na verdade o sentimento é a metafísica do espírito, e todas as ferramentas servem ou para desencadea-lo ou para tentar torpe e ínfimamente descreve-lo. Existem esperiências psiquicas pelas quais passamos em nossas vidas que são definitivamente impossíveis de descrever atravéz da linguagens, estas experiências é evidente que não se passam no campo ideológico, pragmatico ou imaginário senão no campo sentimental e espiritual. O mais interessante de se notar é que na percepção extra sensorial existem tanto fatores de percepção empírica como questões altamente subjetivas e sentimentais, é ao mesmo tempo uma experiência sensorioal ( do campo espiritual ) intelectual ( pois o sujeito reflete sobre o que percebe ) e sentimental ( encontra-se a essência do ser ).

      As auras estão pois, impregnadas de pensamentos e sentimentos pessoais, que correspondem à essência mais profunda do “eu”, ou ao “eu”verdadeiro, e não à aparência do eu, pois o mundo fízico faz distorcer a essência de cada alma, pois a razão e todas as outras ferramentas de expressão do ser humano não são sulficientes para comunicar exatamente aquilo que se é, ou o estado verdadeiro pelo qual se perpassa, assim começamos a distorcer o que somos e onde vivemos, passando a viver numa interpretação erronea de nós mesmos e do mundo. Por isto é absolutamente correto dizer que pouco conhecemos da realidade. Seria petulância dizer que realidade condiz com um mundo unicamente empirico, excluindo as percepções e interpretações pessoais do mundo criadas por cada um.

      Deste contato entre auras podem sobrevir situações mal entendidas, ou mesmo  inesperadas. Como as “intuições” que podem ser consideradas como comunicação entre auras, ou mesmo situações premonitórias em sonhos, que na realidade não são premonitórias senão algo que ocorre no próprio momento em que se dorme, pois o mundo psíquico à noite está tão vivo quanto no diz, assim, é como se à noite a humanidade estivesse vivenciando uma série de acontecimentos psíquicos em tempo real, e após acordar o sujeito revivencia aquilo que já foi vivenciado à noite, não foi só prenunciado senão vivenciado, pois o psiquismo em sua raiz não conhece o fator tempo, assim não existe diferença em prenunciar e vivenciar. Não há diferença em lembrar ou vivenciar, pois a lembrança abala o mundo psíquico do mesmo modo que o que se vive no presente.

      A empatia pode ser provocada não apenas com o contato direto, como também de formas que são mais poderosas que as ferramentas convencionais de que dispomos, como as emanações fluídicas ou as auras. A aura, conforme foi dito, pode ser mais ou menos ampla, pois é maleável, aliás, só tem tamanho porque está num ambiente físico, dotado de dimensões espaciais e temporais. A meditação e a oração deixam o ser portador da aura mais próximo de sua realidade essencial, treinar a aura não quer dizer que ela ficará maior ou mais poderosa, pois em verdade ela se conserva desde o momento que é criada por Deus do mesmo tamanho, em sua mesma harmonia, o que ocorre é que o ser vai adquirindo aos poucos maiores possibilidades de usa-la, é como dizer que um trabalhador ganha uma ferramenta perfeita quando nasce, no entanto enquanto criança não têm força sulficiente para usa-la adequadamente, e, conforme cresce e fica mais forte ( ele e não sua ferramenta que fica forte, não vamos confundir! ) têm maiores possibilidades de atuar nos objetos para os quais sua ferramenta foi construida.

      Os objetos para os quais a ferramenta da alma foi construida são o próprio mundo, o sujeito na medida em que se desenvolve pode intervir mais conscientemente e eficazmente em suas potencialidades psíquicas, é por isto que erroneamente podemos conceber que existem auras maiores e menores, na verdade são todas do mesmo tamanho, o que muda é o contacto que temos com ela.

      Este contato é amplificado com preces e meditações podendo chegar à níveis desconhecidos pela sociedade atual, o homem pode intervir em toda a natureza através de seu poder, assim como São Francisco tinha um contato harmonioso com toda a natureza, e conversava com os animais de maneira direta os paranormais têm campos de atuação distintos, em objetos ou mesmo outras pessoas através de telepatia. A prece possibilita, na medida em que o poder psíquico se desenvolve ( conforme o modo já descrito ) a criação de empatias espirituais, pois o que está em união não são somente as nuanças humanas, os detalhes, variações de afeição ou gostos intelectuais mas sim o ponto nevrálgico humano: a própria alma.

      Por quê são os gênios e os bruxos representados muitas vezes por figuras com os cabelos eriçados? Um dos efeitos de magnetismo provocado pela alteração do que poderiamos chamar de “metabolismo magnético”do corpo humano, pois nosso corpo, assim como o planeta terra também possui um equilíbrio magnético, que se alastra por todo o corpo, mas que têm como base de comando o cérebro, ou antes do cérebro o que se denomina de mente. Deste modo os cabelos ficam em pé, no entanto, como já vimos no decorrer dos estudos existem situações específicas, em que estes tipos de fenômenos têm maior probabilidade de ocorrências. Estas situações podem ser colocadas como meditações ou preces, em que um fluxo de “algo” , que sinceramente, não sei se podemos determinar pela palavra “energia” penetra no ser pelo topo da cabeça, ou mesmo dele é emanada. O ato de criação artística, ou científica, nas quais, quando sendo levado à sério e aos seus limites máximos, exigem grande dose de criatividade, e um árduo trabalho mental e cerebral, partindo deste pressuposto podemos dizer que os grandes criadores sempre tiveram boa dose de mediunidade, pois incitaram no decorrer de suas vidas um treinamento mental, que mesmo que não seja especificadamente religioso não deixa de ser mental. Isto ocorre porque o ato criativo têm como exigência os mesmos parâmetros que o ato religioso, estas exigências são: imaginação fértil, convicção, crença, hipótese, execução, valores morais tudo inserido num gradativo desenvolvimento que inclui começo, meio e fim.

      É certo que podemos diferenciar em larga escala a criação artística da descoberta científica, no entanto é fato que as duas atividades possuem muitos aspectos em comum, conforme foi citado acima a criatividade por exemplo é requisito essencial nas duas. É certo dizer que o desenvolvimento geral do ser humano em suas variadas atividades, principalmente naquelas que exigem qualidades mentais, são fatores que desencadeiam e seguem um desenvolvimento constante da mediunidade. Basta ser vivo para ser médium, não há exigências de freqüentar “centros espíritas” nem igrejas para desenvolver a mediunidade, pois esta é como qualquer outro sentido natural do ser humano, para ser bom musico não é exigência obrigatória freqüentar escola de música, mas sim treinar as ferramentas necessárias para isto, para jogar futebol com perícia exímia não é exigência fazer escola de futebol senão treinar futebol, seja de que forma for. A mediunidade portanto se enquadra nesta idéia, ainda que haja certa importância em freqüentar uma igreja ou “centro espírita”com certa constância para um médium, já que estes ambientes possuem uma estrutura do mundo espiritual com organização voltada ao contato do homem desencarnado com o encarnado mediante as leis morais de Deus, onde prevalece o amor entre todos os terráqueos, estejam eles mortos ou vivos.  A atividade mediúnica é otimizada quando há uma freqüência linear nestes ambientes espirituais religiosos, fora deles pode-se muito desenvolver a mediunidade, ainda que o mais aconselhável seja freqüenta-los.

13 - Conversa entre dois homens

  13 - Conversa entre dois homens Todos os dias, num quarto permeado de escuridão absoluta, eu me sento numa cadeira e olho numa caneca de...