QUESTÃO FAMILIAR:
A
questão familiar, quando colocada sob o julgo da idéia reencarnatória do
espiritismo, adquire importância desproporcional quanto ao que se pudesse
sugerir antes do entendimento pleno da idéia. Normalmente temos imensa
dificuldade nas inter-relações familiares, devido à deturpação dos valores
humanos mais belos causada pelo consumismo excessivo, e pela feroz guerra que
intermedeia esta sociedade consumista, o consumismo em si não é ruim, mas sim o
fato de que o acúmulo de valores em nossa sociedade é de tal modo audaz que faz
com que cheguemos à culminância de países passarem necessidades vitais à
sobrevivência enquanto outros se comprazem na soberba de um capital excessivo.
As
pessoas passam a ser delineadas por um sistema humanamente corrompido, o que
provoca sérios danos nas inter-relações familiares. A dificuldade já está
portanto em uma concepção ideológica simples, não podemos saber exatamente como
seria a problemática mais profunda da questão familiar: O quê é uma família?
Por quê estão juntos estes indivíduos? Existes questões que devem ser
formuladas por todo aquele que se julga espírita, e por aqueles que aceitam
este lado da idéia espírita. Numa tentativa de desvendar as questões mais
profundas que abatem, influem e permeiam nossa família devemos saber que
somente conhecendo as resposta poderemos entender o que se transpassa
exatamente no plano terrestre. Quais são os motivos exatos desta união que se
faz tão peculiar?
Existe a
hipótese de que a reencarnação possa ser devida à dívidas que tenhamos no
passado, assim, no intuito de resolvermos estes problemas nascemos outra vez
justamente com as almas que antes nos causaram, ou a quem causamos mal. É
evidente que o motivo da reencarnação não é necessariamente este, ainda que
devido à condição da evolução da população terrestre este seja o mais habitual.
Assim sendo, a perspectiva da vida familiar muda completamente quando colocada
sob este prisma tão vasto em possibilidades e descobertas. É na família que se
localiza o exemplo de união humana, é ali que se desenvolvem os afetos,
caridade, amor simpatia, fraternidade, altruísmo, contato ou então se denigrem
os valores mais belos dando margem ao egoísmo, maldade ou indiferença.
Exercitamos paciência, força de vontade, amizade, carinho e responsabilidade na
família, que correspondem às características de valor moral, que engrandece o
espírito daquele que isto pratica. Uma diferença crucial entre as pessoas, e
suas inter-relações é que existem aquelas que convivemos diariamente e muito
conhecemos, e as que convivemos esporadicamente e pouco conhecemos. É evidente
que quanto mais tempo se conviva com alguém mais intimamente e profundamente se
conhece esta pessoa, no entanto, existe uma tendência comodista do ser humano
em visar antes as coisas mais fáceis que as mais difíceis, assim: é mais cômodo
travar contacto com aqueles que pouco se vê pelo fato de que pouco os
conhecendo não temos a necessidade de nos aprofundarmos em suas questões mais
íntimas, assim não há dispenssão de energia para com esta pessoa. O fato é que
na família é que estão localizadas as questões espirituais mais vigentes e
prioritárias e não em qualquer outro lugar, é por isto que o lar deve ser em
primeira instância o local primeiro de nossas preocupações. De fato há gente
que convive mais com companheiros de trabalho que com a própria família, o que
constitui um erro crasso de nossa sociedade já corrompida pela insanidade de um
sistema econômico, não é possível admitir que a convivência humana foi
perfidamente trocada por ideais destrutivos e desmoralizados. Hoje é preferível
que cada componente familiar exerça as atividades que lhe agradam de maneira
isolada que a família unir-se numa determinada atividade seja ela qual for. A
televisão, que constitui num veiculo de comunicação de extraordinárias
possibilidades transformou-se numa caixa hipnótica que extraí do homem a
liberdade de contacto humano real. Estes novos hábitos que o homem criou para
si acabam por distorcer a natureza social do ser humano, somos seres sociais,
assim é na fraternidade que encontramos o ideal de sociabilização, aprendendo
os valores inseridos no perene evangelho, com as idéias de Jesus Cristo. É devidamente em Cristo que
encontramos a solução para o ideal familiar.
Por
vezes não conseguimos entender o motivo exato da relação com determinado ente
familiar ser de determinado modo, o que explica esta ineficácia do homem a
responder suas próprias conjecturas é a possibilidade reencarnatória, onde
afeição ou desafeto são determinados por causas anteriores à esta vida. É
estudando aos poucos a realidade mais profunda do ser, nas relações que melhor
conseguiremos solucionar problemas nas relações familiares, no entanto é triste
pensar que o homem longe está de atingir este ideal de estudos mais profundos,
mas é lúcido crer que com um mínimo de bom sendo, mesmo sem recorrer à esta
filosofia, podemos resolver problemas dos que se julgava sem solução certa. O
bom senso terreno é o mesmo que o espiritual, porque sendo bom senso é eterno e
perene, as idéias divinas são as eternas, e independem de origem, pode ser
terrena ou espiritual. Aliás esta divisão é extremamente errada, pois tudo o
que é terreno é também espiritual, já que os que na terra vivem são espíritos
como aqueles que estão na outra dimensão.
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